Minas: Falha e desconhecimento reduz doação de órgãos em 64% - TopicsExpress



          

Minas: Falha e desconhecimento reduz doação de órgãos em 64% em Minas Gerais. 25/09/2013 18:57:00 Atualizado em: 25/09/2013 18:57:00 Por:104fm Piumhi, MG “Não”. Essa foi a primeira resposta que a aposentada Marília Amaral, 65 anos, disse a um médico que lhe propôs doar as córneas e os rins do marido há três anos, mesmo seu companheiro tendo recebido diagnóstico de morte encefálica, que não tem reversão. “Lembro que o médico me fez mudar de ideia quando falou que iríamos salvar vidas porque meu marido estava morto. Só assim aceitei doar, porque tive orientação,” disse. Mas, infelizmente, casos como o da aposentada não são regra em Minas. Segundo dados do MG Transplantes, a cada três casos de indivíduos com morte encefálica, apenas um se concretiza em doação de órgãos por falta ou por demora na comunicação a autoridades competentes. Esse é um dos temas debatidos na Semana Nacional da Doação de Órgãos, iniciada anteontem em todo o país. Desde 1992, a Lei 10.860 obriga, em caráter de urgência, a notificação sobre morte encefálica por parte dos hospitais. Mesmo assim, a medida nem sempre é cumprida, e apenas cerca de um terço desses casos acaba sendo disponibilizado para doação. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), apenas entre janeiro e julho deste ano, 64% dos possíveis doadores não concluíram o processo de doação. Foram identificados 291 possíveis doadores no Estado nos primeiros sete meses do ano, mas apenas 104 tiveram os órgãos realmente transplantados. De acordo com o diretor do MG Transplantes, Charles Simão, o alto número de recusas em doar órgãos a partir das notificações é causado principalmente pela relutância das famílias em aceitar o diagnóstico de morte encefálica. “Muitas famílias confundem o estado de coma, que pode ser revertido, com a morte encefálica, que não tem reversão. Isso retarda um processo que poderia ajudar a salvar outras vidas, sem contar que coração e pulmão, por exemplo, não podem ser aproveitados para doação após um período máximo de seis horas”, explicou. A falta de neurologistas no Estado também é um entrave para que os próprios diagnósticos sejam feitos, uma vez que a Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN) recomenda a presença de um especialista para realizar o exame que confirma a morte encefálica. O estado de coma é definido pela ausência de consciência, mas com funções cerebrais ativas e com funcionamento ativo de outros órgãos do corpo. Por isso, em vários casos, a partir da terceira semana de internação, o coma pode ser reversível. Já a morte cerebral, ou morte encefálica, é caracterizada pela ausência total e irreversível de funcionamento no cérebro – por isso, é chamada também de morte clínica. Nesse caso, a falência dos outros órgãos geralmente acontece entre três e sete dias. O diagnóstico de morte cerebral deve ser feito por um neurologista, segundo a Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN). No entanto, não há impedimento legal para que o diagnóstico seja realizado por outro médico. O exame mais comum para o diagnóstico da morte cerebral é o eletroencefalograma, que informa se há ou não atividade cerebral completa no paciente. Uma vez feito, o exame ainda precisa ser repetido seis horas após o primeiro diagnóstico para confirmar a situação. O monumento em homenagem a doadores de órgãos foi apresentado ontem, durante assinatura de convênio entre o MG Transplantes a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para instalá-lo na Assembleia Legislativa de Minas. Segundo o escultor Léo Santana, a obra terá formato semelhante ao de um coração. “São duas mãos completando o gesto de quem está doando e recebendo”, contou. Cerca de 24 mil nomes de doadores vão preencher a escultura, que deve ficar pronta em três meses. Fonte: O Tempo Notícias
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 22:15:53 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015