“Meu corpo é elétrico. Metálico e estático como as máquinas dos engenheiros hostis e escravos da revolução industrial. Minhas comparações e analogias são repetitivas e comuns. Não há em mim originalidade e criatividade para me fazer construir alguma coisa que mereça ser ouvida pelo governo. As luzes já brilham lá fora, eu não sei mexer com fusíveis. Eu apenas mexo com a escrita, com essa substância de sublimação imediata. Eu bebo champanhe feito de lágrimas por não saber como destruir um coração. Meus olhos são portais no quais ninguém consegue utilizar para algo, minhas opiniões são fins que não justificam meios. Meu corpo é elétrico, é estático como o pulsar do relógio que conta minhas horas finais. Sou apenas mais um produto da sociedade que vai conter a bandeira do Reino Unido. Sou apenas o Getleman Robot da Queen. Eu sei de cor o “God Save The Queen". Eu ainda serei usado para matar todos os empecilhos que o imperialismo tiver. Ainda vou ser usado em escambos com os chefes das tribos e vou ocasionar guerras. Vou ser chamado de bomba, de morte instantânea. Vou ser o obelisco de ferro, o monstro metálico. Porém eu apenas sou o corpo elétrico, não há sentimentos em mim. Sou apenas o fantoche, por mim não passam emoções, apenas os estímulos oriundos das Factorys. Eu não vivo na Inglaterra ou em qualquer continente desse mundo. Sou uma ideia, um conceito. Não me chame de robô, mesmo com meu corpo elétrico. Sou humano da Silva. Não há em mim qualquer senso crítico ou ideias próprias, sou apenas uma réplica metálica do fruto podre produzido pela sociedade.” — Vinícius Canário
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 19:02:18 +0000
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