MST – Lá se foram trinta anos O filho rejeitado na beira - TopicsExpress



          

MST – Lá se foram trinta anos O filho rejeitado na beira da estrada O movimento dos Sem Terra, que nasceu dentro das barracas nos acampamentos de beira de estrada, é o filho gerado pela omissão dos governantes e pela ganância de latifundiários que a ditadura militar tentou abortar, deixando sequelas bem mais complicadas do que parece. Vítima do descaso, da rejeição e dos maus tratos hoje clama por atenção e por espaços dentro de casa. Acompanhei toda a trajetória da Encruzilhada Natalino e, sem saber direito, estava testemunhando o nascimento do MST do lado de cá do arame. O FARO Abril de 1981. O carro de reportagem – uma caminhonete FIAT panorama de cor branca com letreiros da TV Umbu de Passo Fundo – cortava as coxilhas na altura de Pontão. A RS-324 era uma estrada de chão batido e de poeira vermelha. O motorista João Adão Almeida, dono de um bigode caprichado, magro como um fio, e o Cinegrafista Ipácio Carolino Pinto, um preto camarada, dono de uma voz invejável que depois virou locutor de rádio, acabaram entrando em conflito naquele início de tarde, tudo por causa do pó e o calor intenso – um queria deixar a janela aberta outro queria ela fechada e o carro mal tinha um sistema de ventilação, insuficiente para satisfazer suas exigências. Há bem pouco tempo eu tinha iniciado minha carreira de repórter de TV além de correspondente do jornal Zero Hora. Minha escola até então tinha sido a rádio Planalto e a sucursal da Companhia Jornalística Caldas Júnior. Me ocupava em observar tudo o que se passava lá fora, identificando assuntos para reportagens. Era o meu ofício, porque no interior os repórteres tinham que cavar suas próprias pautas e executá-las sem cerimônia e sem o mínimo de produção. Ao longe podia ver que as últimas lavouras de milho, feijão e soja estavam em fase final de colheita. A região, um planalto propício para a agricultura, atravessava uma das maiores estiagens de que já se teve notícias. Os mananciais secavam da noite para o dia abrindo grandes rachaduras no chão que até há bem pouco tempo era coberto por um rio. Aumentava o desespero dos agricultores que não tinham água para os animais. Nem mesmo os açudes especialmente construídos para servirem de reservatórios resistiam a seca. Íamos para Ronda Alta cumprir pautas coloquiais na prefeitura, sindicato ou cooperativa e aproveitávamos para conversar com o barbeiro, o bodegueiro da rodoviária, o taxista – que lá se chamava de dono do carro de praça – e não deixávamos também de fazer uma visita ao padre. Todos sempre tinham assuntos e eram nossas fontes de notícia. Na ida ou na volta parávamos para tomar um refresco na venda do Natalino, era a única construção existente no entroncamento que dá acesso á cidade de Sarandi, para quem vem de Passo Fundo em direção a Ronda Alta. Os três municípios, cuja base econômica é a agricultura, estão localizados ao norte do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil. Neste dia, na ida, não paramos no Natalino, mas observei na beira da estrada, diante da porteira de acesso às fazendas Macalli e Brilhante – pertencentes ao governo do estado – a existência de mais dois barracos erguidos com plástico velho ao lado de um que já existia ali desde o natal de 80, quando um grupo de agricultores invadiu as fazendas. Comentei com a equipe e concluímos que deveriam ser famílias de índios Guaranis se instalando por lá. Por serem nômades eles, assim como aparecem, somem de uma hora para a outra, acampam durante um curto espaço de tempo em pequenos pedaços de terra ou dentro das reservas de outros índios para plantar suas safras e, depois da colheita, pegam novamente o rumo da estrada com os balaios carregados com os alimentos. Geralmente plantam arroz, milho e feijão. A FONTE Em Ronda Alta, a penúria por causa da seca era indescritível, tudo parado e nem sinal de chuva. Estávamos