Ligia Sales e Adeane Lima minhas duas amigas militantes de verdade. MANIFESTAÇÕES POPULARES: Até quando, e para onde irão? É maravilhoso todo esse movimento social que temos visto e participado esses dias no Brasil; mas, é preocupante a ausência de discursos articulados, a confusão de idéias, a ausência de propostas objetivas e a absoluta falta de direção desses movimentos. Esse carater “amorfo” dos ajuntamentos, tem o seu valor, na medida em que os manifestantes se recusam a ser capturados e utilizados por algum partido para fins puramente eleitorais, mas, tudo poderá se transformar em uma grande “explosão de festim”, caso não haja uma articulação e definição dos objetivos de todo esse movimento. (quem reivindica tudo, não reivindica nada) Tais manifestações, são uma mensagem clara da falência dos partidos e dos politicos que deveriam representar os interesses do povo, e que, por não faze-lo, deixam essa lacuna para que todos esses anseios das massas sem representação, sem voz, escarnecidas e esquecidas pelos que deveriam representa-la, se manifestem de forma espontânea, mas descontrolada. Essa ausência de voz, de amparo, de cuidado e até de respeito por parte dos governantes, leva os seres humanos, quais orfãos de uma Pátria, a se ajuntarem em meio às multidões, conjugando ideais, anseios, recalques, frustrações e expectativas de mudanças. Mas não nos enganemos amigos... As classes dominantes conhecem os caminhos da história e os mecanismos que determinam o movimento e controle das massas. Temos diante de nós ao menos 3 destinos para todos os movimentos sociais: Primeiro: Os governos tratarão de, com imensa sutileza, reintegrar toda essa energia dispersa dos condutos institucionais, canalizando-a para seus propósitos políticos e para a consequente preservação das instâncias de poder já formalmente estabelecidas. Isso vem na forma de promessas irrealizáveis – como as que fez a Presidenta, sem no entanto se comprometer claramente com coisa alguma – e o aceno a mudanças de carater pontual, que tendem a aplacar o furor das multidões. Segundo: Caso os movimentos resistam por mais tempo e não sejam encontrados mecanismos capazes de “dar corpo”, forma e estruturar os anelos das massas, fatalmente veremos a fadiga dominar as multidões e ocorrer uma dissipação lenta e gradual de toda essa energia que originou tais manifestações. Ou seja, sem ideias claras, conhecimento de causas e principios, qualquer movimento se dissolve e morre pela ausência de sentido! Terceiro: Muito embora o extraordinário ajuntamento da multidão, não tenha por si só, o poder de provocar as esperadas mudanças sociais, a atmosfera que se instaura e a energia liberada em tais manifestações, são uma espécie de “reator social” capaz de gerar incomensurável força revolucionária. Victor Hugo, falando acerca dos movimentos revolucionários, disse com tremenda sabedoria, algo que convém que todos os brasileiros envolvidos nestes movimentos reflitam: “ As revoluções, como os vulcões, têm os seus dias de chamas e os seus anos de fumaça”... Somente a busca pelo conhecimento, o estudo aplicado, o desejo de engajar-se e participar mais da esfera politica – que gostemos ou não determinam os rumos de uma Nação – poderá efetivar as esperadas mudanças, que não vêm de modo “mágico” pelo simples fato de termos incontáveis multidões saindo às ruas para protestar; devendo acontecer na construção de uma sociedade consciente e ativamente participante dos processos de elaboração e manutenção de dispositivos que assegurem uma melhor Justiça Social. Afinal, é o mesmo Victor Hugo que diz: “ A plebe pode apenas fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso povo”. E eu acrescentaria – “Povo que entenda a lição dos sacrificios e da disciplina, sem a qual nenhuma Causa se mantém de pé”. Darckson Lira
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 23:14:14 +0000
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