MANIFESTO DE RODRIGO COLLAÇO, EX-PRESIDENTE DA AMB “Vanguarda - TopicsExpress



          

MANIFESTO DE RODRIGO COLLAÇO, EX-PRESIDENTE DA AMB “Vanguarda do atraso”, entidade regrediu vinte anos por não compreender momento político por qual passa o país Prezadas e prezados colegas, O processo eleitoral associativo sempre surge como uma grande oportunidade para a classe expressar-se e construir caminhos eficientes em direção a um melhor futuro para os juízes e para o Poder Judiciário. Sendo assim, plausível esperar-se que a discussão entre as chapas esteja voltada para o presente e o futuro, pois certamente será da experiência e da visão de tantos colegas espalhados pelas diversas realidades do Brasil que surgirão as soluções e as metas a serem perseguidas pela AMB neste momento de tantas dificuldades, para os juízes individualmente e para o Poder Judiciário como instituição. Tenho visto o atual grupo da situação lançar ataques inverídicos contra a gestão do Cadico, que ocorreu de 2002 a 2004, e contra a do Mozart, que se deu entre 2008 e 2010. Eu dirigi a AMB no período de 2005 a 2007 e, junto com os colegas antes mencionados, tive a oportunidade de – no momento político adequado – ter a administração avaliada por todos os colegas do Brasil. Esse apego da chapa da situação ao passado pode ter uma razão: desviar a atenção da classe aos malogros inerentes à própria gestão atual, iniciada em 2010. O grupo alojado no comando da AMB não pode se valer de estratégias diversionistas para fugir de responsabilidades que são somente suas. Quem está sob julgamento, nesse iminente pleito, é o grupo dos dirigentes da AMB de hoje e que pretende continuar por mais três anos à frente de nossa entidade nacional. Se assim é, em vez de atacarem com embustes gestões que findaram há muito tempo, prestariam melhor serviço caso explicassem, por exemplo, qual a razão para os atuais gestores não prestarem contas dos seus gastos em tempo e modo? Haveria algo de errado com as contas da entidade que eles integram e dirigem para que estejam a dificultar sua transparência? E a promessa de enfrentar adequadamente o CNJ? De quem foi a ideia de ir ao STF contestar o poder fiscalizatório da Corregedoria daquele órgão? Ninguém do grupo atual cogitou que o insucesso (previsível, diga-se) da demanda judicial fortaleceria – como fortaleceu – o Conselho Nacional de Justiça. Configurou-se em clássico caso de miopia política. Qual a razão para a entidade ter se mantido ausente do debate público a respeito do mensalão? Nenhum integrante do atual grupo enxergou naquele episódio uma formidável oportunidade para ocupar a mídia a fim de bem explicar à sociedade o funcionamento do Judiciário e, em complemento, enfatizar o compromisso da magistratura nacional com a ética, a imparcialidade e a moralidade pública. E as intervenções inapropriadas na mídia? Crê-se ter faltado um mínimo de tato aos porta-vozes da entidade – ou quem sabe um assessoramento de imprensa mais eficiente – quando de declarações desastrosas provindas da AMB sobre férias e remuneração, que ao final acabaram por abalar seriamente o prestígio da magistratura. Lembro que os colegas que integram a chapa da situação venceram as eleições passadas sustentados justamente na proposição de uma nova AMB. As mudanças realmente foram grandes, mas para pior, muito pior. A entidade deu um salto para o passado, virou uma espécie de “vanguarda do atraso”. O nosso associativismo regrediu vinte anos por não compreender o momento político pelo qual passa a nação. Os juízes e o Judiciário não serão respeitados com a utilização de argumentos de autoridade pura e simplesmente. Isto faz parte do passado, é ranço autoritário de quem ainda não compreendeu, infelizmente, o nosso papel na democracia. Para sermos respeitados, temos de avançar. Tomar em nossas mãos a tarefa de melhorar o Poder Judiciário. A magistratura brasileira é capaz deste desafio. Mas para tanto, sua entidade de classe deve estar à altura, comprometida com os valores do avanço e da modernização, e não atrelada a um discurso anacrônico e vazio, em dissintonia com os anseios da maioria dos juízes. A AMB precisa mudar e mudar muito. Mudar para que volte a refletir a verdadeira imagem do juiz brasileiro, independente, altivo, corajoso e ciente da sua condição de agente político responsável, em grande dose, pela construção de um Brasil melhor e mais justo. Vou votar no colega João Ricardo por entender que ele, junto com o vasto e qualificado grupo que o apoia, dispõe das melhores condições para elevar o nome da AMB e do Poder Judiciário. Forte abraço. Rodrigo Collaço
Posted on: Sat, 19 Oct 2013 02:46:26 +0000

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