MEUS TEMPOS DE PIÁ... Quando piá achava divertido contar - TopicsExpress



          

MEUS TEMPOS DE PIÁ... Quando piá achava divertido contar histórias misteriosas. Gostava de fazer uma fogueira, contar piadas e depois assar na brasa batata-doce,amendoim torradinho, pipocas, amendoim doce no ovos de galinha (na época, é claro).... Quando piá me encantava com a beleza das estrelas. Era bonito subir no telhado, sentava no capim do campinho ao lado da casa da Dª Adélia, ficar em silêncio e ouvir as novidades que diziam. Quando piá gostava de subir no topo das árvores. Ver o por do sol e as outras paisagens das moradas vizinhas. Quando piá, escrevia histórias em quadrinho. Eu era um herói e ajudava as pessoas a se salvarem de tudo o que achava que era do mal (viajava...). Quando piá, brincava de futebol. Já fiz parte de um time o “Arranca Tôco” , na Vila Jardim em Pôrto Alegre (1959) e treinava todos os dias pela manhã. Quando piá, adorava biblioteca. Era mágico para mim aquela idéia de que em cada livro representava uma janela de conhecimento. Quando piá, chorei por querer ressuscitar uma pessoa. Eu acreditava e tanto que chegou um tempo em que rezava para aqueles que doente ficavam. Quando piá, eu buscava a liberdade. Muito cedo já desbravava por baixo das catracas as regiões mais temidas da cidade, eu já fugi de casa, quase morri de medo... Quando piá, eu queria me curar (nem sei bem do que...). Tinha passado por tantas dores e às vezes me sentia tão sozinho que passei a olhar com carinho aos que eram considerados menos favorecidos. Quando piá, eu tive um programa de rádio. Foi especial as gravações bem humoradas naquele velho rádio, as fitas k-7 que o digam. Quando piá, eu me achava não tão bom de dança. Mas aí pensei enquanto me remexia escondido ao ouvir uma música que curtia: “Tudo bem. Posso dançar no salão da minha vida.” Quando piá, eu pensava em pagar a divida externa. Eu nem sabia o que isto significava, mas eu entendia que dever não é bom pra ninguém, gostava das coisas certas. Quando piá, eu queria comprar a Amazônia. Preservá-la e não deixar que as riquezas fossem roubadas. Quando piá, eu escutava uma programa de música clássica na Rádio Guaíba e escutar as historinhas do Vovô Guerra. Era tão gostoso ouvir as 18 badaladas diárias e aquelas musicas que traziam lembranças mágicas. Quando piá, eu falava com os espíritos. Acendia velas debaixo da mesa, “mantrava “e rezava, tinham que ver... Quando piá, eu tinha um apelido que não gostava (Zé Tranqüilo). Era visto como alguém que falava em parábolas era o “mestre dos magos” do desenho Caverna do Dragão. Quando eu era piá, gostava de viajar. Eram tão intensas as viagens de trem, quando a mãe e eu íamos à Montenegro visitar as tias (irmãs dela), lá por 1956, quem sabe 1957, em meio à mata e as cachoeiras; ver outras paisagens, pessoas e belezas. Quando eu era piá, me sensibilizava diante das pessoas. Carregava ranchos de carrinho de mão para as “madames” na feira, ali na Av. Protásio Alves (Vila Brasília) para fazer uns “pilas” e ir ao matiné aos domingos e trocar “gibi” com os outros guris e “namorar “, hi,hi,hi... Eu queria de alguma forma transmitir alguma coisa boa. Quando piá, eu queria que as pessoas fossem mais unidas. Desejava um mundo diferente, melhor para toda a gente. Quando piá, gostava de assistir filmes que me emocionavam. Era especial ver as pessoas se superarem diante de tantas dificuldades. Quando eu era piá, pensava que os sonhos que vivia nas noites eram apenas histórias. Era tantas histórias, histórias que pareciam mais real do que a realidade em que vivia; eles me nutriam e nutriam... Quando eu era piá, adorava tomar banho de cachoeira lá na Vila Brasília, Poa, RS. em 1962, com os meus amiguinhos de tenras idade (que saudades...), Luiz Carlos; João Carlos e o José Carlos. A água caindo forte me enchia de alegria. Quando eu era e piá em 1962 lá na Vila Brasília (Poa,RS.), adorava andar descalço. Estar com pessoas que amava e apreciar os ensinamentos das relações, folhas, sol, chuva, ser humano e colocando fumaça nos ninhos das formigas, e olhar passar de manhã e á tardinha, duas moças lindas, mas tão lindas de mini-saias e usavam um arquivo escolar cada qual, que até me apaixonei por uma delas, só que até hoje essa moça não sabe disso... O que mais posso dizer. Eu ainda sou um piá, apenas um pouco mais velho... E você o que achava divertido quando piá? Dedicado à todos os meus amigos (as) da infância/adolescência de São Leopoldo e Pôrto Alegre, e lá se foram bem mais de cinqüenta anos. São Leopoldo: Clarice Peter, Cláudio Peter, Adolfo Scheffer (pirú); Pedrinho e Lilia , Rosa Maria Württ , período em que morei entre 1952 à 1959 na rua Flôres da Cunha, 90; Carmen Regina (esposa); Maria Inês Georg; Maria Eunice Bandeira, Líria Bandeira Caldeira; Claidinha; Mário Luiz Gonçalves; Kilpp; Luiz Carlos Gonçalves; Gilberto Bittencourt; Cláudio Berocí da Cunha; Bidinha; Talvair; Marlene Höltz Müller; Luís Tremarin & Magali; Diana F. Ribeiro; Luís Carlos Vieira (Tadeco); Manoel Lecy Ribeiro, peço desculpas caso não declinar o nome de alguém, sob pena de cometer alguma indelicadeza. Pôrto Alegre: Luiz Carlos Lourenço dos Santos, João Carlos Lourenço dos Santos; José Carlos Lourenço dos Santos, Rubens Tavares da Silva, Darci Pesente e Álfio José Mendes do Grupo Marechal Mallet, Vila Jardim - Poa, RS.
Posted on: Tue, 26 Nov 2013 10:42:18 +0000

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