O FEITICÊRO Pompílio Diniz – 1.953 Coletânea Paes Landim - TopicsExpress



          

O FEITICÊRO Pompílio Diniz – 1.953 Coletânea Paes Landim Há males que vem pra bem Isso é um ditado certêro Justiça tarda mais vem Essa é a lei no mundo intero O diabo é o pai da mintira E o feitiço sempre vira Pru riba do feitiçêro A históra qui vô contá É dum cabra da Bahia Qui chego nessi lugá Pra fazê istripulía E roubá munto dinhêro Si dizeno feitiçêro Intendido em bruxaria Mando sortá uns foiete A Tito de propagana Era u”a ispéçi di biête Chei di mintira i chicana E desse jeito o bandido Fico logo cunhicido Dentro de pouca sumana Dizia assim os papé: Zé bahiano é cunhiçido Faiz homi querê muié E muié largá marido Arranja tudo pru povo E faiz veio ficá novo Vigoroso e infuluído Faiz moça feia arranjá Rapaiz novinho i bunito E muié gorda ficá Magrinha Cuma palito Cura duença e murrinha Faiz dispacho, dá meizinha E afasta quarqué isprito Da gui i faiz oração Qui dêxa o corpo fechado E pelas linha das mão Diz o futuro e o passado E muitas coisa ocurta Vinte mil reis a consurta Pagamento adiantado.... E foi desse jeito, dotô Qui dentro de poucos dia Zé Baiano arranjô Uma grande friguisia Pois gente de tudo canto Consultava o pai-de-santo Feitiçêro da Bahia... E nos trabaio de terrêro Um sujeito era mandado Riculhê logo o dinhêro Dus qui ia sê consurtado E um cambono meio tonto Tirava o primêro ponto Cantano disintuado E era intão qui Zé baiano Já dispois di bem triscado Ficava si penerano I fingino incorporado Cumeçava intão falá Ê ê ê sarava !!! Pai Zâmbe seja lovado Cuma vai mia zinfia O qui coçê qué pidí E a quanto tempo eu num li via Pur essas banda daqui ? Ai meu pai, eu sofro tanto Meu marido ronca tanto Qui num mi dêxa drumi... Pois faça um chá di drumidêra Cum treis pena de xofreu 5 fulô di laranjêra E 7 grama de breu E pode drumi im paiz Qui u bicho num ronca mais Quem tá dizeno sô eu... Ei sunçê aí do canto Peça agora o que quizé Ai meu pai, eu sofro tanto Me ajude no que pudé Eu ficava sastifeito Si voismiçê desse um jeito Na língua di minha muié. Mi zinfio teno fé Esse preto veio li ajuda Prepare para sua muié Um cunzimento di arruda Cum raspa de mandioca Que ela nunca mais provoca Fica cega, môca e muda.... Cambono: Cadê o dinhêro das consurta O pesti. Tô ti veno...... Cuma vai mia zinfia Mi zinfiada casô ? Ai meu pai, eu casei nada O marvado mi inganô Dispois qui mi inludiu Cum ôta moça fugiu Nem u indereço dexô Pois suncê num si incomodi Que eli vai li dá nutiça Bóti treis chifre de bódi Interrado na caliça E pode se prepará Que ele vorta pra casá Nem que seja na puliça Bota marafo, cambono Traiz pemba preta i um pito Ô pésti, tu tá cum sono Careçe eu tá dano grito.. Traiz um bodi disamarrado.. Mi zinfio, tá tudo errado Isso num é bódi, é cabrito... Se o bicho era bódi ô não Num posso bem afirmá Só sei que na confusão Mataro o póbi animá Dispois o sangue bebêro E sarvano exu no terrêro Cumeçaro intão cantá... Portão di férro, cadiado de madêra Portão di férro, cadiado de madêra No cemitéro, ondi mora exu cavêra No cemitéro ondi mora exu cavêra.... O santo tava arriado E todo mundo cantano Derepente o delegado Cum a puliça foi chegano I cumeçô a curriría Supapo, pancadaria No lombo do Zé Baiano. Num instante o Santo subiu E baxô o pau no terrêro E pra cadeia seguiu Zé Baiano, o feitiçêro Tudo aquilo era mintira E o feitiço sempre vira Pru riba do feitiçêro...
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 22:03:05 +0000

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