Me encomendaram uma crônica e eu, recusei. Há alguns anos deixei - TopicsExpress



          

Me encomendaram uma crônica e eu, recusei. Há alguns anos deixei minha coluna por falta de assunto, que pode ser refletido em falta de talento mesmo. Mas resolvi escrever uma para mim mesmo e compartilhar com vocês. Vivemos hoje em um mundo virtual querendo ser dominado pela superficialidade das comunicações. E não digo apenas das notícias propaladas pela rede globo e seguidoras. A maioria das pessoas querem ser uma rede globo, um repórter vesgo da vida alheia, que se caracteriza em exposição fácil e gratuita do que o outro está fazendo. Como tudo pode ser fotografado, publicado, postado, reescrito em outras palavras, gravado e enviado por e-mail, porque o Zé das Couves não pode ter sua vida cantarolada pela Dona Berenice? A máxima do falar mal é lugar comum pois o Bonner e o Nelson Rubens pode, porque eu não posso? Mas o que tem na vida do outro que fascina tanto? O suposto fracasso do que cai torna-o um eterno derrotado para quem quer. Ele pode se levantar mil vezes que o falador o olhará deitado. O suposto sucesso da mesma forma, produz, em alguns, o sentimento nada sadio da inveja. Fascinio deverasmente nojentesco, para não dizer que não vejo a globo. Tudo é culpa desses bole bolenses desgranhentos, que insistem em fazer um desmoralizamento barato do vizinho saramandaioso que comprou um liquidificador novo. Não se suporta o sucesso alheio, mesmo que esse sucesso seja panela de pressão nova. Assim como não se poupa quem tropeça. E tome pedra na Geni. Deu na globo e seguidoras, não se discute, é a lei de Lavoisier pela metade, “nada se cria”. E tem outra, critica-se a dona globo mas as oito e meia, o jornal nacional segue hipnotizando o povo, seja ele rude ou envernizado.Quem fala de um hoje fala de outro amanhã, muda-se apenas o personagem, ou melhor, muda-se o veículo. A globo passa a ser o vizinho que consegue decifrar nos mínimos detalhes os sentimentos mais íntimos do objeto de algum pecadilho. É proibido pecar! Que coisa interessante é o ser humano. Uma vez eu li que existem pessoas que não conseguem ver o outro senão pelo ângulo de seu próprio tamanho. Inventaram um nome charmoso para fofoqueiro, que é paparazzo. Não é a toa que o maior predador da terra é o homem, o único animal que estoca e desperdiça, que se enriquece, que envenena. A gentileza virou biscoito fino! Outro dia perguntei a um candidato a amigo se ele saberia a localização de um determinado endereço e, ao invés de ouvir uma gentil resposta de sim ou não, ouvi ‘altivamente’:- Geografia não é meu forte, meu caro! Tudo culpa dos bole bolenses! Mas eu não desisto do ser humano, nada mais belo que ele, quando quer ser bom. Completando a Lei de Lavoisier, “tudo se transforma” quando se quer ser solidário, ser gente. As maiores invenções e genialidades do mundo não chegam perto dos pequenos gestos solidários anônimos que não passam em horário nobre. Eu acredito sim em heróis e confesso que não sou um deles. Herói é você que não se compraz em ser leviano com o seu próximo e o trata com respeito e consideração sem querer nada em troca. É você que não olha primeiro o que pode ganhar sendo amigo. É você que podendo ser indiferente, é gentil e amável. É você que não se cansa de ver o lado bom das coisas e das pessoas. É você! Gente ( Caetano Veloso) Gente olha pro céu Gente quer saber o um Gente é o lugar De se perguntar o um Das estrelas se perguntarem se tantas são Cada, estrela se espanta à própria explosão Gente é muito bom Gente deve ser o bom Tem de se cuidar De se respeitar o bom Está certo dizer que estrelas Estão no olhar De alguém que o amor te elegeu Pra amar Marina, Bethânia, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana, Dedé Gente viva, brilhando estrelas Na noite Gente quer comer Gente que ser feliz Gente quer respirar ar pelo nariz Não, meu nego, não traia nunca Essa força não Essa força que mora em seu Coração Gente lavando roupa Amassando pão Gente pobre arrancando a vida Com a mão No coração da mata gente quer Prosseguir Quer durar, quer crescer, Gente quer luzir Rodrigo, Roberto, Caetano, Moreno, Francisco, Gilberto, João Gente é pra brilhar, Não pra morrer de fome Gente deste planeta do céu De anil Gente, não entendo gente nada Nos viu Gente espelho de estrelas, Reflexo do esplendor Se as estrelas são tantas, Só mesmo o amor Maurício, Lucila, Gildásio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé Gente espelho da vida, Doce mistério
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 07:22:35 +0000

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