O CREDO DE EURIPEDES BARSANULFO Foi ao ensejo da memorável - TopicsExpress



          

O CREDO DE EURIPEDES BARSANULFO Foi ao ensejo da memorável vitória de Eurípedes sobre 0 famoso orador sacro de Campinas, Estado de São Paulo, que ele lançou aos quatros ventos do Brasil notável publicação de alto valor histórico - 0 CREDO QUE EURIPEDES SUBSCREVEU (E CUMPRIU) Trata-se do CREDO de Emanuel Darcey, incondicionalmente subscrito por Eurípedes, em a noite de 31 de outubro de 1913— dois dias depois da polêmica acima mencionada. A publicação do Credo aludido se fez, para ampla vulgarização. CREIO Que não temos nossa causa em nós mesmos Que existe acima do homem e superior a natureza um Ser Pensante, Infinito, Eterno, Imutável, um Supremo Legislador Que a existência de um Criador De uma Razão primitiva É um fato adquirido pela evidência material dos fatos. Que o Universo não é nem surdo, nem cego Que a vida não e uma confusão sem fim Um caos informe Que tudo tem a sua razão de ser, seu alvo, seu fim. CREIO Que o Nada e uma palavra vã Que a Morte não existe Que nada morre Que o ser sobrevive ao seu invólucro Que a morte não é um termo Mas uma metamorfose Uma transformação necessária Um renovamento Que somos eternos pela base do nosso ser Que nada do que existe pode ser aniquilado Que existiremos, porque existimos. CREIO Que não há aniquilamento Mas sempre estados sucedendo outros estados A eterna transmissão de outra ordem de coisas a outra De uma economia a outra De um serviço a outro Que tudo renasce Que tudo é o verdadeiro começo Que nascer não e principiar Mas mudar de figura Que nossas existências são mais do que continuações, séries, consequências Que sono ou despertar Morte ou nascimento São uma e a mesma coisa Transição semelhante, acidente previsto. CREIO Que tudo evolui e tende para um estado superior Que tudo se transforma e aperfeiçoa Que o homem marcha sempre e sempre se engrandece Que tudo rola, prolonga-se e renova-se Que a morte não é o único teatro de nossas lutas e de nossos progressos Que o Universo é sem lacuna Que há mundos infinitos nesse universo infinito Que o mundo e um ponto que conduz a outro Que os há para todos os graus de crescimento. CREIO Que, saindo desta vida, Não entramos em um estado definitivo Que nada se acaba neste mundo Que, enquanto um destino humano tem alguma coisa a cumprir, isto é, Um progresso a realizar Nada está acabado Que a morte não deve ser tomada senão como um descanso em nossa viagem Que a morte é feixe de caminhos Que irradiam em todas as direções do Universo Nos quais efetuamos nosso destino infinito. CREIO Que Deus não criou almas civilizadas Que a alma humana é o resultado do trabalho da vida Que todos os homens são cidadãos da mesma pátria Membros da mesma família Ramos da mesma árvore Que todos têm origem, destino e aspiração comuns Que todos começam a ascensão Que estão somente mais ou menos altos Que os mais vis têm por lei alcançar os mais elevados. CREIO Que o homem não é o último anel que une a criatura ao Criador Que não somos os primeiros depois de Deus Que temos ao menos tantos degraus sobre a cabeça como abaixo dos pés Que a Vida está em toda a parte Que a alma está em toda coisa Que o copo envolve o espírito Que o homem não é o único Que é seguido de uma sombra Que todos, o próprio calhau miserável, tem atrás de si uma sombra, uma sombra diante deles Que todos são a alma que vive, que viveu, que deve viver. CREIO Que a harmonia do Universo se resume em uma só lei Que o progresso por toda parte é para todos Para o animal como para a planta Para a planta como para o mineral Que tudo segue a mesma rotação Que tudo morre da mesma maneira e morre ultimamente Que a vida sorve todos os seus elementos da própria morte Que cresce por série contínua de transformações infinitas Que parte do infinitamente pequeno Marcha para o infinitamente grande. CREIO Que tudo o que vive é encarnação Que toda evolução, toda transformação é encarnação Que as criaturas sobem no crescimento dalma como nos dos invólucros Que o homem é o espírito encarnado Que a alma não é criada ao mesmo tempo que o corpo Que ela é apenas incorporada Que a encarnação é uma lei da natureza Uma necessidade absoluta, consequência lógica da lei do progresso Que todo homem é um resumo de existências anteriores Que se compõem de numerosas personagens, formando um só. CREIO Na pluralidade dos mundos Na multiplicidade das existências Na universal ascensão dos seres Na progressão continua da alma Com os seus transportes, seus recuos, suas crises e as sansões que daí decorrem. CREIO Que neste Universo Obra da Infinita Sabedoria Nada acontece pelo jogo do acaso Que nada se faz sem uma Soberana Justiça Que toda desordem não existe senão em aparência Que não há acaso nem fatalidade Que ha forças, leis que ninguém pode derrogar Que todas as coisas do mundo têm ligação entre si Que nada é isolado Que o