Os protestos no Brasil começaram como manifestações pacíficas - TopicsExpress



          

Os protestos no Brasil começaram como manifestações pacíficas por melhores serviços públicos e contra a corrupção, mas se transformaram em movimentos que sempre termina em violência. Tem quem diga que é a polícia que começa, e que a polícia só revida aos ataques que sofre, no entanto o fato é que a atenção tem sido desviada. Entre os diversos movimentos que participam dos protestos, há os Black Bloc, um grupo dentro dos modelo anarquista. Novidade no Brasil, mas não no mundo, os Black Bloc sempre escondem o rosto para não serem identificados pela polícia, agridem qualquer tipo de jornalista em qualquer lugar do mundo onde atuem, quebram câmeras dos profissionais de imprensa e divulgam na internet seus próprios vídeos. Nos Estados Unidos foram descritos como o câncer violento que destruiu o movimento Occupy Wall Street. Eles são os anarquistas vestidos de preto que levam o anarquismo a sério, não seguem líderes nem possuem disciplina e estrutura. O grupo tem em comum a tática de enfrentar a polícia e quebrar vidraças, o que descrevem como uma performance simbólica para desafiar o sistema. O problema é que, numa manifestação de massa, a violência aparece para a opinião pública sem distinção de motivo. O cidadão comum não diferencia saque consumista ou depredação de um suposto gesto revolucionário e prefere generalizar a violência como caos, desordem ou, na palavra da vez, vandalismo. ‘O objetivo deles não é necessariamente levar adiante uma agenda política, mas de alguma maneira acreditam que a imagética desta violência entre eles e a polícia ou entre eles e a propriedade privada, de alguma forma vai inspirar as massas. Sob o meu ponto de vista, não funcionou. E afasta muita gente’, explica o jornalista Ari Paul, que há anos cobre as ações do Black Bloc pelo mundo. O filósofo John Zerzan é um dos anarquistas mais conhecidos dos Estados Unidos defende as táticas do Black Bloc, como úteis para deflagrar um processo real de mudança. ‘Se tivermos oportunidade de conversar sobre o que está em questão e de como manifestações simbólicas e bem comportadas não levam a nada, podemos ir adiante. Não vai ser fácil. É preciso assumir riscos. Caso contrário você continua a se conformar’, diz Zerzan. Black Blocs no Brasil Foi uma surpresa a ação de anarquistas nas recentes manifestações de rua no Brasil. Poucos sabiam até mesmo da existência de grupos organizados e ativos no país com sites na internet. A maior novidade, no entanto, foi a presença, em alguns dos momentos mais violentos, de jovens anarquistas vestidos de preto que protestam usando a tática Black Bloc. Um dos integrantes desse grupo, um estudante de 20 anos que não quis se identificar, falou ao Sem Fronteiras. Ele foi o único a concordar em dar entrevista. Todos os outros abordados, argumentam que seria incoerente falar com a TV Globo, já que discordam da visão que a grande mídia tem dos Black Blocs e de falar sobre um coletivo que não existe como grupo. Veja a entrevista: Jovem: O Black Block Brasil, na verdade, é o mesmo do mundo inteiro. Ele não é um grupo não é uma organização. O nome Black Bloc é uma tática, um meio de agir nos protestos, defendendo as pessoas que não têm condições de ficar, digamos, peitando a polícia na hora em que ela atira e joga bomba. Não existe reunião, não existe liderança, nós não sabemos nem quantos somos. Repórter: O que vocês querem? Qual a reivindicação de vocês? Jovem: A reivindicação que nós temos no protesto, ela é diferente da nossa ideologia. Nós temos uma ideologia, mas nós também temos pé no chão. Nós estamos nesses protestos fazendo a proteção e reivindicando as mesmas pautas do protesto. Repórter: E como eu faço para diferenciar vocês dos vândalos? Jovem: A diferença é a seguinte: os vândalos normalmente andam com blusas na cabeça, sem blusas ou então com blusas na cabeça e blusas de outras cores. Bermudas etc. A Black Bloc anda em grupo, ela só fica junto. Ela não anda separada. Com capuz preto, máscara preta, calça preta, blusa preta, óculos preto, máscara de gás, sempre mantendo um padrão preto. Repórter: E tem gente que se infiltra no movimento de vocês? Existe alguma divisão dentro do Black Bloc Brasil? Jovem: Infelizmente isso acontece. Repórter: Em que situação vocês são violentos? Você já foi violento alguma vez? Jovem: A violência da Black Bloc, ela não se dá em atacar, somente em se defender. A polícia atira com bala de borracha, a polícia tem escudo, tem proteção, a polícia tem bomba de gás, a polícia tem bomba de efeito moral e a única coisa que a gente tem para se defender são madeiras, paus e pedras. Na verdade, a gente tem que responder a altura. Não digamos que a gente é agressivo, nós respondemos simplesmente à altura que a polícia ataca, mas lixo na rua faz parte da tática Black Bloc que atrasa a movimentação da tropa.
Posted on: Sat, 27 Jul 2013 01:31:04 +0000

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