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Medicina ainda é curso de perfil elitista no Brasil RIO - Apesar de a população brasileira ser constituída por 50,7% de cidadãos autodeclarados pretos ou pardos, somente 1,5% dos médicos se dizem de cor preta e 13,4%, de cor parda. Os dados são do Censo de 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por conta desse perfil, em que 82% dos profissionais declaram-se brancos, alguns pesquisadores apontam a elitização do curso como justificativa para falas que podem ser consideradas preconceituosas, como a da jornalista de Natal que afirmou que as médicas cubanas, muitas negras, pareceriam-se com empregadas domésticas, profissão em que, segundo o Censo, há 61% de autodeclarados pretos ou pardos. Para o professor de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Marcus Dezemone, a falta de profissionais brasileiros negros deve-se à relação entre a condição econômica e racial. — O percentual de médicos negros no Brasil espelha a distribuição econômica do país, mas não corresponde à distribuição demográfica. O principal motivo para esse quadro é o acesso ao ensino superior — afirma o professor, que acredita que a entrada na universidade sempre foi excludente. — O aluno negro geralmente é de condições financeiras que impossibilitam um ensino de qualidade e, muitas vezes, há constrangimento por pleitear um espaço que historicamente lhe é negado. A vaia ao médico negro cubano evidencia esse distanciamento. Proporção de negros cresce Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Claúdio Costa, das 108.033 matrículas feitas no curso de Medicina em 2011, somente 11,6% são de estudantes negros (termo utilizado pelo Inep em suas pesquisas). Em 1997, o número era um quinto disso. Há dois anos atrás, o percentual de concluintes negros foi de 2,7%. A média nacional, envolvendo todos os cursos, tinha o percentual de 6,13%. — A vaga é pública, logo, ela deve atender a realidade de toda a população, e não somente de um grupo — afirma o presidente do instituto. Para o pesquisador do IBGE, José Luis Petruccelli, mudanças como cotas nas universidades públicas ou no ProUni (programa federal de bolsas em instituições particulares) ainda não vão trazer equivalência do percentual de negros na população com o percentual de negros entre os médicos, especialmente se for levado em conta que mais de 70% das matrículas no ensino superior hoje estão no setor privado. Em nota ontem, o Conselho Federal de Medicina repudiou preconceito ou xenofobia na reação aos médicos estrangeiros. Fonte: O GLOBO 29/08/2013
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 17:42:44 +0000

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