mundo material é solidário com o mundo espiritual Que ambos se penetram reciprocamente Que tudo se mantém, Tudo se concorda Tudo se encadeia e se liga Sobre o ponto de vista moral, como físico Que na ordem dos fatos Dos mais simples ao mais complexo Tudo é regulado por uma lei. CREIO Que a lei moral é uma verdade absoluta Que a Justiça, a Sabedoria, a Virtude Existem na marcha do mundo Tanto quanto a realidade física Que não se pode transpor, sem trabalho e sem mérito, um grau na iniciação humana Que o espírito deve chegar só, por si, à verdade E tem de tornar-se merecedor de sua felicidade Que a felicidade para ter tido o seu preço, deve ser adquirida e não concedida. CREIO Que a vida não é um jogo, uma ilusão Que a verdadeira vida não é a que multiplica os gozos Que a felicidade tal qual a entendemos não pode existir Que é preciso que o esforço subsista neste mundo Que não estamos aqui para gozar Mas lutar, trabalhar, combater Que a luta é necessária ao desenvolvimento do espírito Que o verdadeiro fim da vide consiste no dever Que incumbe a todo ser humano de subjugar a matéria ao espírito. CREIO Que o homem é justificado não por sua fé Mas por suas obras Que a prática do bem é a lei superior A condição sine qua non de nosso futuro Que a santidade é o alvo a que devemos chegar Que não se pode fazer tudo impunemente Que a felicidade e a desgraça dos homens dependem absolutamente da observação da lei universal Que rege a ordem na natureza CREIO Que existem um Inferno e um Paraíso filosóficos, isto é, Um sistema natural que liga entre Si, intimamente, as causas além e aquém do tempo Que sempre nos sucedemos a nós mesmos Que sempre determinamos Por nossa marcha presente a marcha que seguiremos mais tarde. CREIO Que o presente determine o futuro Que cada homem tece em volta de si o seu destino Que se toma sem cessar o que mereceu ser Que nenhum desvio do caminho reto fica impune Que os que dele se afastam serão a ele levados fatalmente Que o progresso é uma lei soberana A qual ninguém resiste Que não há um defeito Uma imperfeição moral Uma ação má Que não tenha a sua contradita e suas consequências naturais Que não há ato útil sem proveito Falta sem sanção Que não há ação que possa sonegar-se. CREIO Que cada um deve a si mesmo a sua sorte Que cada um cria a si mesmo as suas alegrias como as suas penas Que o homem é o seu próprio algoz Que se remunera e se pune a si mesmo Que colhe o que semeia e nutre-se do que colhe Debilitado ou fortificado pelos alimentos que ele próprio produziu Que a alma transporta em si mesma o seu próprio castigo Em todo lugar em que se possa encontrar Que o inferno não é um lugar, mas uma condição de ser Um estado da alma Que pertence a cada de nós sair dele ou até nos manter CREIO Que a pena não está senão na falta Que é impossível que essas coisas possam separar-se Que o sofrimento não é o resultado do acaso Que toda lágrima lava alguma coisa Que a dor e culpabilidade são sinônimos Que o homem em evolução é tributário de seus erros e De seus maus pensamentos Que somos nós os instrumentos de nosso próprio suplicio. CREIO Que toda vida culposa deve ser resgatada Que toda falta cometida Todo mal causado é uma dívida contraída Que deve ser paga no momento ou noutro Quer em uma existência quer na outra Que a fatalidade aparente Que semeia de males o caminho da vida Não é senão a consequência do nosso passado O efeito produzido pela causa Que a vide terrestre é ao mesmo tempo reparação e preparação Que nenhum de nós é o que deve ser e Que é preciso que a razão se cumpra Que a justiça se faça e o bem seja feito. CREIO Que cada nova existência é um novo ponto de partida Em que o homem é aquilo que se fez Que renasce com o seu débito e com o seu crédito Que nada perde do que adquiriu Que o esquecimento temporário do passado É a condição indispensável de toda provação e de todo progresso Que é preciso que o esforço seja livre e voluntário Que o conhecimento dos fatos anteriores e Das sanções inevitáveis embaraçaria o homem Em lugar de ajudá-lo Que é justo e necessário que Em seu estado atual, o passado e o futuro lhe sejam ocultos. CREIO Enfim, que a revelação é progressiva Que a verdade se desvenda sempre Segundo os tempos e os lugares Que estamos na aurora da vide consciente E que marchamos, todos, na solidariedade universal Através de vidas sucessivas pare a infinita perfeição Que o futuro encerra e que tudo foi criado Tendo em vista um bem final Que o Bem é a lei do Universo E o Mal um estado transitório Sempre reparável Uma das fases inferiores da evolução dos seres para o bem Que nada de irremediável pesa sabre nós Que tudo se apaga Tudo se dissolve Que a dor é libertadora Que nada é negro Nada é triste Que tudo acaba bem E que não se tem senão de esperar a sua hora em um mundo ou em outro.
Posted on: Sat, 23 Nov 2013 12:54:00 +0000

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