MATEI O MEU PAI - E a foto, muié? Vai me mandar não essa - TopicsExpress



          

MATEI O MEU PAI - E a foto, muié? Vai me mandar não essa porra?!! - Calma, meu bem. Não tenho aqui no PC não... Mas fique tranqüilo, pois hoje mesmo, quando a gente se encontrar, nos veremos face a face e ai então você vai me dizer se sou bonita ou não. - Tá Ok. Até lá, então. Fui! E foi assim que finalizei uma conversa no MSN com uma garota que acabara de conhecer numa das salas de Bate-Papo da Uol da cidade. Aquela ainda era a época em que a galera GLBT não havia dominado as salas de conversa on-line. Quêxo vai, quêxo vem, e o encontro estava marcado. Ainda que eu confiasse em minhas habilidades retóricas, persuasivas e sedutoras com as palavras, frutos de anos de estudo de teorias da publicidade, da propaganda nazista, da psicolingüística, das técnicas ocultas de venda e da linguagem oblíqua, bem como em minha "brutalidade" que sempre serve como uma espécie de "charme" para determinadas mulheres - principalmente as masoquistas -, fiquei com a ligeira impressão de que quem estava "passando a lábia" não era eu ao certo. Mas, tudo bem. Peguei a motoca e fui em direção à Vila Redenção! Expectativas sobrevieram à mente! "Tanto mistério, ou a muié é fêa ou é bonita! Eita, mas se for bonita, a laskeira vai ser grande!! Deixo passar não. É boteco, quêxo e motel a seqüência da noite! Que o capeta ilumine os meus passos esta noite e me dê sorte!!!" Ficamos de nos encontrar numa esquina, perto de um bar que ainda estava movimentado. Nem eu nem ela queríamos que eu fosse a casa dela. Ela, por receio; eu, por medo de um possível compromisso consuetudinário. Liguei pra ela e em menos de 2 minutos era apareceu. Estava rodeada de amigas. Umas três ou quatro. Uma mais bonita que a outra. Todas rindo e incentivando-a, dizendo: "Olha ele ali, vai lá, vai lá!". A menina que eu ficara de conhecer pra sair até que estava bem arrumada. Porém, nem todo aquele visual produzido, brincos gigantes e brilhantes, nem todo aquele batom que fazia de sua boca um balão vermelho, ou a maquiagem que realçava seu olhar assimétrico e endemoninhado, foram capazes de esconder a sua essência de dragão chinês. Era um verdadeiro Sheilong!!! A bixa era feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia, feia... sendo feia "f" e a incógnita "n", a equação que traduz seu nível no patamar da feitura seria "f.n.1000000000". Pensei, "ô, diabo!!!". O pior é que a menina parecia ter uns 12 ou 13 anos de idade, o que, para o artigo 217 do Código Penal Brasileiro, significaria que o meu c* não seria perdoado pelos negões tiçudos e pausudos da CCPJ! Ela se aproximou de mim, deixando as amiguinhas sorridentes para trás. Não sabia distinguir se aquele era um sorriso de alegria por contemplar a possibilidade de ver sua amiga “desencalhar” ou se estavam debochando dela ou mesmo de mim, como se dissessem: “Vai São Jorge, encara o dragão!” Enquanto ela se aproximava, olhei para o lado e vi a figura do anjo e do diabo cada um em um dos meus ombros. O anjo, como sempre, estava amordaçado. Mas o diabinho, esse sim, não brincava em serviço. Naquele momento, pensei rápido: “Desdobra a muié, pooooorraaaa!!!! Peguei o celular, coloquei no ouvido, olhei para o chão, fiz um sinal positivo com a cabeça e guardei novamente o celular. Antes mesmo que ela pudesse dizer algo que mais que “Oi”, proferi as seguintes palavras: – Fulana, é um prazer te conhecer. Pena que o nosso encontro vai ter que ser deixado pra depois. Você não imagina, mas acabaram de me ligar, dizendo que o meu pai está no hospital, que teve um acidente sério, e que preciso ir pra lá com urgência!!!” Fiz até gestos dramáticos. Acho que fui convincente! A garota arregalou os olhos e mostrou-se preocupada. Para a minha felicidade, ela disse sem pestanejar: “Pois vai, vai, que família é coisa séria! A gente deixa o nosso encontro pra depois...”. “Beleza!”. Dei um beijinho no rosto e sai adoidado galopante em minha lambreta!!! Não podia perder mais tempo naquela arapuca. Eita noite miserável! Pra piorar, a gasolina acabou em plena rua deserta, e tive que empurrar a moto até um posto de gasolina sob o temor de ser assaltado naquela noite escura de um bairro distante da civilização. Em suma: parti rumo a uma aventura com uma princesa encantada, mas só consegui uma desventura com um dragão alado! Depois daquela dia, ela me ligou umas cinco vezes, para saber como o meu pai estava e para remarcarmos para sair. Só atendi a primeira ligação. O ponto positivo foi que fiquei impressionado com a minha capacidade de improvisação. Geralmente, os meus planos são realizados após pensar e refletir consideravelmente. Pois bem, matei o corôa, ou pelo menos o hospitalizei, mas valeu a pena! Moral da história: nem precisa dizer, né? 0o
Posted on: Sun, 07 Jul 2013 22:37:37 +0000

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