Na minha humilde residência, em Irajá, na cidade do Rio de Janeiro, onde vivi por muitos anos com meus Amados Pais e Irmão, mal tinha um aparelho de TV e um rádio. Nem telefone fixo tínhamos. Minha mãe gritava uma só vez. Não a respondia e entrava rapidinho. Vivia ralado, jogava bola descalço, pois por muitas vezes não tinha um tênis para utilizar. Areia, barro, mato, esse era meu Mundo. Futebol, bolinha de gude (perdia muito), rodar peão (mal), soltar pipa (correr atrás no mato e admirar meu irmão soltando). Me chamavam de Cabeção e Brucutu e nem por isso eu entendia que era esse nome feio. Era o menor aluno e mais novo na escola e nem por isso vivia sofrendo. Andava de Acari a Irajá, para economizar o dinheiro da passagem e comprar pão doce com meus amigos no supermercado Rainha de Coelho Neto. Não tirava meleca como este garoto, mas sacaneava muito quem o fazia. Não fumei maconha e não usei cocaína. Era o otário. Brincar de pique bandeira, pique esconde e agarrava as menininhas que deixavam ser agarradas. Não tinha agenda escolar e nem por isso minha mãe foi chamada para ir à escola, mas se fosse...coitado de mim. Minha mãe não me dava palmadas, dava cintadas, beliscões...ou arremessava o que estivesse perto de mim. Desobedecer minha mãe, nem pensar. Desrespeitar Professor ou uma pessoa mais velha, nem passava por minha cabeça. Sabia as consequências. Não tenho nenhum problema quanto ao meu passado, ou será que tenho? Não gosto de rosquinha Mabel e de suco de Caju. Não faltava no cardápio lá de casa. Nuget, biscoito recheado, biscoito de isopor, sorvete e outros "alimentos", lá em casa nunca rolou. Graças a Deus dos tapas de minha Mãe, graças a Deus do meu Pai para me proteger de minha Mãe, graças a Deus pelo meu passado. Graças a Deus.
Posted on: Fri, 12 Jul 2013 00:35:32 +0000
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