O "Orixá Xango o "Grande Rei " ! Xangô é um dos Orixás mais - TopicsExpress



          

O "Orixá Xango o "Grande Rei " ! Xangô é um dos Orixás mais populares no Brasil e zela pela justiça e pelo fogo. Também é charmoso, sensual e gosta de fazer tudo com muito prazer. Por isso, teve três esposas: Iansã, Oxum e Obá. Sentimento de derrota é uma coisa que não existe em sua personalidade. Apesar de ser famoso por sua ação repressiva e autoritária, consegue distinguir entre o bem e o mal. O raio é sua arma, que envia como castigo a quem age de maneira contrária a seus princípios de justiça. Os filhos de Xangô são justos e odeiam a mentira e a falsidade. São muito sociáveis e costumam deixar as pessoas admiradas por sua maneira extrovertida de conversadora. Há quem os odeie por dizerem tudo o que pensam. No amor, não há problemas para conquistar, mas podem ser um pouco infiéis. CONHECENDO MAIS DE XANGÔ Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Alafin Oyo, Rei ( Senhor do Palácio) de Oyo. Era filho de Oranmiyan e de Torossí, esta filha de Elempe, rei dos Tapa, que tinha firmado uma aliança com Oranmiyan. Xangô cresceu no país de sua mãe indo se instalar, mais tarde, em Kosô, onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente , impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyo, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kosô. Conservou, assim, seu título de Oba Kosô que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus Orikis (louvores). Dadá-Ajaká, irmão consangüíneo de Xangô, filho mais velho de Oranmyian, reinava em Oyo por essa época. Seu caráter era calmo e desprovido da energia necessária a um verdadeiro chefe. Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de cauris, chamada Adé de Bayani. Depois que Xangô deixou Oyo, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se, agora, valente e guerreiro e, voltando-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacou os Tapa, sem grande sucesso. Xangô, sob seu aspecto divino, é filho de Oranmyian, tendo Yamassé como mãe e sendo marido de três divindades: Oyá, Oxun e Oba, que se tornaram rios no país Yorubá. Xangô é viril e potente, violento e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por este motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô. O proprietário deve pagar pesadas multas ao sacerdotes do Orixá que vêm procurar, nos escombros, os Edun Ará ( pedras de raio) lançados por Xangô e profundamente enterradas no local onde o solo foi atingido. Este Edun Ará (na realidade machados neolíticos ) são colocados sobre um pilão de madeira esculpido, odô, consagrado a Xangô. Tais pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o seu Axé – o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para manter-lhe a força e a potência. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo o sacrifício mais lhe convêm. Fazem-lhe, também, oferecimentos de Amalá, iguaria preparada, com farinha de inhame regada com um molho feito com quiabos. É no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos da espécie Sesé. Todas as pessoas que lhe são consagradas estão sujeita à mesma proibição. O emblema de Xangô é o duplo machado estilizado, Oxé, que os seus iniciados trazem na mão, quando em transe. O chocalho, chamado Xeré, feito de uma cabeça alongada, contendo pequenos grãos, é sacudido em honra a Xangô. Convenientemente agitada, quando são anunciados os seus louvores, este instrumento imita o barulho da chuva. As saudações, Oriki, que seus fiéis lhe dirigem não deixam de ter certa graça e mostram a sua forte personalidade: Ele ri quando vai à casa de Oxun. Ele fica bastante tempo em casa de Oyá. Ele usa um grande pano vermelho. Elefante que anda com dignidade. Meu senhor, que cozinha o inhame com o ar que escapa de suas narinas. Meu senhor, que mata seis pessoas com uma só pedra de raio. Se franze o nariz, o mentiroso tem medo e foge. Xangô foi sincretizado com São Jerônimo, no Brasil. Na Bahia, quando uma festa é celebrada em honra de Dadá, irmão mais velho de Xangô, a cerimônia parece conter reminiscências de fatos antigos, sem que os participantes saibam, muitas vezes as histórias dos Yorubás. O Iaô de Dadá vem dançar frente a assistência, tendo na cabeça uma coroa, o Adê de Bayani. Logo depois, Xangô montado sobre um (ou uma) de seus iniciados, toma a coroa, colocando-a sobre sua própria cabeça. Após ter dançado assim adornado por um certo tempo, a coroa é restituída a Dadá. Este elemento do ritual parece ser uma reconstituição do destronamento de Dadá-Ajaká por Xangô, e sua volta ao poder sete anos mais tarde. Algumas Qualidades do Orixá Xangô AGANJÚ - Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe. Na verdade foi o 6º Alafin de Oyo que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de XANGO. BARU - Pega tempo e come com ÈSÙ. Dependendo da época este Òrìsá ora é BARU ora é ÌRÓKÒ. Tem caminhos com OYA YÀTOPÈ . Não come quiabo nem amalá, come amendoim cozido e padê. Na África ele é chamado de maluco, pois durante seu reinado fez muita besteira, motivo pelo qual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava todos. Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguais a roupa. Toca-se para ÈSÙ e SÀNGÓ. BARU era muito destemido, mas quando comia quiabo, que ele gostava muito, dormia o tempo todo e por isto perdeu muitas contendas, pois, quando acordava seus adversários já tinham voltado da guerra. Ele ficava indignado. Então resolveu consultar um OLUÓ que lhe disse : Se é assim, deixe de comer quiabo – BARU perguntou : me diz o que comerei no lugar do quiabo… Só folhas… Só folhas ? perguntou BARU – Sim, respondeu o OLUÓ, tem duas qualidades , uma se chama oió e a outra xaná, são boas e gostosas como o quiabo. E BARU falou : – A partir de hoje, eu não comerei mais quiabo. BADÈ - É o mais jovem VODUM da família do raio ( cujo chefe é KEVIOSSO ), corresponde ao SÀNGÓ jovem dos NAGO. É irmão de LOKO. Usa roupa azul com faixa atada atras. Não fuma, não bebe nem fala. Um de seus animais prediletos é o chicharro. OBAKOSSO - Perdeu os poderes mágicos de transportar-se da terra para o céu, enforcando-se num pé de OBI. Tem fundamentos com ÈSÙ, ÉGÚN e OYA, devido a sua morte. AGODO - Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi ele quem raptou OBÁ. Come com YEMONJA. AFONJÀ - É o dono do talismã mágico dado por OYA a mando de OBÀTÁLÁ. É aquêle que fulmina seus inimigos com o raio. Come com YEMONJA, sua mãe. ALAFIN - É o dono do palácio real, o governante de OYO. Vem numa parte de ÒÒSÀÀLÀ e caminha com OSOGUIAN. OBÀ OLUBÈ - É muito orgulhoso, intratável e muito bruto. Come com OYA. OLO ROQUE - Seria o pai de ÒSUN OPARÀ. Tem fundamento com ÒSÓÒSÌ. Veste vermelho e branco ou marrom e branco. ALUFAN - É idêntico a um AYRÀ. Confundem ele com OSÀLÚFÓN. Veste branco e suas ferramentas são prateadas. Os filhos de Xangô nascem para ser grandes vencedores na vida. Por mais que passem pelas mais graves humilhações, tenham de superar complicados obstáculos, sempre terão seu nome entre as pessoas que venceram por seus talentos e fizeram história. Audaciosos e justiceiros, não aceitam o destino como uma ilha isolada e sem saída, correm atrás do que acreditam ser certo, mesmo quando isso não vá mexer em nada com suas vidas e sim ajudar alguém em especial. São grandes exemplos para aqueles que se deixam abater por qualquer coisa. A fortaleza dos regidos por Xangô vem da crença que possuem em si mesmos. No amor, adoram curtir a vida e não abrem mão de seus prazeres, por isso são muito namoradores. Demoram em se prender a alguém, aliás, demoram a se apaixonar. São considerados amantes perfeitos e inesquecíveis, sabem como mexer com os desejos mais secretos do par e como fazer a pessoa se sentir segura em seus braços. Fidelidade não é o seu forte, mesmo quando estão apaixonados ou vivendo um romance sério e podem até cair na ousadia de namorar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Por serem extrovertidos e carismáticos, acabam chamando a atenção de muitos e despertando o ciúme do parceiro e a coisa que não toleram é serem cobrados. Preferem ficar só. Quando o assunto é trabalho, são tidos como uma pessoa difícil de lidar. Tem tudo para se destacar em suas profissões como administração, contabilidade, direito ou comércio, de preferência que mexa com a vida noturna da cidade em que vive. O gênio autoritário faz com que sejam odiados por muitos. Não aceitam outra opinião que não seja a deles, a não ser que a argumentação seja forte. Por falar a verdade, por falar tudo o que pensam doa a quem doer. Costumam criar inimigos de graça. Às vezes, perdem o emprego por não saber controlar a língua. Com a idade, aprendem que há hora para tudo e que nem sempre tem razão, por mais que sua idéia seja boa. Por terem a posição tensa de um guerreiro que jamais deve cair, vivem com os nervos à flor da pele. Não é difícil ter problemas de coração e do sistema nervoso, costumam ser hipertensos e sofrer com nevralgias e tensão. Doenças ocasionadas pela vida austera que levam, pois são autoritários, severos, justiceiros, egocêntricos e mandões. Possuem uma tendência a violência, temperamento quente, pavio curto. São muito benevolentes e solidários, mas devem ter cuidado para não aborrecê-los, pois sua ira é incontrolável. Possuem um bom senso de justiça, não gostam de ver seus amigos injustiçados, compram logo a briga e resolvem logo, mesmo que seja com a força física, pois perdem o controle diante de contrariedades. Para diminuir os riscos de