O Manifesto Latino-Americano e outros ensaios Raúl Prebisch - TopicsExpress



          

O Manifesto Latino-Americano e outros ensaios Raúl Prebisch Tradução de César Benjamin, Vera Ribeiro e Lisa Stuart 648 páginas -- de R$ 80,00 por R$ 48,00 no site da editora A primeira geração de economistas latino-americanos formou-se e trabalhou em um ambiente que valorizava o livre-comércio e a especialização produtiva de cada país conforme sua dotação natural de recursos. Para nós, isso significava produzir bens primários e importar produtos industriais. A economia política de matriz inglesa fornecia a justificativa teórica para essa assimétrica divisão internacional do trabalho. Sob a liderança intelectual de List e de Hamilton, Alemanha e Estados Unidos recusaram desde cedo esse arranjo que a Inglaterra propunha para a economia internacional, mas na América Latina ele permaneceu hegemônico. Quem liderou intelectualmente a nossa tardia reação foi Raúl Prebisch (1901-1986). A crise de 1929 lhe mostrou a fragilidade das economias primário-exportadoras, mas só no após-guerra, com a criação da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e, depois, da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), órgãos da ONU, ele pôde contar com uma base institucional que lhe permitiu desenvolver, aperfeiçoar e propagar sistematicamente um novo ponto de vista. Sob sua liderança, formou-se gradativamente um pensamento econômico latino-americano, cujo marco inaugural foi a apresentação de "O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus principais problemas", conhecido como Manifesto Latino-Americano, na Conferência de Havana em 1949. É o texto que abre esta coletânea de seus ensaios mais importantes, que nos mostram, passo a passo, a construção dessa teoria alternativa. Prebisch mostrou que, ao contrário do que se dizia, a especialização produtiva subordinada ao livre mercado não produziria uma convergência na renda dos diferentes países, por cinco motivos principais: (a) a oferta de bens industriais se ajusta de forma mais ágil e flexível às oscilações da demanda, enquanto a oferta de bens primários é mais inelástica, de modo que neste caso os ajustes são feitos, principalmente, via preços; (b) a indústria tem maior capacidade de inventar produtos, criando mercados novos, enquanto os bens primários permanecem sem alterações significativas ou com alterações apenas marginais, continuando a depender da expansão de mercados tradicionais; (c) o crescimento da produção primária tende a ser mais extensivo, com maior utilização de fatores de produção já existentes; (d) as barreiras à entrada de novos concorrentes são maiores nos setores intensivos em capital e tecnologia do que na produção de bens primários, que por isso ficam mais expostos à competição; (e) à medida que a renda das sociedades se eleva, aumenta a proporção dessa renda que se destina a consumir bens com maior conteúdo tecnológico e diminui a proporção que se destina a consumir bens primários; portanto, as economias que se especializam nestes últimos estão condenadas a disputar uma parcela decrescente da renda total. Era preciso, pois, tomar a decisão política de industrializar a América Latina, mesmo que isso implicasse criar novos problemas e desequilíbrios, que deveriam ser corrigidos durante a jornada. Prebisch nunca se furtou a explicitá-los e examiná-los de maneira realista, sem dogmatismo. Daí a enorme atualidade de seus textos. Os dez ensaios aqui reunidos, mais as apresentações de Adolfo Gurrieri e Ricardo Bielschowsky, permitem acompanhar a construção da mais bem-sucedida economia política do desenvolvimento ajustada às condições da América Latina. César Benjamin 40% de desconto em todo o catálogo para compras no site da editora, recebendo os livros em casa. Frete grátis em compras acima de R$ 100,00. Para mais informações, clique na capa. contrapontoeditora.br/produtos/detalhe.php?id=192
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 10:30:05 +0000

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