no sindicato dos trabalhadores rurais quando avistei do outro lado da praça, no pátio da igreja, o padre Anildo Fritzen, um incentivador da luta dos agricultores por terra e que sempre tinha informações sobre a movimentação de agricultores e índios. A região vivia dias de tensão porque os índios caingangues da reserva de Nonoai haviam expulsado mais de 1.100 famílias de colonos que arrendavam e plantavam em suas terras. Os índios se diziam ‘’explorados’’ porque recebiam muito pouco em troca de suas terras férteis, resultados de desmatamentos constantes para a formação de lavouras. Atravessei a praça e fui ao encontro dele. - Como vai padre Anildo? - Resistindo ao calor! - Tens ido visitar os índios e os colonos de Nonoai? - A situação não está nada boa, os colonos não tem para onde ir. Alguns conseguiram se acomodar nas casas de familiares, mas outros estão espalhados pelas estradas. Não tenho dúvida de que eles vão se juntar, acampando num só lugar, e invadir terra. O padre mal acabara a frase e me veio à lembrança os barracos que vi na estrada. Imediatamente percebi o óbvio: os índios guaranis constróem suas casas com palha, madeira e cipó e aqueles barracos estavam sendo erguidos com lona plástica costume dos agricultores em seus acampamentos. Eu nunca havia registrado um acampamento, mas já tinha feito reportagens sobre a guerra dos índios contra os colonos e acompanhado algumas famílias se acomodando como podiam em casas ou terras emprestadas ou nas estradas. Eu já não tinha mais dúvidas: aquilo não era índio, era colono. - Eles podem estar acampando no Natalino? - É um lugar estratégico, mesmo porque lá ficam as fazendas Macalli e Brilhante. As duas fazendas já tinham sido invadidas uma vez. Isso ocorreu em setembro de 79, mas o estado conseguiu a reintegração das áreas. Além do mais, bem perto dali ficava a fazenda Annoni – outra área pleiteada e invadida por agricultores. - Esta movimentação dos agricultores está sendo feita de forma organizada, planejada? - Estamos acompanhando. A pastoral dá apoio a eles, como sempre deu. Eles precisam de atenção e para chamar atenção não há outra maneira senão lutar pela terra. - O movimento é para entrar para a história então? - Creio que sim. O FURO Não precisei perguntar mais nada. Aquelas poucas palavras do padre me deram o universo do movimento dos agricultores que eu queria e consegui traçar um parâmetro de tudo. Pela primeira vez na minha vida de repórter eu iria testemunhar o surgimento de um acampamento de colonos. Acelerei o passo até o outro lado da praça onde estava a equipe descansando debaixo da sombra de uma árvore. - João, toca pro Natalino! - O que deu lá? - Aquilo não é índio, é colono montando um acampamento. - Então temos que nos apressar antes que anoiteça – disse o Ipácio. E não era sem razão. Afinal, usávamos um equipamento com poucos recursos, que não permitia filmar se a câmera não estivesse presa a um tripé e se não houvesse uns quatro ou cinco cabos que precisavam estar interligados ao equipamento do operador, que era o próprio motorista. Fora isso, tinha que ter claridade… Chegamos ao Natalino com o sol quase se pondo e uma poeira infernal na estrada. Paramos o carro na entrada da porteira da fazenda. Ao descer me deparei com uma senhora vestindo um guarda-pó branco. Era uma enfermeira da secretaria estadual da saúde de Sarandi que recém havia chegado alertada sobre o início de uma concentração de colonos. Espichei os olhos e vi que já não eram mais três, e sim oito barracos erguidos em fila indiana. Alguns agricultores se aproximaram e aí tive a certeza, ao reconhecer o seu Teófilo, que assim como outros, andava perambulando em barracas perdidas à beira da estrada. - O que se passa por aqui seu Teófilo? - Olha, eles tão chegando né, a gente quer se concentrar aqui para conseguir essas fazendas. - Vocês pretendem invadir? - É, a gente não suporta mais esperar tanto, passando fome… Nós