"O caso Amarildo é um exemplo recente. Faz três semanas que a pessoa desapareceu e não há informações sobre o que aconteceu. Outro exemplo foi a morte de nove moradores da Maré e de um policial. E a reação da polícia foi, novamente, o uso excessivo da força. O que acontece nesse país é que raramente a violência policial é investigada. A impunidade policial é norma, não exceção". Eu sinceramente não nutro esperanças de que encontrem o corpo de Amarildo. Talvez até em parte por estar numa área de UPP, o que dificulta tentar por a culpa em algum traficante de drogas local, mais todas as circunstâncias de sua morte, todas as irregularidades que indicam fortemente uma execução efetuada pelos policiais lotados na UPP da Rocinha, penso que os mesmos já fizeram de tudo para que esse corpo nunca seja encontrado. Talvez até cheguemos aos autores, até pela repercussão do caso, mas ao corpo, acho pouco provável. Apesar dos focos de crise interna, o corporativismo e a proteção conferida pelo medo histórico dos moradores - e mesmo entre outros policiais, por conta de prováveis represálias - conferem essa tal impunidade apontada pelo secretário-geral da Anistia Internacional. E enquanto não houver uma discussão franca, ampla, aberta com todos os setores da sociedade, acompanhada de uma reestruturação profunda da polícia e das forças de segurança em geral desse país, NENHUMA ação governamental estará livre desse tipo de crime - e sempre estará condicionada por essa impunidade e pelo medo que lhe é correlato.
Posted on: Tue, 06 Aug 2013 18:40:36 +0000
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