O mito-Nietzsche e Física Quântica Todos os filósofos são - TopicsExpress



          

O mito-Nietzsche e Física Quântica Todos os filósofos são tiranizados pela lógica. Nesta perspectiva, o mundo consiste numa totalidade fixa de objetos independentes da mente. Há exatamente uma descrição verdadeira e completa “do modo como o mundo é”. Chamarei externalista a esta perspectiva, pois o seu ponto de vista favorito é um ponto de vista de Deus. (Nietzsche) Ao invés de querer entortar a colher, mentalize a verdade: não existe colher. (Um dos aprendizes da Oráculo conversando com Neo em Matrix) As propriedades de uma coisa são efeitos de outras coisas: se removermos as outras coisas, então uma coisa não tem propriedades, isto é, não há uma coisa sem outras coisas, ou seja, não há a coisa em si. (Nietzsche) Jamais deve buscar a coisa em si, a qual depende somente dos espelhos. A coisa em si, nunca: a coisa em ti. Um pintor, por exemplo, não pinta uma árvore: ele pinta-se uma árvore. E um grande poeta - espécie de rei Midas à sua maneira - um grande poeta, bem que ele poderia dizer: Tudo que eu toco se transforma em mim. (Mario Quintana) Supondo que não há qualquer A auto-idêntico, ao contrário do que se pressupõe em toda a proposição da lógica (e da matemática), e o A fosse já mera aparência, então a lógica teria um mundo meramente aparente como sua condição. O A da lógica é, como o átomo, a reconstrução de uma coisa. (Nietzsche) O que poderia ser mais louco do que a rejeição de que A=A? Contudo, quando uma afirmação deste tipo é reinserida no contexto do anti-realismo de Nietzsche sobre as coisas, começa a fazer sentido. Uma vez mais, a crítica de Nietzsche tem menos a ver com o conceito de identidade sincrônica do que com uma crítica da ideia de que há coisas reais que possam ser auto-idênticas. Se não há coisas genuínas, então não existem coisas que sejam auto-idênticas. Os objetos ficcionais, agrupados em feixes por via das perspectivas adotadas quanto às propriedades, podem ser auto-idênticos, mas tal identidade é por isso perspectívica. O argumento de Nietzsche é que não há qualquer identidade em si, tal como não há coisas em si. Uma vez mais vemos que a crítica de Nietzsche é de facto sobre a aplicabilidade da lógica e sobre o realismo dos objetos, e não sobre a lógica em si. (Steven D. Hales) Todo fenômeno empírico para se concretizar necessita de uma entidade subjetiva que o registre. Ainda mais: esta entidade subjetiva possui autonomia para modificar a realidade empírica. Isto põe por terra todas as pretensões do realismo. Como Nietzsche afirmou ainda no século XIX, a realidade é um colapso de nossa vontade, de nossas crenças. As coisas são criadas, ou melhor, moldadas segundo nossa intenção. Os físicos quânticos demonstram como em última instância a realidade é uma coisa só. Estamos todos conectados e o mundo empírico é a manifestação de uma consciência subjetiva. Um elétron pode assumir a forma de onda ou partícula e o que determina isso é o observador. O século XXI poderá ser o século o qual Nietzsche será compreendido.
Posted on: Sat, 16 Nov 2013 11:03:20 +0000

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