PASSAGEIRO DO INFINITO Nós seres humanos, em nosso íntimo, bem - TopicsExpress



          

PASSAGEIRO DO INFINITO Nós seres humanos, em nosso íntimo, bem sabemos da riqueza que é o simples ato de viver, de respirar, de sorrir, de sonhar e de amar. O que ocorre, muitas vezes, é que nós simplesmente perdemos ou negligenciamos nossa escala interior que mede nossos maiores tesouros. Para ilustrar melhor esse pensamento, vou comparar nossa vida a uma grande viagem, cujo ponto de partida foi o dia em que nascemos. O bilhete que nos confirma nessa viagem foi expedido por Deus. Nesse bilhete está escrito “Viajante do infinito”, para nos dizer que somos seres configurados ao infinito de Deus, que é autor da vida. Nas palavras de Santo Agostinho, “Fizeste-nos para Ti, Senhor! e Inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti”. Portando eu e você embarcamos na extraordinária aventura de viver as realidades da terra em vista do céu, nossa pátria definitiva. S. Paulo, escreve aos hebreus, dizendo: “Não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da futura”. Nessa experiência de viver as realidades temporais, com livre arbítrio, exercemos plenamente o dom da liberdade. Porém, corremos muitos riscos: risco das escolhas equivocadas, risco da valorização excessiva de nosso eu interior, nos perdendo em nosso próprio egoísmo e arrogância, risco de ceder aos apelos consumismo e hedonismo desenfreados, risco de servir ao dinheiro e não a Deus. E as escolhas na vida são inevitáveis - pois o simples ato de não escolhermos um caminho já é em si uma escolha. Contudo, na medida em que vivemos, ganhamos mais chances de acertar. Passamos pois, por várias experiências. Muitas delas de imensa riqueza espiritual e humana, sobretudo as que nos causaram sofrimento. Mas seguimos a viagem. A certa altura desse itinerário, as experiências da vida nos fazem pensar e repensar o sentido da própria viagem: penso que precisamos ser mais profundos e mais audaciosos. Quando falo de ser mais profundo e audacioso na viagem, quero dizer que precisamos fazer validar ao longo de toda a viagem, o nosso bilhete de partida, que nos diz “Viajante do infinito”. Quero dizer que eu e você, precisamos descartar atitudes que tornam a vida mediucre, inodora e insípida, para dar-lhe um verdadeiro sentido. Precisamos pois, nos deixar mover pelo que transcende à nossa própria vida, precisamos nos orientar na perspectiva céu! Isso exige de nós uma adesão, um recomeço, um novo olhar sobre a sacralidade da vida. Para isso faz-se necessário a disponibilidade ao encontro: encontro com o outro, encontro consigo mesmo, no desafio de autoconhecer-se, encontro com o Senhor, que não se despede de nós na partida, mas, ao contrário, parte junto conosco. Ele, o Mestre, que fez a experiência da existência humana, nos acompanha sempre em nossa humana existência. Quando encontramos o Mestre, e o reconhecemos, nossa vida ganha novo sentido. Então queremos segui-lo, pois Ele é o acontecimento, “o melhor que poderia acontecer em nossa vidas” – Disse a Igreja, em Aparecida - Vale lembrar as palavras de Pedro que disse “aonde iremos Senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?” Esse acontecimento, portanto, nos transforma, pois nos configuramos a Ele. Deste dia em diante jamais fomos os mesmos. Ocorre que a partir desse encontro, que um dia tivemos, nós não criamos asas, nem fomos arrebatados para o alto; ao contrário, nos percebemos claramente inseridos nas realidades de nosso tempo. Portanto, nesse exercício de estar no mundo, tanto eu quanto você precisa construir os valores do céu. Nessa perspectiva, a Igreja nos ensina que precisamos ser sal da terra e luz do mundo. Entretanto, como os valores do mundo estão distantes dos valores do céu, todos nós, que passamos por este mundo rumo ao infinito de Deus, precisamos agir com senso de urgência. Agir revitalizando nossa forma de viver, agir pensando no outro como filho de Deus, agir nos solidarizando com quem sofre, agir renunciando ao pecado e ao seu autor, agir impulsionado pelo Espírito, que santifica nossa existência; agir com coerência de filhos de Deus, portadores do dom infinito da sua graça; agir, testemunhando o Cristo, com palavras e sobretudo com a própria vida. Fazendo valer cada dia de nossa existência! Amando as pessoas, indignando-se quando lhes negarem a dignidade, partilhando nossos dons, ensinando nossos filhos que Deus é Pai, apontando-lhes o caminho do céu! Tarefa fácil? Não! Porém necessária. O encontro com o Mestre, que sem nos darmos conta, já viajava conosco, nos faz portadores das sementes do Reino. Nessa condição, nossa peregrinação terrestre não só ganha sentido, mas se enriquece no compromisso com o Senhor. A propósito, o tempo presente é tempo de conversão. Aproveitemos esse tempo para sermos cada vez mais de Deus! Finalizo, declarando-me feliz e imensamente agradecido pelos dons que recebi, meus maiores tesouros: A fé, a vida, a maturidade, o trabalho, os amigos, os filhos, a esposa, a família. Por isso louvo a Deus por ter chegado até aqui, e de coração aquecido e aberto, poder repetir lindas palavras de Josué: Eu e minha casa serviremos ao Senhor!
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 23:00:09 +0000

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