Operação Bariátrica: Processo inicial, os termos e as técnicas - TopicsExpress



          

Operação Bariátrica: Processo inicial, os termos e as técnicas autorizadas no Brasil (via SUS e Convênios) Parte 2.1 by Fabiana Camilo A série que estamos fazendo aqui no Blog Fabiana Camilo falando sobre técnicas radicais de emagrecimento estão dando o que falar. Assim como prometido na semana passada, hoje damos continuidade as técnicas autorizadas no Brasil, os cuidados, riscos e vantagens. Cirurgia Restritiva e Cirurgia Disabsortiva As cirurgias restritivas promovem a perda de peso pelo fechamento de partes do estômago para torná-lo menor, assim restringe a quantidade de alimento que o estômago comporta. Os procedimentos restritivos não interferem com o processo digestivo normal. Como resultado dessa cirurgia, a maioria das pessoas perde a capacidade de comer grande quantidade de comida de uma só vez. Após a operação, as pessoas usualmente conseguem comer apenas ¾ a 1 xícara de alimento sem desconforto ou náusea. Os alimentos também devem ser bem mastigados. A perda de peso é menor e se não houver reeducação alimentar todo o peso é retornado. As cirurgias disabsortivas produzem maior perda de peso (2/3 do excesso do peso em 2 anos) e são mais efetivas em reverter as comorbidades, eles fazem um desvio parcial do intestino delgado, reduzindo a absorção das calorias e também dos nutrientes. Agora, finalmente as tais quatro técnicas. Segue abaixo uma imagem do nosso aparelho digestivo para que vocês comparem com as técnicas: APARELHODIGESTIVO Gastroplastia Redutora Fobi-Capella ou Bypass Gástrico Esta técnica surgiu inicialmente na década de 80, pelos doutores Mathias Fobi e Rafael Capella, por isto o nome, mas possuem diversos outros nomes técnicos que no final são exatamente o mesmo procedimento: gastroplastia redutora com derivação intestinal, by-pass gástrico com derivação em Y-de-Roux... É um processo cirúrgico que reduz drasticamente o tamanho e volume do estômago em cerca de 95% e também faz um desvio do duodeno e do intestino para uma menor absorção das calorias e nutrientes ingeridos. Com o uso de um grampeador cirúrgico o estômago é dividido em dois segmentos: Uma de porção menor que servirá de "novo estômago" e que corresponde a cerca de 30 a 50 ml de volume de alimento a ser ingerido. O restante do estômago ficará inutilizado. O duodeno também fica isolado e parte do intestino delgado é retirada, para que nem todo alimento ingerido seja absorvido. Ao isolar o duodeno, deixamos de absover o cálcio e no intestino as principais vitaminas, principalmente a B12 e o ferro. FOBICAPELLA Por ser restritiva e desabsortiva, temos um volume mínimo a ser ingerido (50 ml) e também uma perda grande de nutrientes, sendo necessária a reposição de vitaminas para o resto da vida. É a cirurgia mais utilizada no mundo para emagrecimento e também para a Diabetes. A técnica evoluiu muito nos últimos 10 anos, como o anel de silicone que não é mais utilizado e que provocava vômitos frequentes, dificuldade de adaptação à cirurgia e reoperações para sua retirada. Embora se digam que é reversível, não é totalmente já que parte do intestino é removida e o retorno do desvio também é dificultado pois se isola totalmente o duodeno. Um estômago hipofuncional pode apresentar problemas (o ácido clorídrico que deixa de ser produzido a contento no pequeno estômago e que é fator importante no intestino para a absorção do ferro deve ser constantemente monitorado, pois provoca anemia perniciosa). Desvantagens: 1-Diarréia se ingerir alimentos hipercalóricos; 2- Síndrome de "dumping" (dor epigástrica, náuseas, vômitos, rubor e sintomas de hipoglicemia, desmaios) se ingerir doces, líquidos muito calóricos ou carboidratos simples. Assim, a pessoa precisa ajustar sua alimentação para evitar passar mal após as refeições. Deve sempre fazer acompanhamento junto com a equipe que o operou. A perda média de peso é de 35 a 40% do peso inicial em longo prazo. Complicações pós-operatórias mais frequentes: Úlceras de boca anastomótica, infecções pulmonares, estenoses, fístulas, infecção em incisão, hemorragia gástrica, colelitíase (isso é pedra na vesícula, tá?), desnutrição e em muitos casos ocorre o reganho de peso. Duodenal Switch ou Gastrectomia com desvio Duodenal O Duodenal Switch (DS) é também conhecido como derivação biliopancreática com Switch Duodenal (BPD-DS) e trata-se de uma técnica mista, restritiva e desabsortiva. A porção restritiva da cirurgia envolve a remoção de cerca de 70% do estômago ao longo da curvatura maior semelhante a uma Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico. A porção desabsortiva da cirurgia desvia um segmento do intestino delgado que recebe a passagem do alimento, e outro que desvia os sucos digestivos criando duas vias distintas e um canal comum. A menor das duas vias intestinais leva alimento do estômago para o canal comum. A outra via, o segmento intestinal biliopancreático, carrega bile a partir do fígado para o canal comum. O