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Olocracia Bernardo Filho Tem-se falado ultimamente sobre a “olocracia”, em razão das últimas manifestações da população que tomou as ruas erguendo múltiplas bandeiras. E como surgiram estas discussões acaloradas que os meios acadêmicos tentam decifrar sobre os desdobramentos dos eventos? Iniciaram a partir da compreensão do fato olocrático que significa (do grego okhlos, multidão e kratos, poder) uma situação crítica em que vivem instituições, ao sabor da irracionalidade das multidões. O termo indica o jugo imposto pelas multidões ao poder legítimo e à lei, fazendo valer seus intentos acima de quaisquer determinações de Direito Positivo. Muitos discordam disto, por entender que o que a população quer, não é fazer valer seus direitos mas sim, vê-los respeitados. Concordamos com estes últimos. O fato de que as ruas desestabilizaram a redoma de proteção em que se encontram as altas esferas do poder, para alguns tratou-se de evento olocrático. Por que discordamos de ter sido um fato olocrático? Porque a olocracia também pode ser definida como o abuso que se instala num governo democrático quando a multidão se torna senhora dos negócios públicos. Note-se, por oportuno, que, o que a população almeja, não é a ingerência direta ou indireta no governo e sim, cobra retorno dos impostos por via de qualidade da gerência. Vivemos sim a “tirania da maioria”, que é um dilema enfrentado por uma democracia quando os interesses de minorias são consistentemente obstaculizados por uma maioria eleitoral. Os casos mais comuns são as discriminações contra grupos étnicos, raciais, religiosos, entre outros. Para tanto devem ser criados dispositivos constitucionais e estatutos que visem à proteção dos grupos minoritários. Há que se buscar a tolerância, numa concepção moderna, e também que se conscientizem os políticos em prol de uma atitude pessoal e comunitária de aceitar valores diferentes daqueles adotados pelo grupo de pertença original. Se o governo imagina ter o poder de reprimir, conter, deter, impedir com um tipo qualquer de ação pública ou obra de marqueteiros, criando meios para conter e calar manifestações, está completamente equivocado em seus propósitos. Isto sim, por outro lado, poderá vir a lhe tirar a tranquilidade de conseguir levar a termo seus propósitos. É hora de reflexão, de busca de caminhos que sejam mais transparentes e sem privilégios. É hora de gestão, do nascimento do estadista, que passa ao largo dos conchavos e das manipulações, que busca de todas as formas ao seu alcance, ferramentas e mecanismos para conter a corrupção. O intento de se buscar este Estado mais de encontro à grande massa é o que as manifestações esperam e não, em nenhum momento, criar um fato olocrático de gerenciamento e sim de um fato de interferência e resgate por respeito. Vamos esperar que a mensagem do povo tenha sido compreendida em sua integralidade, pois como está e a continuar assim, a resposta virá das urnas o ano que vem.
Posted on: Sat, 27 Jul 2013 23:36:36 +0000

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