“MEU PEQUENO PRÍNCIPE POTIGUAR” (Por: Julio Cesar de - TopicsExpress



          

“MEU PEQUENO PRÍNCIPE POTIGUAR” (Por: Julio Cesar de Amorim) Hoje visitei o “Baobá do Poeta” na rua São José em Natal – RN, o maior baobá do Brasil em circunferência (19,5m), que, desde minha adolescência, quando li pela primeira vez o livro “O Pequeno Príncipe”, sabia de sua existência aqui. Há uma relação entre o Baobá de Natal e a obra literária de Antoine de Sant-Exupéry, no Rio Grande do Norte credita-se a esse baobá a inspiração de Saint-Exupéry ao criar alguns desenhos e o capítulo V de “O Pequeno Príncipe”, clássico da literatura mundial com mais de 230 traduções.Não há nenhum documento histórico que comprove definitivamente tal afirmação, todavia, “coincidências” tornam esta hipótese verossímil. O baobá exilado em Natal foi visitado pelo autor, quando aqui esteve, nas décadas de 20 e 30, Antoine foi hospedado pelos proprietários do terreno da rua São José, a família do poeta Diógenes da Cunha Lima. Os desenhos por ele feitos em seu livro, como o elefante, a estrela, o vulcão, as dunas e falésias lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte".(Fonte Vento Nordeste). “O DRAMA DOS BAOBÁS – capítulo V “...Pois bruscamente o principezinho me interrogou, tomado de grave dúvida:- É verdade que os carneiros comem arbustos? - Sim. É verdade. - Ah! Que bom!- Por conseguinte eles comem também os baobás?Fiz notar ao principezinho que os baobás não são arbustos, mas árvores grandes como igrejas. E que mesmo que ele levasse consigo todo um rebanho de elefantes, eles não chegariam a dar cabo de um único baobá....Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá… O solo do planeta estava enfestado. E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes. E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando.“É uma questão de disciplina, me disse mais tarde o principezinho. Quando a gente acaba a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas de fácil execução.” [...] Exupéry, em seu livro “O Pequeno Príncipe” descreve-as como “ameaçadoras e até catastróficas quando se vive num planeta pequeno”, obviamente, não é o nosso caso e o principezinho tinha apenas medo de não ter mais espaços para as roseiras ou para ele próprio diante tamanha magnitude. Muitas árvores são espetaculares, principalmente as amazônicas. Convivi com elas muitos anos quando residi no Estado de Rondônia, na capital Porto Velho, terra de infinitas belezas naturais, de flora exuberante onde me graduei em Letras/Inglês pela Universidade Federal de Rondônia, porém o baobá é uma espécie que se destaca dentre todas, não apenas pela descomunal circunferência de seu tronco, mas também pelos magníficos e grossos galhos apontados para o infinito que nos dá a impressão de observar várias árvores nascidas de uma mesma base, sólida, colada no chão, pois as raízes não são aparentes. Originárias da África, podem viver de dois a seis mil anos! São especiais não só pelas dimensões: sua forma estranha é o seu maior chamariz. A copa esgarçada desta árvore dá-nos a impressão de ver sua raiz, como se ela estivesse de cabeça para baixo. Suas flores ficam penduradas em forma de sinos de 20 centímetros, elas duram 24 horas somente e o forte cheiro de almíscar atraem inúmeros insetos em busca de seu pólen. Seu grande fruto, muito parecido com o jerimum (abóbora) são comestíveis e o baobá é uma excelente armazenadora d’água, o seu caule pode armazenar mais de cem litros. Amante das árvores e da natureza num todo, hoje mais uma vez senti-me um gigante privilegiado por deslumbrar -e fazer parte- de tamanha perfeição, apesar de meu tamanho ínfimo diante desta árvore, pois creio indubitavelmente no equilíbrio universal, somos todos, desde a minúscula formiga, do microscópico átomo e das cadeias de DNAs, até às deslumbrantes jubartes ou os maravilhosos elefantes africanos, desde as humildes plantinhas que cultivo em minha casa ao impressionante baboá: Somos um só!
Posted on: Tue, 18 Jun 2013 23:40:16 +0000

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