O deslumbramento com o Papa Francisco, além de tomar a Globo Plinzinho, que de uma hora para outra tornou-se o canal mais católico e defensor da pobreza, já existente, nestas paragens, está ao que parece se alastrando a todos, feito epidemia, de tal forma que parece afetar a análise imparcial a se fazer dos acontecimentos da História da Igreja Católica. Ouvimos pessoas lúcidas, inteligentes e informadas elogiando os papas anteriores João Paulo II e Bento XVI como se eles não encarnassem o conservadorismo que reinvadiu a Igreja Católica nos anos 80, após ela ter se modernizado e lutado pela liberdade e contra qualquer forma de opressão nos anos 60 e 70. Aqui, no Brasil, a Teologia da Libertação, nesses anos, fez adeptos entre o clero progressista que se uniu na luta contra a monstruosa ditadura iniciada pelo golpe de 64. Em nossa América Latina a vinda do neoliberalismo nos anos 90 se deu com FHC. Mas, nunca é demais relembrar que a origem dessa cruel teoria do mercado livre e do desemprego estrutural, através de um Estado Mínimo, nasceu com uma reunião entre João Paulo II, Margareth Thatcher, Lech Valessa e Reagan nos anos 80. Dessa reunião, não nos esqueçamos, uma das maiores consequências foi a queda do muro de Berlim seguida pela vitória do neoliberalismo que por sua vez espalhou desemprego e miséria pelo planeta. Ainda hoje a crise econômica que sacode a União Europeia é proveniente dessa malfadada reunião. E no entanto, o papa João Paulo II está sendo beatificado. Enquanto isso aqui no Brasil, a vinda do Papa Francisco está fazendo, com que, até os bispos e padres por ele perseguidos e transferidos para locais distantes, nos anos 60/70, onde não mais pudessem oferecer perigo ao conservacionismo religioso, até esses, estejam hoje rasgando elogios a esse papa e a seu mentor intelectual e que depois se tornou Bento XVI. Difícil entender tais avalições dentro do desenrolar da História.
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 17:35:50 +0000
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