PALAVRAS DE UM AMIGO – III – Espero não estar sendo chato demais com meus raciocínios; mas tem que ser assim, para que nos entendamos melhor mais tarde... Então continuemos... Neste tempo difícil que a pessoa há de viver um dia, e que vivi e talvez até hoje esteja vivendo, deseja-se com profundo anseio descobrir o que realmente se é, bem como o que são as coisas, a vida, Deus, etc., mas não pela cartilha dos outros, ou pelos códigos antigos, repetidos de geração em geração; e se quer, ao ver e estudar as coisas, poder indagar os fundamentos de cada argumento, de cada diretriz, de cada conceito, de cada fato observado, sem nenhum preconceito ou temor. É como se a alma do indivíduo estivesse dando o grito de independência, por se achar pronta para aprender. Mas é aí que se depara com a barreira do estabelecido: as pessoas vêm logo em contradição, afirmando que todo mundo ensina da maneira que está, e acredita assim desde muito tempo, e que se alguém alterar as coisas, só terá desgosto e será desprezado, ou marginalizado... Aí, uma força interior faz que o indivíduo em mudança seja diferente: ele não aceita estes temores. E fazendo-se forte, persevera na busca. Eu mesmo fiz isso. Comecei pelo estudo teórico da Teologia tradicional, penetrei no mundo da Filosofia, da História, da Literatura, e depois da Ciência... Matérias que me ajudaram muito, tanto a entender, como a não aceitar certas coisas, mesmo que hajam sido aprovadas por muitos, ou por quase todos... Temos diversos testemunhos de pessoas que vivenciaram o mesmo período, com reações semelhantes, os quais até poderia me ocupar em demonstrá-los, mas que só o faremos noutra ocasião. Entretanto, acho agora que basta o meu próprio. Eu era jovenzinho ainda, quando se iniciaram as preocupações que me acompanhariam vida afora. Naqueles dias já fui me sentindo responsável pela minha consciência e por meus atos, querendo ser honesto e verdadeiro comigo mesmo e com os outros... Minha família toda era católica, e o caminho da fé católica me pareceu uma oportuna meta para alcançar o entendimento, que eu já estava sendo forçado a buscar... Eu busquei no catolicismo, e depois em algumas igrejas protestantes as respostas que minha alma queria. Mas foi vão. Participei de todos estes movimentos e sociedades sinceramente, investigando todas as doutrinas até quase os detalhes, mas por fim só descobri uma coisa: todas não passam de esforços do homem para entender a si próprio, e para entender tudo ao redor; mas nenhuma conhece mesmo as coisas, nem mesmo os elementos que ensinam... Foi a minha triste conclusão. Fiquei desiludido nesse tempo com quase tudo, até com a vida... Mas depois tudo mudou. E em nossa próxima palestra amiga contar-lhe-ei como isto se deu... Combinado?
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 19:58:09 +0000
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