O suicídio e quando a gente quase atravessa a ponte. Não vou - TopicsExpress



          

O suicídio e quando a gente quase atravessa a ponte. Não vou me ater a tristeza que é a perda de uma pessoa que a gente conhece. Mas a variáveis que levam alguém a desistir desse lugar. Por volta de 2004 estive muito próximo de por em prática o plano ir embora. Por vingança. Por acreditar que com essa atitude talvez conseguisse atingir aqueles que estavam me machucando. Quem estava me machucando? Eu acreditava que o mundo todo. A Terapia me salvou. Foi onde pude colocar pra fora todas as minhas angústias, as ansiedades e as dores da alma. E perceber que eu não era vítima de nada, ou melhor estava sendo algoz de mim mesmo. Foram muitos anos seguidos de terapia para conseguir perceber que as respostas estavam dentro de mim. Procurei os caminhos e comecei a encarar meus monstros. Alguns eu domei, outros ainda me assombram até hoje. Mas procuro administrá-los. Tive alguns outros rompantes ao longo do caminho. Mas por que? você pode perguntar. E as pessoas continuam achando que as questões materiais de fato sejam o suficiente para tapar os rombos na alma. Como se sucesso, fama e dinheiro, mulheres, drogas ou qualquer coisa desse tipo, fizesse com que a maneira de enxergar o mundo sem as cortinas que a maioria não percebe, não pudesse minar a sensação de que este lugar é um plano denso demais para alguns corações. Poucos entenderão. A segunda razão que leva alguém a decidir pegar seu caminho para longe daqui por conta própria é o desespero. É perceber que por mais esforços que você faça, nada supra os anseios alheios e aqueles que sua alma clama. E quem está mais exposto, está mais sujeito a ser perturbado. Pensamentos, imagens, desejos, sonhos, frustrações, conflitos, sentimentos de euforia e solidão que se revezam de uma forma fulminante e que vão minando seu coração. Há muita falsidade, muita mentira, muita intriga, muitos elementos que não ficam expostos. Entre a sombra e a luz, nós vamos andando e lidando com todo tipo de energia. Tão pouco seja fácil para quem nos acompanha de perto. Família, filho e etc. Distância, saudade, pouco tempo juntos. Aprendi a blindar meu coração, mas não estou livre de sentir. Muitas vezes o desespero bate na minha porta. Espanca minha porta, tenta arrombar minha porta. Mas busco sempre e de alguma maneira neutralizá-lo. Aprendi na TERAPIA a criar mecanismos para isso. - Não guardar rancor. - Vomitar o que me faz mal internamente. - Explodir e colocar para fora os sentimentos negativos de ódio, raiva e outros que possam me fazer mal, mesmo que isso pareça um mal no momento em que é exposto. Tem dias que realmente você não tem vontade de sair da cama. Sensação de cansaço, de que esse mundo é uma merda, de que grande parte da humanidade é cruel e de que não há nada concreto que possamos fazer para mudar isso. Então você lembra que não está sozinho e tenta tirar forças para que esse sentimento profundo de tristeza não te afunde mais. Algumas pessoas reagem melhor que outras, mas não devemos condenar ninguém. A sensibilidade de alguns é muito mais forte do que se imagina quando se vê a imagem com cara de malvado e com uma atitude de enfrentamento. Doer a dor dos outros. Das desigualdades, das guerras, das perdas, das pessoas que nem conhecemos ou tão pouco precisaríamos nos preocupar. Não existem culpados. A pressão que nós sofremos é muito grande. Muito maior do que imaginam aqueles que através desse novo mecanismo de comunicação que nos coloca cara a cara com com muita maldade de muita gente sem consciência e sem escrúpulo. Pode ter certeza absoluta que isso machuca muito qualquer ser humano. Desde um garoto na escola que sofre com as brincadeiras de mal gosto de seus colegas, quanto essa corja que faz questão de invadir seus espaços para te ofender, te criticar, de humilhar muitas vezes, como se nós tivéssemos a obrigação de sermos imunes a estas colocações. A internet e essa possibilidade de fazer contato com o amor e com o ódio das pessoas, pode sim, catalisar um processo de negação, de dor e de desespero. A exposição é muito grande. Há quem saiba lidar com isso e há quem se sinta atingido. Não vou teorizar sobre o que levou o Champignon a tal decisão. Mas foi algo muito grave e muito triste. MUITA PRESSÃO. E acho que não cabe a ninguém julgar sua atitude, pois NENHUM DE NÓS jamais saberá o que esse cara estava passando. Ao invés de dizer que ele tinha tudo e que ainda deixou sua esposa grávida. Se questionem, se ele tinha tudo e ainda deixou sua esposa grávida e um futuro pela frente, o que pode ter motivado seu ato final? Quem sofre na alma, às vezes pode acionar a saída de emergência. E por mais egoísta que isso possa soar, julgar e condenar, não me parece uma atitude de quem se sente superior a ponto de estar em condições de dar o veredicto final. Não existe volta. Todos nós temos momentos de dor, alguns sentem mais. Eu decidi que não iria me entregar, mas não me sentiria um covarde se resolvesse partir. Tenho razões fortes para continuar lutando nesse plano. Mas que sinto uma grande tristeza e muitas angústias quando vejo a falta de COMPAIXÃO das pessoas de forma geral. E pobre de quem acredita que questões materiais sejam um bom motivo para justificar as decisões. O verdadeiro motivo que nos mantém vivos é encontrar algo ou alguém que nos fortaleça nos momentos mais difíceis, e num mundo de tanta falsidade - basta um segundo e você pode perder a razão. Lhes digo com convicção - lutem, não se entreguem, não se deixem levar pelo lado cruel das pessoas. Mas lhes digo também. Não julguem aqueles que desistiram. Vocês não são melhores ou mais corajosos que eles. Apenas respeitem, por mais difícil que seja. Nesse momento, a quem é do bem, a quem tem amor pelo próximo, é dedicar a sua energia boa aos amigos e a quem ficou. Pode acreditar. É muito mais difícil amar os outros do que expandir seu ódio e seus conceitos de superioridade. Tico Sta Cruz.
Posted on: Mon, 09 Sep 2013 22:36:39 +0000

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