O relógio antigo de madeira envelhecida, Pelo tempo que o ilude - TopicsExpress



          

O relógio antigo de madeira envelhecida, Pelo tempo que o ilude de vida, Lamenta-me o entardecer dos dias. ... É sempre tarde! Quando o sol me desperta para quem sou… Corro para o espelho, em busca de um rosto jovem Que descanse um pouco na suavidade hidratante Das minhas mãos cheias de água corrente… Como se fosse possível fazer parar um rio nas rugas da idade, Ou lavar a historia da própria Humanidade. Das tranças da minha infância Recordo apenas os sonhos, que subiam por elas E me ensinaram a esperar mais da vida E a dar Sempre mais e mais… de mim, Aos outros (supostamente iguais). E penso: Os Outros! Então… enxugo os pensamentos na manta de retalhos Que “eles” fizeram com as horas dos meus dias. Volto a correr de braços estendidos em direção á mãe Que nasceu na era em que o meu ventre quis ser futuro. E faço dos meus braços asas e voo sobre os muros, E faço dos meus olhos esperança e conto estrelas brilhantes Nos céus mais escuros. De repente… chamam por mim Gritam sempre pelo meu nome em outro lugar… Onde a idade pesa, Onde a saúde falta, Onde é preciso levar alguém pela mão Onde o saber urge na escola da vida, Que não ensina que existe trabalho Que não é profissão! E todo o conhecimento e experiencia Desta operária de emoções, Se misturam em conflito Por entre livros e universidades Num século de oportunidades Que me escorregam pelas mãos! E tenho de estar onde não estou, Saber o que não sei, Ser o que não sou! É sempre tarde, para ser Mulher! Mas quando o sol se despede anunciando a partida, Esperam ainda que o espelho reflita a minha beleza! E de cabeça sempre erguida mas com os olhos laços de tristeza, Olho de novo o relógio antigo de madeira envelhecida, E sinto que não sou eu que dou corda á minha vida!
Posted on: Tue, 19 Nov 2013 01:24:52 +0000

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