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Neste momento de preparo e de reflexão para a formatura dedico essas palavras a todos os meus colegas da turma 79, em especial para meus mais próximos Juliana Danilow , Jenifer Melo, Leandro Rocha, Júlio César, Amanda Mesquita, Armando Mori, Marcelo Pinto, Luana Reis Schvartz e Douglas Rodovalho... ________________________________________ Sobre o maior prêmio desta jornada, tivemos uma melhor compreensão do Ser mais complexo de que se tem notícia. Mas, o que significa, resumidamente, ter consciëncia do que é o Ser Humano? Bem, se lhes lanço ao vento o fragmento de frase "...os últimos seis anos da sua vida..." imediatamente essas palavras estimulam em suas memórias o resgate de momentos preciosos da fase mais recente e épica de nossas histórias. Rapidamente passam diante de nossos olhos lembranças de grandes alegrias com nossas famílias, amigos e mestres. Em instantes, nossas memórias resgatam períodos de grandes sofrimentos, de importantes conquistas, irreparáveis perdas, momentos de alegrias, tristezas, de intensos conflitos, mas também outros de extrema paz. Todo esse processo mental e invisível que movimenta as emoções, vidas e o mundo, chamado de pensamento, resulta do domínio da linguagem. Sem essa característica – exlcusiva da nossa espécie-, não poderiam existir os significados nem as idéias e, muito menos, as emoções e atitudes que tomamos frente a elas. Talvez, o maior exemplo da importância da linguagem esteja na comédia. O ato de rir no clímax de uma piada resulta da intensa felicidade que nos inunda por termos compreendido a história contada. A comédia então é pelo menos uma das inúmeras provas de que nossa felicidade está intimamente conectada ao ato de compreender, de APRENDER... Estudar é compreender e aprender, sendo este hábito, portanto, um grande trunfo nosso rumo à felicidade. E se o resultado do estudo da medicina é o Poder de proteger o maior Bem da Criação ou o maior prodígio da Evolução – como queira interpretar – nós, médicos (como qualquer outro estudioso da existência) então teríamos as chances mais prováveis de conquistar e de promover a felicidade...(aqui valem as intermináveis reflexões e as vezes ateh mudanças de paradigmas...) Aquela criança que via o mundo, de baixo, por sua lente pura e ingênua agora é capaz de compreendê-lo nos níveis mais complexos de sua grande estrutura, cheia de engrenagens e peças muito diferentes umas das outras, mas totalmente intercambiáveis e, incrivelmente, em equilíbrio... Um equilíbrio que nos conforta. Somos praticamente viciados em equilíbrio e normalidade, afinal, além das trivialidades da vida, é isso o que procuramos ao salvar nossos pacientes de suas doenças, trazendo-lhes de volta o mar de águas calmas com o céu sem nuvens...Mas, com um mundo cheio de diferenças, até onde podemos considerá-las (as diferenças) normais sem que o belo quadro da vida desbote ou tenha suas cores manchadas por um pingo d’água e o desequilíbrio se torne evidente e incômodo? Estamos falando de critérios de normalidade, comuns em nossos exames laboratoriais e protocolos de diagnostico e tratamento, que usamos para dizer que isso está certo, aquilo está errado. Porém, ao mesmo tempo, também falamos da vivência diária com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho, pacientes e estranhos nas ruas. Falamos de onde TENHO RAZÃO e VOCÊ NÃO! - e vice-versa... Falamos de quando respeitar ou não os costumes, o pensamento, o estilo de vida, as vontades, as esperanças, a liberdade religiosa, de amor, as noções de direito e dever diferentes das nossas e até do desejo/direito de escolher viver ou morrer. Falamos de onde Deus e a Ciência traçaram a linha entre o certo e o errado, onde ambos concordam nessas linhas e onde discordam. Falamos de quem está com Deus, de quem está só com Ciência e de quem, ao seu jeito, concorda com os dois... Na verdade, caros colegas, do que estamos falando é do quanto temos ainda a ver, ler e aprender sobre as diferenças do mundo e das pessoas, a fim de saber até onde nossa tolerância e empatia precisam ser estendidas na busca pelo reino da justiça e do bem-estar de todos, especialmente de nós mesmos e da nossa consciência... Nessa jornada, ao menos um criterio já é certo e a medicina nos ensinou: não havendo excessos, diferenças são normais e nos adaptar a elas também é normal e NECESSÁRIO para vivermos bem... Começo. Fim. Nascimento. Morte. Parece que todo objetivo de uma história é o seu fim. Mas, e a história de nossos laços familiares, amizades, amores e sonhos? Dessas histórias, não esperamos o fim... Apenas vivemos cada uma, na espectativa de descobrir o que mais de inédito vem pela frente. Que novos instantes iremos registrar, os quais nos surpreenderão trazendo novos sorrisos, sentimentos de dever cumprido, lágrimas de felicidade e até lágrimas de tristeza, as quais em um novo passo nos farão felizes pelo aprendizado que trouxeram. Talvez, o grande objetivo de Tudo isso - muito além de amenizar o sofrimento e até salvar vidas - seja aprender, ensinar e lembrar a quem pudermos que nós , seres humanos, somos os únicos a quem a vida desvendou os seus segredos e permitiu seu domínio. Proteger a saúde é reafirmar, a cada conduta, nosso inestimável valor, como indivíduos e como conjunto. Nisso, creio eu, a medicina encontra sua infalibilidade. Que tenhamos sempre a sabedoria e humildade necessárias ao uso deste grande Poder e sua justa disseminação. Que pela frente, seja desvendado um caminho de muito sucesso neste audacioso projeto, o qual guarda em si os segredos da felicidade nossa e de quem nos cerca. Um ótimo recomeço a todos! ... Marcelo Miguel.
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 03:56:46 +0000

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