Olha, Guilherme. É exatamente aquilo que falávamos, no fim de - TopicsExpress



          

Olha, Guilherme. É exatamente aquilo que falávamos, no fim de semana: nós escolhemos uma profissão cujo futuro próximo é economicamente muito incerto. O argumento abaixo sustenta o que eu defendo: o jornalismo tradicional não vai morrer, mas ele vai se transformar em alguma outra coisa que ainda está indefinida e será dissociada da corporação de comunicação, como a conhecemos atualmente. Por Carla Rodrigues. De onde vem o dinheiro? Cadê a imparcialidade? Durante toda a entrevista com Pablo Capilé e Bruno Torturra, os meninos do Midia Ninja, o jornalismo Mario Sergio Conti mostrou uma edição da revista da ESPM sobre jornalismo pós-industrial. O volume é a tradução de um estudo recém-publicado pelo Centro de Jornalismo Digital da Universidade de Columbia, “Post-industrial Journalism: adapting to the presente”, cujas quase 30 páginas podem ser resumidas numa frase fundamental: a indústria de notícias acabou por que, de repente, todo mundo ficou mais livre. O que o documento de Columbia diz é que a indústria de informação, tal qual a conhecíamos, acabou – e é claro que o diagnóstico vale para os EUA mais do que para o Brasil, dado que aqui o percentual de verbas públicas destinado à publicidade protege os veículos de comunicação das agruras do mercado (aliás desse mesmo mercado que os mesmos veículos dizem ser a solução para todos os nossos problemas). Sobre isso, vale a consulta ao último relatório do Repórteres sem Fronteiras, “O país dos 30 Berlusconis”. Os dado de 2009 mostram que o governo federal gastou R$ 1,5 bilhão em propaganda na mídia privada. Nos EUA, a indústria de informação entrou em colapso pelo impacto das comunicações livres e on-line e pela descentralização da informação, e o documento de Columbia que Conti tinha em mãos afirma que só há uma forma de sair da crise: reestruturar métodos e processos a partir dos paradigmas da mídia digital, com a implosão de velhos modelos. Quando o programa acabou, eu me perguntava como implodir velhos modelos se uma emissora pública, que portanto poderia estar menos presa às amarras do mercado, demitiu Conti do Roda Viva por interesses políticos, se as emissora privadas que encaram o Mídia Ninja como concorrente não admitem chamar o que eles fazem de jornalismo, e, pior, se os argumentos que pretendiam desqualificá-los como jornalistas partiam de duas perguntas que, feitas aos veículos de comunicação brasileiros, não deixam nenhum de pé: cadê a imparcialidade? De onde vem o dinheiro? O documento de Columbia: towcenter.org/wp-content/uploads/2012/11/TOWCenter-Post_Industrial_Journalism.pdf Os Repórteres sem fronteiras: en.rsf.org/IMG/pdf/brazil_report.pdf
Posted on: Tue, 06 Aug 2013 14:59:23 +0000

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