cair numa cama, precisam buscar uma vida mais saudável e principalmente colocar para fora seus sentimentos mais humanos como medo, saudade, dor, carência, etc. Os filhos de Xangô são reconhecidos rapidamente, pois gostam de muitas badalações, de festas onde haja muita comida, pois possuem fama de comilões e esteticamente possuem corpo forte, com tendência a obesidade, normalmente são baixinhos e possuem olhar expressivo. A quizila dos filhos de Xangô em especial é não comer quiabo e não comer camarão sem tirar a calda e os espetos da cabeça do camarão, senão poderão trazer sérios problemas para essas pessoas. Xangô Deus do raio, do trovão, da justiça e do fogo. Xangô é símbolo do rei Deus em Benin. É o deus do raio e do trovão. Contrariamente a Ogum (Deus dos Ferreiros) que emprega o fogo artificial, Xangô manipula o fogo em estado selvagem, o fogo que os homens não sabem utilizar. É um Orixá temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro. Costuma se dizer que Xangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Seu símbolo principal é o machado de dois gumes e a balança, símbolo da justiça. Deus do fogo, que pune aos que lhe querem mal com febres e ervas que lhe são atribuídas. Joga sobre os inimigos sua bola de fogo através dos raios, chamadas edunara (pedra de raio que representa o corpo de Xangô, seu símbolo por excelência, pela mitologia do elemento procriado por um lado e que irmana Xangô a Exú por outro lado). Xangô é o antisímbolo da morte, ele não fica aonde há mortes. Sua dança preferida é o Alujá, apresentado com toques diferentes, a dança do machado, a dança da guerra. Branda orgulhosamente o seu Oxé (uma de suas armas) e assim, na cadência, faz o gesto de que vai pegar as pedras de raio e lançá-las sobre a terra, demonstrando seu lado atrevido. Em certas festas traz sobre a cabeça uma gamela de madeira, que contém fogo que começa a engolir, revelando a origem de seu fundamento. Tudo que se refere a estudos, a justiça, demandas judiciais, ao direito, contratos, pertencem a xangô. Ambicioso, chega ao poder destronando seu meio irmão Ajaká. Passa, então, a reinar com autoritarismo e tirania, não admitindo que sua atitudes fossem contestadas, o que possivelmente levou-o a cometer injustiças em suas decisões. Usa o poder do fogo como seu símbolo de respeito. Galante e sedutor, desperta a paixão da divindade Oyá(esposa de Ogum), uma de suas três esposas – as outras são Oxum e obá – . Circulam a seu respeito, às vezes contradições, mas todos são unânimes em reconhecer seu caráter violento e fogoso. Mesmo se ignoradas em seus detalhes constatamos que sua magia profunda consiste em suprir a tempo os acontecimentos que se superpõem, ao invés de desenrolarem-se ao longo tempo linear e irreversível, ao longo de um tempo mensurável. Seu tempo não tem começo e nem fim, é um tempo reversível que supre sua duração. Xangô pode estar morto no rio e ao mesmo tempo estar vivo diante do rei. Está morto… e morto estar vivo. Nele as oposições existem simultaneamente. Para o ser humano tal situação é ambígua e fora de lógica, dois termos contraditórios excluem um ao outro na sincronia. Na lógica de Xangô os dois coexistem, pois ela é caracterizada pela sincronia e pela inter polaridade. Mortal em seu corpo, imortal em sua essência, o OBA de BENIN é o único soberano de dupla natureza: humana e divina. “Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.” Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, “Rei de Oyó”, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Oba Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì. Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó. Dadá é o nome dado pelos iorubás às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente. “Ele amava as crianças, a beleza, e as artes; de caráter calmo e pacífico… e não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época”. Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os tapás. KÁ WÒÓ, KÁ BIYÈ SÍLE : Podemos olhar vossa real majestade. Xangô, no seu aspecto divino, Permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oya, Oxum e Obá. Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. O proprietário deve pagar pesadas multas aos sacerdotes do orixá que vêm procurar nos escombros os èdùn àrá (pedra de raio) lançados por Xangô e profundamente enterrados no local onde o solo foi atingido. Esses èdùn àrá (na realidade, machado neolíticos) são colocados sobre um pilão de madeira esculpida (odó), consagrado a Xangô. Tais pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o seu àse (axé), o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para manter-lhes a força e o poder. