Nas Terras do Demo, feitas de gente rude mas inteligente e - TopicsExpress



          

Nas Terras do Demo, feitas de gente rude mas inteligente e sensível, chamam-lhe a noite das capuchas. A modernidade aplica-lhes agora o correctivo de dia das capuchas. Uma sem-vergonhice que esqueceu o lusco do fusco para um último folego de envelopes debaixo da porta, uma ultima conversa, uma nota do BCE que muda de mãos, um aconchego, uma promessa de emprego, uma ameaça, qualquer coisa. Nem que seja um jornal impresso na madrugada, a distribuição de cabazes com produtos alimentares - que velhaco país este que permite o suborno com comida, a promessa do alcatrão no caminho que há 20 anos tem terra calcada – e nem sequer batida, o perdão na ligação ao saneamento, a comparticipação na ligação da luz eléctrica, a cunha para a filha que coitada acabou o curso e irá ter que trabalhar, a vaga na creche que tarda e que na segunda-feira fica resolvida. E agora, adorável pátria dos avanços tecnológicos, a oferta de telemóveis para fotografar o boletim de voto – retrato que tendo a cruz no quadrado certo valerá cem euros. A miséria é a indigência da democracia e há quem; oh! Como os percebo, diga que as contas dos votos em Lisboa e no Porto não têm o mesmo valor eleitoral das pequenas autarquias, porque a democracia é coisa de gente fina, iluminada e povoada. Estercos de uma pátria que não encontram no fundamental a razão para se alcandorarem ao estrelato e preferem ser reis da rua a imperadores do país. Enfim minudências das misérias de uma República feita puta de perna aberta à espera de quem melhor pague a enfiadela, seja ela na passarinha ou no boletim de voto. Excrescências que não me preocupam neste dia de chuva em que o jornal chegou um dia mais cedo, há café, cigarros, sossego e leituras atrasadas a retomarem o quotidiano. O que me preocupa é de onde raio vem o dinheiro. Da filantropia ou da solidariedade não será ou os padres não se queixariam da diminuição do peso dos cestos das oferendas. Dos dízimos retirados ao soldo do cargo não o creio porque neste interior o reles do presidente de câmara ganha 2500 euros, limpos, se os ganhar. Até nisso a democracia é uma puta que paga melhor a quem maiores clientes têm. Enfim o que eu gostava de saber era de onde vem o dinheiro que paga os porcos nas varas que apregoam ser de espeto, de que mercearia chegam os abastecimentos que hão-de matar a fome aos desfavorecidos da Pátria, com que 30 dinheiros são pagos o voto e o retrato, quem custeia os telemóveis ou a gasolina dos 4 carros de som que espalham a voz do messias pelas aldeias mais recônditas do concelho mais exaurido, de pessoas e, no que me bonda, de sizo. E com que pilim se hão-de encher os tanques do gasóleo das carrinhas do clube e do rancho que no Domingo é preciso levar os velhos até às urnas que a democracia quer-se participada, de novos e velhos. O pilim, a massaroca, os ouros, a cheta que paga este frenesim todo é que eu não vejo de onde vem nem como é escrutinada, auditada, justificada que seja. É um forrar vilanagem de gastos e desvarios que de repente não percebo se caminhamos na retoma, se lhes saiu o euromilhões, se é o crescimento que está a subir as escadas. Não percebo de onde vem a massa. Nem quem investe na corrida de galgos em que se transformaram, em tantos lados seja da freguesia ao município, estas eleições que muitos juram ser limpinhas, limpinhas e limpinhas mas que para mim parecem ser dignas de água rás e terebentina. Talvez, se o cinismo o deixar, se perceba como fomos tendo equipamentos de gabarito dos quais não temos dinheiro para pagar a conta da luz, ou como agora chegam os centros coordenadores culturais, a moda dos multiusos, as piscinas, os pavilhões e as circulares de quatro faixas mas sem passeios. Falta-nos a água, falta-nos o saneamento, os empregos são mais raros que pepitas de ouro e falta-nos o sizo. E talvez aqui, nessa confrangedora falta de controlo dos milhões gastos numa campanha eleitoral por um país que desconta 100 euros a quem tem reformas de 500 (pois as balelas desmontam-se na hora de entregar a declaração do fisco e confisco das finanças cujos amanuenses são pagos com prémio de desempenho e quem mais esbulhar mas aufere) esteja a radicalização de quem se sente cada vez mais insultado por uma pátria comandada por políticos que governam em proveito próprio. Os juízes, Constitucional à cabeça, recebem mordomias e soldos superiores às outras castas. Prebendas e comendas que mesmo que a profissão fosse mal paga obrigariam a decência com quem sofre. E de certeza que nenhum está lá obrigado. E os parlamentares criaram a tal entidade que deveria fiscalizar as ditas. E há os mandatários financeiros. Mas não há contas públicas, sanções conhecidas, ou justificações devidas. E quem investe espera retorno. E com taxas com rendibilidade assegurada. Mas as contas das campanhas, que alegadamente são pagas e subvencionadas com o dinheiro dos impostos, servem para manter funcionários, comprar votos e silenciar consciências. Indulgências da democracia fétida com que nos brindaram e que alguns ainda se dão ao luxo de exibirem o retrato na hora do voto e depois se recolherem rodados na alternância partidária. E depois admiram-se que o povo se olvide. Pois mas aqui, nestas berças da pátria vivem pessoas que, precisamente por terem menos literacia e menos febras de porco para comer que a Isabel fez a bondade de abolir os bifes, mereciam outros destinos e outras lideranças. E assim apagamos a pátria, os portugueses e regressamos ao feudalismo. Olhe Ti Manel cá lhe trago o bacalhau miúdo, as salsichas, o atum, a massa, o arroz e o açúcar. E vote em mim que sou o décimo quadrado a contar de cima. Tome também este telemóvel para fotografar o voto que eu depois dou-lhe cem euros para ir ao médico e pagar a conta na farmácia. Mas eu não sei usar essas modernices. É só carregar neste botão que eu depois quando vier trazer as notas levo o retrato. O doutor desculpe a parvoíce mas, ainda que mal pergunte e não me tome a mal, de onde é que vem tanto dinheiro? Foi da herança do seu paizinho? Não vem do Terreiro do Paço. São os custos da democracia e está na lei. Pois…Era dar-lhe com o estardulho nas peitas. Mas enfim como dizem os brasileiros passarinho que come pedras lá saberá o cu que tem.
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 11:07:26 +0000

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