O melhor trabalho é aquele que se desenvolve de tal modo que nem se lembra que se está trabalhando ( o melhor estudo é este também); e as pessoas reconhecem o valor do que é desenvolvido e se sentem agraciados que nunca depreciariam o fazedor nem o feito. Essa poderia ser uma das possíveis engrenagens do amor. A que está em voga tenta dissimulá-lo com artimanhas e caprichos ou com algo que aparente este esquema. O amor não barateia, as vezes cada um de nós se coloca um valor muito elevado e extorque o outro com este valor acima das medidas, é preciso a competência estelionatária para também ter a capacidade de se passar por aquilo que não é, para sugar do outro sua energia psíquica e a física - esse composto da vitalidade que abriga cada um de nós. O pequeno nó da humanidade é que todo mundo pensa ou dar a pensa que está fazendo alguma coisa para ser objeto de amor - a terceira margem é a de quem ama aquilo que está dentro de seu poder de amar sem mobilizar a cobiça e sem instigar a parasitagem. O melhor trabalho, enfim, é aquele que beneficia as pessoas e tem delas um benefício proporcional, para isso é preciso ajustar os valores. É o que a humanidade talvez venha buscando a muito tempo. Prevaleceu a parasitagem. Uma pessoa ou outra que foi notável nisso fica na memória da humanidade como bem feitor. A filantropia é a dissimulação deste sentimento, quando ainda se quer alguma coisa com o que se faz. É um comércio regulado pela subjetivação e não pela construção de equivalência, a produção de sentido recíproco. As pessoas querem ter aquilo que elas querem por mais que não tenham direito nenhum a isso. Pensar e agir de modo enfermo é que leva ao colapso em que todo mundo sai perdendo. Há um colapso salutar que nos repõe a gaia ciência, o esforço que não estiola; não um bem-estar de fachada, não uma paz mentirosa. Estamos falando do sentido da terra ou da falta de sentido da terra?
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 18:14:39 +0000
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