Palavras p uma tarde cinzenta de reflexões...... qem se propor a - TopicsExpress



          

Palavras p uma tarde cinzenta de reflexões...... qem se propor a me acompanhar.... aproveite as letras de Edgar Morin...... Uma vez que, desde Kafka e Camus, a literatura dos intelectuais está como que corroída pelo absurdo, a cultura de massa se esforça em aclimatar, aclimar e, finalmente sufocar o absurdo, dar um sentido à vida por meio da exclusão do contra –senso da morte. O happy end é postulado pelo otimismo da felicidade, o otimismo da rentabilidade do esforço (é preciso que todo empreendimento nobre e heróico tenha sua recompensa aqui na Terra). Por outro lado, qualquer intervenção do poder político no meio da cultura postula igualmente um final feliz, porque o poder afirma que tudo é bom na sociedade que ele governa. É por isso que, ao lado do happy end privado do filme ocidental, há um happy end “político”; na URSS e nas democracias populares, o final “otimista” reinou durante a era stalinista, depois a nova corrente se traduziu pela tragédia de Kanal ou de Quando Voam as Cegonhas. De maneira diversa, a ordem estabelecida a Leste e a Oeste quer exorcizar o pessimismo, em relação ao mundo realista, que é fermento de critica social ou de desitegração ideológica. Mas existe uma diferença entre o “fim otimista” em favor do sistema social e o “happy end” em favor do individuo privado. No happy end privado, a eliminação ou o evitar do absurdo, a vontade de salvar os heróis dos perigos constituem negativamente uma espécie de segurança social ou de garantia contra todos os riscos imaginários, positivamente, uma valorização mitológica da felicidade. Esses dois aspectos – negativo e positivo – mostram que o happy end dá uma forma imaginaria sintética às aspirações vividas que adquirem consistência no Welfore state e na busca da felicidade privada. A tirania do happy end corresponde ao novo demos.
Posted on: Sat, 22 Jun 2013 19:26:10 +0000

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