precisamos de uma casa e terra para trabalhar. - Quantos mais vão chegar? - Olha, não tenho idéia, mas de noite deve vir uns dois ônibus que estão recolhendo o pessoal para trazer prá cá. A enfermeira confirmou: - É, a notícia que se tem é de que amanhã devem estar montadas aqui umas quarenta barracas e nós vamos instalar um posto médico para tratar da saúde dessa gente. O Ipácio acabara de colher algumas imagens e, de imediato, a enfermeira e três agricultores, entre eles o seu Teófilo, deram seus depoimentos. Num boletim *, parado diante da câmera com a estrada e os barracos ao fundo, dei as informações que tinha, alertando que o primeiro grande acampamento de agricultores do Rio Grande do Sul começava a se instalar no Natalino, e que dezenas de famílias – quase a totalidade expulsas das reservas indígenas – estavam se dirigindo para lá com a finalidade de iniciar um grande movimento pela reforma agrária. As entrevistas vinham em seguida coladas ao boletim, confirmando tudo. - Temos que colocar essa matéria no telejornal desta noite mesmo, tanto no regional como em rede estadual, porque amanhã, para o jornal do meio dia, ela fica velha demais. - Vai dar tempo de chegar em Passo Fundo e gerar para Porto Alegre. A gente já produziu ela pré-editada - observou Ipácio. O editor-chefe da TV Umbu (hoje RBSTV Passo Fundo), era o jornalista Carlos Alberto Fonseca, que estava com o noticiário pronto naquele dia e deixara um espaço para uma notícia da seca que deveríamos trazer de Ronda Alta. - Fonseca, esquece a seca, tá aqui o nosso maior trunfo, um acampamento de agricultores sendo montado na beira da estrada! A coisa vai engrossar esta noite. Tem muita gente indo para lá. Eu andava pelos corredores da TV em direção a ilha de edição e Fonseca me acompanhava fazendo algumas anotações, pois tínhamos que passar a informação também para o Jornal Zero Hora. Enquanto a matéria era editada e sendo gerada para Porto Alegre, Fonseca produzia um texto rebuscando fatos que vinham antecedendo essa mobilização de colonos. Afinal, esta seria a manchete do dia seguinte nos principais jornais do Rio Grande do Sul, já que a então TV Gaúcha (hoje RBSTV Porto Alegre), daria levaria ao ar a reportagem no noticiário da noite. A notícia caiu como uma bomba. O governo gaúcho mobilizou a polícia militar para impedir que o acampamento fosse montado. Tarde demais… Quando os policiais chegaram os agricultores já estavam se instalando. Eles resistiriam a qualquer tipo de ação, mesmo às bombas de gás lacrimogêneo que foram lançadas sobre um grupo que acabara de descer de um dos ônibus durante a noite. * parte de uma reportagem de TV em que o repórter aparece diante da câmera; também chamado de ‘’passagem’’. O FATO Quando retornamos ao natalino na manhã seguinte ficamos impressionados com o que vimos. O pessoal estava certo: já havia pelo menos quarenta barracos na beira da estrada. A polícia militar controlava o trânsito montando barreiras para evitar possíveis acidentes já que era grande a movimentação de pessoas que subiam e desciam o barranco, bastante agitadas e empenhadas na construção de suas casas. Nos dias que se passaram o acampamento foi crescendo ao ponto de atingir a impressionante marca de quatrocentas famílias. Cerca de duas mil pessoas se amontoaram em baixo de barracas de lona preta, paus e capim e atravessaram lá o rigoroso inverno gaúcho. O governo federal do general João Batista Figueiredo, tentando dissolver a aglomeração de agricultores, e para evitar que o movimento vingasse e se alastrasse, enviou para o Natalino o coronel Sebastião Moura, conhecido pela alcunha de Curió*. Ele chegou ao Rio Grande do Sul com a fama de ter controlado no norte do país os conflitos entre os milhares de garimpeiros na região de Serra Pelada, no Pará. Veio disposto a fazer o mesmo, só que no pampa gaúcho os colonos estavam dispostos a resistir a qualquer tipo de intimidação. O coronel