canal comum é a porção do intestino delgado, geralmente 75-150 centímetros de comprimento, em que ocorre a mistura do conteúdo alimentar com a bíle antes de chegar ao intestino grosso. DUODENAL O objetivo deste novo arranjo é o de se reduzir a quantidade de tempo que o corpo tem para capturar as calorias dos alimentos no intestino delgado e para seletivamente limitar a absorção de gordura. Como resultado, após a cirurgia, estes pacientes absorvem apenas cerca de 20% da ingestão de gordura. Por ser desabsortiva e bem invasiva, requer que os pacientes que se submetam ao procedimento necessitem tomar suplementos vitamínicos e minerais para o resto da vida. Suplementos frequentemente receitados incluem um multivitamínico diariamente, citrato de cálcio, e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Há a necessidade de um acompanhamento médico e testes laboratoriais frequentes a fim de se evitar complicações nutricionais decorrentes da mal absorção. O procedimento é irreversível. Complicações: Pacientes submetidos à cirurgia de duodenal switch podem apresentar reações no pós-operatório, como desnutrição, fezes de forte odor e diarréias, pois essa é uma operação que privilegia a má absorção de alimentos. Sleeve ou Gastrectomia Vertical em manga A Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gastrico foi uma cirurgia proposta inicialmente como uma técnica a ser realizada como primeira etapa da cirurgia de Duodenal Switch que seria indicada em 2 tempos para pacientes super obesos e que apresentavam um índice elevado de complicações intra e pós operatórias. O estômago é grampeado em forma de tubo que vai do esôfago ate o duodeno. Assim se reduz o estômago em até 80% do seu tamanho. O novo estômago fica com 150 a 250 ml e com a forma parecida com a de um tubo gástrico. Nessa redução, se retira parte do fundo gástrico, região que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação de fome. Assim após a cirurgia o apetite também diminui. O Sleeve foi liberado no Brasil pelo SUS somente neste ano e ela vem sendo indicada cada vez com maior freqüência para o tratamento da obesidade mórbida grau III, principalmente em pacientes que possuam problemas intestinais ou quadro de anemia importante. SLEEVE Procedimento realizado por Videolaparoscopia é irreversível, mas apresenta um índice de complicações reduzidas. Por ser um método novo, a Gastrectomia Vertical ou Sleeve ainda está em avaliação pela comunidade científica e alguns estudos ainda estão em andamento para se determinar se este procedimento de forma isolada será suficiente para a manutenção da perda de peso em pacientes obesos ou se estes pacientes necessitarão de uma nova cirurgia no futuro. Complicações já encontradas: Algumas das complicações mais frequentemente descritas nestas cirurgias, são os sangramentos, a fístula e a estenose (problemas no fluxo de sangue no coração). Intolerância a alimentos sólidos, normalmente manifestados por dor após engolir, sensação de alimento "preso" e regurgitação ou vômitos, não é incomum após a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) e plicatura gástrica. Banda Gástrica ou Gastroplastia vertical com banda Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gástrica ajustável representa 5% dos procedimentos realizados no País. Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios (não provoca algum tipo de saciedade), essa técnica também ajuda no tratamento do diabetes. Coloca-se uma prótese de silicone em forma de anel em volta da porção proximal (de cima) do estômago, de modo a provocar uma segmentação gástrica e criar um reservatório gástrico de pequeno volume, com cerca de 20 a 30 ml. A ingestão de alimentos preenche rapidamente este reservatório do estômago provocando uma sensação de saciedade precocemente. O grau de estreitamento do estômago pode ser ajustável (regulado) no pós-operatório com a injeção de soro fisiológico através de uma pequena punção no reservatório da banda localizado embaixo da pele do paciente. Assim, o estreitamento do estômago pode ser ampliado ou reduzido, conforme a quantidade de alimentos que o paciente deva ingerir. BANDAGASTRICA A perda média de peso é de 20 a 30% do peso inicial em longo prazo. É uma técnica restritiva e é reversível. Complicações: Expansão anormal do balão, erosão da banda e infecção da banda. Na próxima matéria, falarei sobre técnicas mais recentes como a do Balão Intragástrico, Bypass intestinal e Orgônio. Algumas não autorizadas e polêmicas... Ficou com dúvidas? Discordou, gostou, detestou? Sugestões? Comenta aí, manda email, compartilha, sinta-se à vontade!!! Beijos! Simone Sanches simone_sanches@hotmail Todo o conteúdo é escrito através de pesquisas publicadas, dicas e experiências pessoais. Se o leitor estiver interessado em realizar qualquer tipo de tratamento de emagrecimento, é necessário e imprescindível a consulta com médicos, psicólogos e/ou nutricionistas.
Posted on: Tue, 16 Jul 2013 14:26:08 +0000

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