No Reino da Malandragem Blog do Tessle No Brasil do Século XXI malandragem virou sinônimo de desonestidade Malandro é aquele que coloca o carro em local proibido e alega: "é só por um minutinho". Malandro e mau caráter. Malandro é aquele que apela aos embargos infringentes e pede novo julgamento aos clientes mensaleiros. Malandro e cara-de-pau. Malandro é aquele que entra no avião com duas malas, incomoda todos os passageiros e tenta colocá-las no bagageiro, mesmo que tenha que amassar bolsas e casacos. Malandro e mal educado. Malandro é aquele que recebe sem dar nota fiscal para enganar o Fisco. Malandro e ladrão. Malandro é aquele que aos ser parado em uma blitz por excesso de velocidade ou ingestão de bebida alcoólica coloca algumas cédulas de R$ 100 junto com a CNH. Malandro e subornador. Malandro é também aquele que aceita as cédulas e libera o motorista irregular. Malandro e vendido. Malandro é aquele que dá presentes e dinheiro para responsáveis por licitações para ser favorecido em obras públicas. Malandro e criminoso. Malandro é aquele que financia campanhas de políticos para colher favores – como aprovação de licenças impensáveis – depois da eleição. Malandro e imoral. Malandro é aquele que distribui gorjetas ao maitre e aos garçons para ter uma mesa antes no restaurante. Malandro e babaca. Malandro é aquele que rouba energia elétrica, sinal de TV a cabo ou água de depósitos e diz que está fazendo justiça. Malandro e incoerente. A malandragem é característica do brasileiro. Foi imortalizada no personagem Zé Carioca, nos filmes de Walt Disney. Mas malandragem não significa desonestidade. Os 10 exemplos acima trazem o pior da dita malandragem – e que na verdade é apenas mau caratismo. Enquanto ser esperto significar tirar vantagem em tudo o Brasil estará crescendo para o lado errado. Na semana que colocou em cheque a integridade do STF, o país descobriu-se menos malandro. E mais trouxa.
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 18:44:29 +0000
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