instalou seu QG, apoiado pelo exército e a polícia federal. Falava em nome do governo de maneira despachada e prometia terras em assentamentos no estado de Mato Grosso e no norte do país. Mandou colonos para conhecerem as áreas a bordo de aviões, instalou um centro de abastecimento no acampamento para que os agricultores retirassem alimentos, expulsou falsos colonos infiltrados no movimento e tentou conquistar a imprensa, sempre aguardando a chegada dos jornalistas com sorrisos, apertos de mão e cafezinho. Ele sabia, através do serviço de informações, quando uma equipe estava se deslocando em direção ao Natalino e preparava tudo para recepcioná-la com festa, fazendo de conta que tudo estava bem. Tinha até um jornalista permanente que se intitulava ‘’repórter fotográfico do jornal O Globo do Rio de Janeiro’’. Ele acompanhava toda a minha movimentação entre os colonos, que a cada dia estavam mais arredios em prestar informações sobre a situação dos acampados e do andamento das negociações para por fim ao conflito. Um dia um dos líderes do movimento me esperou na estrada para me falar sobre a desconfiança que os acampados tinham do pseudo-jornalista. Liguei para a redação de O Globo e descobri que o jornal não tinha ninguém por lá e que o fotógrafo só podia ser na verdade um policial infiltrado. Da próxima vez que fui ao acampamento ele se aproximou e educadamente me dirigi até ele: - Desculpa, mas eu quero ter exclusividade nesta matéria. - Só nessa? - E nas outras também. Eu sei quem tu és. Ele se desculpou, foi embora e nunca mais o vi. O coronel Curió se cercava dessas artimanhas para manter o controle do acampamento. Ele proibiu, inclusive com ameaça de expulsão do país, a entrada no Natalino do padre Anildo Fritzen e de algumas freiras que eram lideres religiosos dos colonos. Foi demonstrando esta característica de bonachão, fazendo crer que tudo o que prometia era a mais pura verdade, que o coronel Curió conseguiu levar grande parte dos colonos dali e praticamente desmontar o acampamento. Mas ainda ficaram quase 180 famílias resistindo às ameaças do governo militar interessado em limpar a estrada e apagar a ameaça política que poderia manchar o desempenho dos seus aliados nas eleições futuras, já que a abertura política estava se tornando irreversível e movimentos como esse dos camponeses davam uma mostra de que o regime militar estava ultrapassado e enfraquecido. O povo exigia mudanças. O movimento da Encruzilhada Natalino, como passou a ser chamado o local do foco de resistência, aprimorou a consciência política dos seus integrantes que passaram a se organizar politicamente para reivindicar seus direitos de terra no Rio Grande do Sul. Á sombra deste novo amanhã se abrigava uma inquietação que despertava a necessidade de partir para a luta em defesa da reforma agrária. Os agricultores que não aceitaram a oferta de novos horizontes em terras distantes tinham um único objetivo: lutar por terra dentro do estado. Foi aí que este grupo de resistência começou a unir forças e no encalço de todas essas ações foi se criando o Movimento dos Agricultores Sem Terra, o MST, formado pelos próprios colonos com o apoio de religiosos, políticos de oposição – entre eles o PT – e dezenas de sindicatos e entidades ligadas a luta pela causa camponesa e dos trabalhadores. Os cantos de luta e as palavras de ordem invadiram as ruas da capital através de grandes manifestações de protesto em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. “O povo unido jamais será vencido”, e muito outros ditos conhecidos... “vem, vamos embora que esperar não é saber quem sabe faz a hora não espera acontecer” (Geraldo Vandré) Essa música representou um hino do movimento dos camponeses e sempre acompanhou as manifestações de luta. Nessa época os festivais de músicas nativistas recebiam tímidas composições de protesto. As músicas falavam em êxodo rural do homem que tinha que deixar a querência