Maldito imbróglio Monica Baumgarten de Bolle Um Maledetto - TopicsExpress



          

Maldito imbróglio Monica Baumgarten de Bolle Um Maledetto Imbroglio é um filme italiano de 1959, baseado no romance de Cario Emilio Gadcla, em que o detetive responsável por investigar um roubo e um assassinato se vê cercado de vários suspeitos, cadaum de unia região diferente da Itália. Atrama do roman ce é menos o whodunit do que a diversidade de dialetos e pontos de vista. O emaranhado de versões que envolvem o detetive é vertiginoso, um autêntico imbróglio. Democratas e republicanos não conseguiram chegar a um acordo sobre as diretrizes orçamentárias para, o ano fiscal que acaba de se iniciar. Claramente, não falam a mesma, língua, não têm os mesmos costumes e pretendem narrar os fatos de acordo com suas próprias conveniências. Portanto, não conseguem se entender na babei em que se tomou o palco político americano. O governo dos EÚA se viu forçado a paralisar suas operações, a implantar o shutâown. Os jornais foram céleres em lembrar que o último shutdonm foi há 17 anos, em 1996. e durou 21 dias. Contudo, isso ocorreu duran te o governo Clinton, quando a economia ia. bem e o sistema político do país não estava tão emaranhado, dissonante e discordante. A situação de hoje lembra mais o fim dos anos 70, quando havia graves problemas macroeconômicos e, não surpreendentemente, sérios entraves políticos. Em 1977, o shiíMown durou 28 dias, tendo ocorrido em três etapas. Entre elas, houve tentativas malfadadas de tecer um acordo, um presságio do que pode ocorrer agora. O maldito imbróglio político que pode culminar na interrupção dos pagamentos do governo se o teto da dívida publica não ror elevado até o dia. 17/10 foi ofuscado pelas especulações sobre o Fed. Os temores de que o banco central dos EUA pudesse iniciar a redução das compras mensais de títulos foram suficientes para gerar foxte abertura nos rendimentos das Treasuries americanas, provocando grande turbulência nos mercados emergentes, sobretudo nos que enfrentam uma situação macroeconômica delicada, como o Brasil A desvalorização do real e o súbito reconhecimento d os problemas que têm sido aventados incansavelmente pelos críticos das políticas do governo, os chama dos pessimistas adversativos, forçaram um forte movimento de reprecificaçâo dos ativos brasileiros." Quão irônica não é, portanto, a atual situação, Confrontados com a ameaça de que os" EUA tenham de declarar uma moratória por inépcia política nas próximas semanas, os investidores se deparam embora teimem em não reconhecer a gravidade dos "fatos - com a possibilidade de que o dólar volte a se eníraquecer mundialmente e os ativos americanos percam a atratividade recém-conquistada. Foi o que ocorreu em 2011. quanto houve o último imbróglio sobre o teto da divida. Na ocasião, a turbulência dos mercados e o rebaixamento da classificação de risco americana pela agência S&P - a. perda do AAA - bastaram, para tirar os políticos do marasmo e forçá-los a costurar um acordo às pressas. Os mercados, hoje, pare cem tomar como certo que o acor-" do de última, hora também virá, Esqiie-cem-se da irracionalidade política, ou melhor, de que os objetivos políticos muitas vezes passam muito longe das implicações econômicas que resultam daquilo que se percebe como uma obstinação desatinada. Lembrem-se da histórica rejeição do Congresso, em 2009, ao pacote fiscal de US$ 800 bilhões para resgatar a economia da crise. O plano só foi aprovado depois de fortíssima reação dos mercados. Ainda que o acordo seja costurado, bá vários motivos para se alarmar com a situação política dos EUA. Os Republicanos querem derrubar o Obamacare. Obama não pode aceitar que isso ocorra. No fim, o teto da dívida pode ser elevado à custa, de um interminável shutdown. De um modo ou de outro, os mercados emergentes podem, voltar a ser a alternativa menos inóspita. Nesse caso, o "Cristo Redentor desgovernado" da The Economísi parecerá prematuro. E o governo brasileiro poderá salientar, não sem uma .boa dose de razão ímediatista, que tudo e culpa dos outros. Afinal, desgovernados, realmente, parecem ser os outros. * ECONOMISTA, PROFESSORA DA PUC-RIO E DIRETORA DO TERE/CASA DAS GARÇAS
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 07:53:29 +0000

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