“Não faz muito tempo, li na internet um artigo de um intelectual ligado ao PT em que se faz um elogio indisfarçado e indisfarçável do regime da... Coreia do Norte! E o autor é um intelectual, e ainda por cima historiador. Um historiador tecendo loas à Coreia do Norte em pleno século 21! (...) O historiador reconhece esse regime como socialista, e sua ideologia é legitimada porque estaria a serviço da economia e da soberania política do país. Enfim, o regime é implícita ou explicitamente incorporado como componente responsável do campo ‘progressista’. Trocando em miúdos, a razão desse enorme engano político parece estar em um raciocínio vicioso que, ainda por cima, articula uma premissa de verdade duvidosa. Assim: os maiores adversários do progresso social seriam os americanos, a Coreia do Norte é um dos regimes que mais se chocam com o governo americano, logo a Coreia do Norte encarna bem o progresso social, e por isso merece ser defendida... (...). Em segundo lugar, há aí um vício de raciocínio (...). O princípio do terceiro excluído nunca valeu em matéria de política, e hoje vale menos do que nunca. Os inimigos dos nossos – eventuais – inimigos não são necessariamente, nem mesmo em geral nossos amigos. Não há apenas uma força reacionária ou antiprogressista na história contemporânea. Há vária, e de conteúdo múltiplos”. Ruy Fausto, ‘Radicalismo’.
Posted on: Sun, 27 Oct 2013 23:27:33 +0000
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