amada para tentar uma vida melhor na cidade. Tudo muito poético, sem um alvo específico. Foi aí que em parceria com o poeta e pesquisador Paulo Monteiro, além de meu companheiro de Grupo Literário Nova Geração – a Sociedade dos Poetas Mortos de Passo Fundo -, descrevemos em versos o drama dos sem terra que tinham ido embora na promessa de nova vida e não receberam nada do que fora prometido. Abandonados em terras distantes, propensos a todo o tipo de doença, tentaram retornar, mas foram perdendo tudo, enterrando pais, filhos e esposas no caminho de volta. “Deixando o solo pampeano** atrás da felicidade O taura*** troca o minuano pelo gelo da saudade Um dia o sonho se encerra o sonho morre também Com tanta gente sem terra na terra que terra tem” “Longe da terra gaúcha sem o mate-chimarrão Não tem o cheiro do campo mas as febres do sertão Um dia pensa em voltar pois a saudade consome E só se vê cruzes marcando ranchos de tauras sem nome ” Enfim a música tinha umas dez estrofes e foi inscrita no início dos anos 80 no festival da Califórnia da Canção de Uruguaiana, o primeiro e mais tradicional festival de música do Rio Grande do Sul. Não foi classificada e não recebemos nenhuma explicação a não ser um recado da Polícia Federal de que tinham analisado a letra. O recado tinha o significado de censura. Tentamos inscrevê-la no festival da Seara da Canção de Carazinho, cidade que fica próximo a Ronda Alta e Sarandi. Ali, em meio ao foco das lutas pela reforma agrária, recebemos uma resposta duvidosa: ‘’a música não foi classificada porque o ritmo, um chamamé, é vetado no festival. Além disso, o violonista Lúcio Yanel (que tinha musicado a nossa letra) tem nacionalidade argentina’’ (o que também era vetado). Só faltaram dizer que música de protesto também era passível de veto. Afinal, ainda estávamos em pleno regime militar e democracia não passava de uma teoria. Algum tempo depois o festival da Coxilha de Cruz Alta aceitou a nossa música mas fomos desclassificados porque a letra era muito grande e o intérprete esqueceu a metade. * pássaro preto comum nas matas do norte e nordeste brasileiro. ** denominação da pampa, pátria dos gaúchos. *** gaúchos, homens de lidas campeiras. A FOME Foi a fome nos campos de uma região rica e com terras produtivas, somada as promessas de reforma agrária não cumpridas, que desencadeou o movimento de luta pela terra no Rio Grande do Sul. Maus governos, maus administradores e aproveitadores que rapinaram grandes áreas para construir barragens e ampliar seus campos de pecuária sem dar a devida atenção aos que ocupavam as terras. Os colonos tiveram que fugir quando as águas represadas tomaram conta das lavouras e de suas casas. Sem ter para onde ir, ocuparam a periferia das cidades formando verdadeiros cinturões de misérias. Quem um dia matava a fome da cidade, hoje clama por um prato de comida. Passaram a encontrar no biscate uma forma de ganhar a vida. Muitos – possivelmente a maioria – dos filhos não seguiram a tradição dos pais porque não tinham terra para produzir. Fatalmente acabaram marginalizados na cidade grande, uma ameaça que poderia ter sido evitada se os governantes cumprissem suas promessas. A cidade pagou caro pelo que deixaram de fazer seus representantes? Ou o ‘’grito do campo’’ foi sufocado por ser minoria e não ecoou na imensidão do pampa? O resultado está aí. O MST nada mais é do que o grito dos homens que não foram ouvidos durante gerações. É a revolta de anos de exploração, humilhação, intimidação, escravidão e descaso. É o berro sufocado no peito durante todos estes anos, o choro da criança com fome nas ruas, o lamento de quem tira a vida para ganhar a vida… Se o MST é uma ameaça, porque não evitaram o caldeirão que se transformou o campo? Cozinharam em fogo brando até engrossar o caldo. Servidos?
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 14:34:27 +0000

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