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Obrigada por curtirem minha história, vou postar o bônus... Bônus BBC Não estava sendo fácil desde o dia 27 de janeiro. Já haviam se passado nove meses. Longos noves meses de tortura. Nada mais havia sido como antes. A rotina de Kim estava alterada ao extremo. Remédios, cuidados, comidas especiais, emoções fortes. No primeiro mês, ela não agüentava se mexer. Não pela dor no corpo ou por fraqueza, era muito mais do que isso. As lembranças a importunavam a cada minuto. Seus pensamentos a levavam para um lugar totalmente diferente do que estava vivendo. A família de Brad se mudou para o Texas, de onde tinham vindo. Kimberlly sentia-se cada vez mais culpada e desconsolada. Claro que Tina e Carl não queriam que o filho morresse pela namorada. Eles mal conseguiam se olhar. Infelizmente não puderam impedir, já que Brad era maior de idade, ele tomava suas decisões. Kim queria morrer, mas não faria isso com Brad, que morreu por ela. De uma maneira ou de outra ela já estava morta, perambulando por memórias falhas e complexas que destruíam a cada vez mais. Uma vez que ela decidiu viver, assumiu a responsabilidade de se cuidar, mesmo não sendo sua vontade. Por Brad, e apenas por ele. Seria cômica se não fosse trágica a forma que ela andava pelas ruas ou até que se vestia, parecendo uma morta-viva, um zumbi, dos filmes que costumávamos ver. O Cemitério San Jon era mais que uma casa para Kim. Ela já havia andado por lá muitas vezes e visitara túmulos que ela não conhecia. As frases nas criptas a faziam imaginar a dor que cada pessoa sentia ao perder alguém que amava. Brad estava em cada noite, em cada pensamento, cada palavra e cada gesto. Tudo a fazia lembrar-se da dor e do seu sofrimento, era algo que nunca passava. Depois de um ano, Kimberlly havia se tornado alguém monótona. Não sorria, mas também não chorava. Vivia mas não vivia. Um ano. Um ano de sofrimento. Você foi egoísta, Brad. Pensou enquanto jogava mais uma rosa branca no seu túmulo. Eu deveria estar aqui e não você. Eu te odeio por isso e você sabe. Feliz aniversário para nós. Nada havia sido fácil depois que ele morreu. A carta que recebeu como presente nunca mais havia sido lida desde a noite do seu aniversário, porém estava muito bem guardada em um lugar que ela não poderia ver e nem tocar. Era torturante demais ver aquela caligrafia tremida e o papel de um caderno qualquer. Ela podia ouvi-lo respirar mais fundo a cada palavra escrita e sabia que ele havia chorado para fazer aquilo. Ela tinha certeza absoluta de não querer ver aquela carta nem tão cedo. Kim aprendeu a se cuidar da maneira correta e conseguiu um emprego qualquer. Faculdade não. Brad fazia faculdade antes de morrer, ela não sabia lidar com isso ainda. Mesmo depois de um ano. Grande coisa que seja um ano. Eu não sabia falar quando tinha um ano. Um ano não é nada. A vida tornou-se um desprazer completo, mas ela precisava viver. Por ele, apenas por ele, ela deveria. Se ele não tivesse ido, hoje estariam fazendo qualquer coisa. Qualquer coisa longe de um cemitério. Qualquer coisa que não fosse chorar. E nada seria como é hoje, as coisas teriam sido fáceis. Ela não pedia muito, era apenas uma coisa: Brad. E ela não queria muito, apenas ser feliz novamente, apenas sorrir. Kim já havia aceitado tudo, a situação, já havia aceitado que seu namorado tinha morrido e que precisava viver, mas não conseguia, era algo que não passava. Uma tristeza profunda. Era mais do que um amor, era uma dor permanente. 27 de Janeiro de 2017 – Cemitério San Jon, Flórida. Olá, Brad. Mais uma vez estou aqui no mesmo lugar. E hoje é uma data muito especial para nós. Faz cinco anos que você se foi e eu já estou com 24. Essa é a idade que iríamos nos casar. Eu nunca te esqueci, Brad, mesmo depois de tanto tempo. Completou um ano que você se foi e eu não tinha vida. Eu não sabia o que eu ainda estava fazendo no mundo, estava sendo torturante para eu ter que todos os dias acordar e saber que eu não podia ter você. Eu te odiava por não ter me deixado morrer, mas percebi que eu também estava sendo egoísta. Eu viajei para o Texas, acredite ou não, foi presente dos seus pais, que surpreendentemente aceitaram mais rápido e fácil do que eu. Morei com eles por um tempo, brinquei no seu forte, dormi na sua cama e toquei o seu violão de brinquedo. Fiquei cinco meses me recuperando. Seus pais foram maravilhosos, eu nunca pensei que nos veríamos de novo. Eu conheci a Becky, sua cachorrinha. Fiquei tardes e noites conversando com ela e contando das nossas aventuras na Flórida. Acredite ou não, eu comecei a Faculdade dos seus sonhos no Texas e agora já estou formada. Foi difícil para mim, mas sai da casa dos seus pais e consegui alugar um apartamento por lá mesmo. A Becky quis ir comigo. Eu não percebi, mas a minha vida mudou por completo e eu finalmente comecei a viver, mesmo sem você. Foi difícil, mas hoje eu sou feliz, acredite ou não. Eu sou feliz por te ter aqui comigo dentro de mim, e por saber que eu tenho outra família agora. Eu consegui realizar meu sonho e abri um atelier perto da casa dos seus pais. A Melanie, sua prima, está trabalhando comigo e o seu pai se aposentou. Sua mãe continua fazendo o que sempre gostou de fazer pintando os quadros. Não sei quantos ela já fez para você. Muitos dias ainda são pavorosos, principalmente os nossos dias. Lembra daquela vez em New Jersey? Eu me lembro disso todos os dias. Contei essa história para Becky milhares e milhares de vezes. A Becky morreu há uns meses e foi muito ruim. A minha segunda pior perda, pois com o passar do tempo eu comecei a te ver na Becky e passei a amá-la como eu te amava, porém, eu já sei lidar com isso e ela estava tão doente. Já era a hora de ela ir, e sei, que agora está segura aí com você. Eu estou te escrevendo pela primeira vez, no dia do meu aniversário e no dia em que você morreu. Eu vim para a Flórida pela primeira vez desde que fui para o Texas, vi meus pais e agora vim visitar você. Li pela segunda vez a sua carta e tive vontade de te responder. Sei que você não pode ler isso, mas sei que essas palavras vão te alcançar de um jeito ou de outro. Devíamos estar preparando nosso casamento e a nossa casa em algum lugar qualquer onde tenha muitas flores. Já preparei tantos vestidos de noiva, a cada um era uma emoção: eu me via ali, experimentando meu vestido, te impedindo de me espionar... São pensamentos vagos, que eu tenho a todo o momento. Eu fiz, por você, o que pediu. Eu vivi. Estou vivendo. Eu te transformei de um capítulo, para a minha vida toda, porque você está sim aqui. Está dentro de mim, dentro do meu coração, me fazendo acordar todos os dias. Obrigada, Brad. Pela primeira vez eu te agradeço, pois te compreendo. Muito obrigada por me dar a sua vida, por cuidar de mim mesmo de longe. Eu nunca te esqueço e nunca vou te esquecer. Saiba que onde eu estiver, eu estou com saudade. Não é um feliz aniversário... Eu te amo. - Kimberlly. FIM /Mel
Posted on: Sat, 23 Nov 2013 19:39:46 +0000

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