Os inimigos também merecem "atenção"! Quando uma inimizade se apresenta, logo vemos a necessidade de sua existência. Podemos avaliar nossas conclusões do modo inverso. Talvez necessitamos mais de inimigos, que de amigos, por que não? A capacidade de compreender "o valor" da inimizade é apenas para aqueles que reconhecem o seu próprio valor. A "castração" da inimizade, eleva a nossa condição e gera a capacidade de não reagir a um estímulo, simplesmente. Respeitar a parte de uma pessoa, degenerada de seu equilíbrio mental, espiritual, na qual deixa-se morrer em porções venenosas contra os próprios sentidos. Essa hostilidade, esse ódio chega ao seu cúmulo, além disso, só quando tais naturezas não têm já firmeza bastante para a cura radical, para renunciar ao seu "demônio", o sujeito chega ao ponto da inimizade, ou seja, o "falecimento da arte" de suportar, a intolerância ao divergente e até mesmo o medo de encarar que suas "verdades" estavam erradas. O cidadão envenenado em seus achismos, pensa que "um homem bom deve ser inofensivo, de índole inabalável, fácil de enganar..." (disse Friedrich Nietzsche) Quando na verdade o "homem bom", sabe as "justas medidas", pondera limites, respeita e se põe em lugar de respeito. O "calar" do sábio, "fala" mais que mil palavras de um tolo, que tenta inutilmente espalhar os frangalhos de si mesmo, afastando-se cada vez mais da "razão" e "perdendo - se" aos poucos. A inimizade enfim, nos leva a compreender até que ponto podemos chegar se nos deixarmos levar pela ignorância do amor próprio em excesso e a falta de avaliação do ridículo, diante da frustrante tentativa de mostrar - se superior, estando em visível total decadência. by Liana Lyma
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 22:38:23 +0000
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