KIMBUMBU À LA KIANDA (Um prato para os amigos) Nota: Não foi o meu almoço, mas como vi kimbumbu, lembrei-me do prato. O kimbumbu (merma, albacora) é considerado um peixe de segunda categoria pelos luandenses das novas urbanizações, mesmo sendo primo-como-irmão do atum. Aprendi com o meu povo a dar-lhe o devido valor: - Um kimbumbu médio-grande absolutamente fresco (olhem para o olho e a guelra, porque se estiver passado pica na língua). Corta-se a cabeça, retiram-se as tripas e abre-se como se fosse para escalar. Pelo rabo, pendura-se com um recipiente por baixo e deixa-se a escorrer o sangue por meia hora. Tempera-se com sal, alho, um pouco de louro e banha-se em suco de limão. Fica a marinar de preferência de véspera. Assa-se o kimbumbu em carvão dos Libongos (vulgo “Não Xota Marido”), retiram-se as espinhas e, em pedaços menores, junta-se a um refogado de azeite de palma nacional (deve ser ligeiramente queimado antes para diminuir a acidez), com bastante cebola e tomate, ao que se acrescentam beringela, lossaka, jimboa e, antes de apurar, quiabos. Se a malta for muita, façam à parte mais quiabos cozidos e outras ervas refogadas, como lombi, rama de batata-doce, folha de tomateiro, folha de feijoeiro, folha de jindungueiro (tudo isso se come, desde que devidamente lavado, ser-lhe retirada a goma com uma fervura prévia e adicionado um pouco de sal, tomate, cebola e louro). Tudo servido em tigelinhas para cada um tirar um pouco de cada iguaria. - Se a “tropa” for mesmo de sentada, um feijãozinho “Espera-Cunhado” e outro kipico com o devido kioho. - Funji de bombô, jindungo kalacate e de cahombo, e limão. - Um garrafão de tinto a passear em baixo da mesa. - De fundo, Lulas da Paixão (mas pode ser Bangão ou Paulo Flores).
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 20:55:08 +0000
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