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo sacrifício mais lhe convém. Fazendo-lhe também oferendas de amalá, iguaria preparada com farinha de inhame regada com um molho feito com quiabos. É, no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos da espécie sèsé. Todas as pessoas que lhe são consagradas estão sujeitas à mesma proibição. Na Bahia, diz-se que exitem doze Xangôs: Dadá; Oba Afonjá; Obalubé; Ogodô; Oba Kossô; Jakutá; Aganju; Baru; Oranian; Airá Intilé; Airá Igbonam, e Airá Adjaosi. Reina uma certa confusão nessa lista, pois Dadá é irmão de Xangô; Oranian é seu pai, e Aganju, um de seus sucessores. Também na Bahia acredita-se que Ogodô é originário do território Tapá, e que segura dois “oxés” quando dança, sendo o seu èdùn àrá composto de dois gumes. Os Airá seriam Xangôs muito velhos, sempre vestidos de branco e usando contas azuis (segi) em lugar de corais vermelhos, como os outros Xangôs. Ao que parece, teriam vindo da região de Savê. O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala de Xangô, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais. Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Orixá funfun masculino e único, é o pai do povo yorubano e não uma simples “qualidade” de Òrìsànlá ou seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam, pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà Yemojá, “Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn”, divindade de água doce, e muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras distintas. Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o “ressuscita” como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros, por paixão. Oxum, Oyá e Obá. Mulheres de Xangô Esta afirmação é facilmente notada, pois Xangô é a única divindade do panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é, em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe mencionar. Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo “qualidades” de Xangô, que agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de “Coroa de Dadá” ou “Adê Baiani”. que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas do ciclo de Xangô chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de Xangô. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapá, e que ela não tem nenhuma importância teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin. Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó. NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos, por vezes dogmáticos, que pertencem ao corpo da tradição oral yorubana. Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos, pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela arqueologia, que pouco investiu, os “pouquíssimos” artefatos que foram achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia praticamente inexistente, pela forma cultural dos yorubas mensurarem o tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada. Algumas qualidades de Xangô: AGANJÚ Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe. Na verdade foi o 6º Alafin de Oyó que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO. BARÚ Pega tempo e come com Exú. Dependendo da época este Orixá ora é BARU ora é ÌRÓKÒ. Tem caminhos com OYA YÀTOPÈ . Não come quiabo nem amalá, come amendoim cozido e padê. Na África êle é chamado de maluco, pois durante seu reinado fez muita besteira, motivo pelo qual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava todos. Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguais a roupa. Toca-se para Exú e Xangô. BARU era muito destemido, mas quando comia quiabo, que êle gostava muito, dormia o tempo todo e por isto perdeu muitas contendas, pois, quando acordava seus adversários já tinham voltado da guerra. Êle ficava indignado. Então resolveu consultar um OLUÓ que lhe disse : Se é assim, deixe de comer quiabo – BARU perguntou : me diz o que comerei no lugar do quiabo… Só folhas… Só folhas ? perguntou BARU – Sim, respondeu o OLUÓ, tem duas qualidades , uma se chama oió e a outra xaná, são boas e gostosas como o quiabo. E BARU falou : – A partir de hoje, eu não comerei mais quiabo. BADÈ É o mais jovem VODUM da família do raio ( cujo chefe é KEVIOSSO ), corresponde ao SÀNGÓ jovem dos NAGO. É irmão de LOKO. Usa roupa azul com faixa atada atras. Não fuma, não bebe nem fala. Um de seus animais prediletos é o chicharro. OBAKOSSÔ Perdeu os poderes mágicos de transportar-se da terra para o céu, enforcando-se num pé de OBI. Tem fundamentos com ÈSÙ, ÉGÚN e OYA, devido a sua morte. AGODÔ Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi ele quem raptou OBÁ. Come com YEMONJA AFONJÀ É o dono do talismã mágico dado por OYA a mando de OBÀTÁLÁ. É aquele que fulmina seus inimigos com o raio. Come com YEMONJA, sua mãe. ALAFIN É o dono do palácio real, o governante de OYO. Vem numa parte de ÒÒSÀÀLÀ e caminha com OSOGUIAN. OBÀ OLUBÈ É muito orgulhoso, intratável e muito bruto. Come com OYA. OLO ROQUE Seria o pai de ÒSUN OPARÀ. Tem fundamento com ÒSÓÒSÌ. Veste vermelho e branco ou marrom e branco. ALUFAN É idêntico a um AYRÀ. Confundem êle com OSÀLÚFÓN. Veste branco e suas ferramentas são prateadas. Lendas … arrependido Xangô retorna a orun Xangô era rei de Oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de empê, no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho legítimo da cidade. A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e soltava faíscas pelo nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu oxé, um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que estivesse. Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; Oxum, coquete e faceira e Obá, amorosa e prestativa. Para prosseguir com suas conquistas, Xangô pediu ao babalaô de Oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. Curioso, xangô contou a Iansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, xangô afundou terra adentro, retornando ao orun. … contas de Sango Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: “- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre. … contas de Xangô, uma outra visão Xangô, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo mundo botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça. Seu pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas as partes da terra. Obatalá alegava que seu filho era como era por não haver sido criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria dominá-lo. Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: “Xangô kunlé, foribalé”. Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá. Xangô tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: “Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho”. Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei. … arrependido e justiceiro Xangô recebeu das mãos de OLODUMARÈ, o Deus supremo, um pilão de prata que representa a união da terra, ÀIYÉ, com o céu, ÒRUN, o plano paralelo a terra onde moram os Òrìsás. Nesta ocasião SÀNGÓ foi elevado a categoria de OBÁ OYO, rei de OYO, passando a ser o quarto ALÁÀÁFÍN de OYO, sendo o único ser vivo a ter o privilégio de ir e vir da terra para o céu para comunicar-se diretamente com ÒRÚNMÌLÀ, recebendo desse Òrìsá ordens e instruções para este melhor orientar-se em suas decisões na terra. Após contar a ÒRÚNMÌLÀ tudo o que se passava na terra ele retornava feliz , pois sabia que era de plena confiança desse Òrìsá. Como ser carnal ele foi possuído pela ambição, cometendo um pecado imperdoável aos olhos de OLÓÒRUN que, por ser muito justo, jamais aceitou uma traição. Xangô tentou apossar-se, definitivamente, do governo e dos poderes da terra e de todos os poderes que existiam no espaço. OLODUMARÈ sabendo de tudo que se passava castigou-o, tomando-lhe o pilão que lhe dava o poder de transitar, vivo, para o céu e o poder de governar os homens da terra. Xangô desgostoso e muito arrependido dos atos que praticara entrou em completo desespero, de joelhos, rogou perdão a todos os seres maiores, que lhe viraram as costas. Triste e magoado subiu num monte existente em Oyó e enforcou-se num pé de OBI , a noz de cola , o pão de ÒÒSÀÀLÀ . Porém Xangô não morreu, desapareceu, ficando o seu espírito entre os dois mundos paralelos a terra. OLÓÒRUN começou a sentir a falta de seu servo, mesmo sabendo de sua traição, pois SÀNGÓ foi apedrejado por todos, pois nessa época era a mais terrível das faltas. OLÓÒRUN pensou, pensou muito e tomou uma decisão, foi até OLODUMARÈ e rogou-lhe perdão em nome de SÀNGÓ, pedindo-lhe trouxesse-lhe seu tão amado servo . OLODUMARÈ então concedeu o perdão a SÀNGÓ, mas com uma condição, que não mais viesse como homem, mas sim como Òrìsá e que todas as pedras que lhe foram atiradas servissem para ele castigar os mentirosoa, os ladrões e que fulminasse os traidores. E assim foi feito. SÀNGÓ retornou a terra como Òrìsà e não mais como ARAYILE ( ser humano ) , representando assim, a ira do próprio OLÓÒRUN contra os homens que se comportam mal na terra, passando a ostentar então um pilão de duas bocas, a parte de baixo representando a terra e a de cima o céu, continuando, assim, a exercer o seu governo em forma de Òrìsá. É proibido o uso de OBI em seus assentamentos, pois lembra a sua passagem de vida e de morte na terra, tornando-se o OBI uma de suas grandes KIZILAS. … Xangô é condenado por Osalá comer como os escravos Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava! Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô. Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida. Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 10:00:05 +0000

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