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Ponto Final - As boas ou as más notícias Ao contrário de muitos de seus colegas de governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem um grande respeito pelos meios de comunicação. Considera a livre informação uma commodity vital para o bom desempenho da equipe econômica Seus assessores sabem disso e uma das primeiras tarefas que executam pela manhã é rastrear o que de mais importante foi publicado sobre o Brasil na imprensa internacional. Para Mantega, os jornais e as revistas especializados em economia da Europa e dos Estados Unidos são sensores fiéis dos humores do mercado financeiro e dos investidores estrangeiros. Para não depender apenas do crivo de seus auxiliares, Mantega mantém ao seu lado um inseparável tablet e mandou instalar em seu gabinete um telão com noticiário on line da Bloomberg. Às vezes, as notícias são positivas e mostram que a economia brasileira está no rumo certo. Foi o que aconteceu quando, em 2009, em plena crise econômica mundial, a conceituada revista "The Economist" trouxe na capa uma montagem com o Cristo Redentor subindo do morro do Corcovado como se fosse um foguete. Com a manchete "O Brasil decola", os editores ingleses ressaltavam que nosso país tinha encontrado forças próprias para passar ao largo das dificuldades. Graças à política anticíclica e aos programas de distribuição de renda (vide Bolsa Família), foi gerado um vigoroso mercado interno. Em outra ponta, a demanda por matérias-primas, principalmente pela China, aquecia as exportações de soja e minério. Havia também a novidade do pré-sal e o Brasil tornava-se, assim, a bola da vez dos investimentos externos. Mantega ficou feliz da vida e, sempre que recebia convidados, fazia questão de exibir a capa otimista. Mas a sabedoria popular ensina que dia de muito é véspera de pouco. Esta semana, "The Economist" voltou a dar destaque ao Brasil, com um encarte especial de 18 páginas. Na capa, porém, o Redentor aparece em queda de parafuso com a pergunta "O Brasil estragou tudo?". A revista repete interpretação do jornal "Financial Times", que, em editorial, afirmou que o país comportou-se como uma cigarra. Quando o vento soprou a favor, deveria ter feito reformas, além de investir em infraestrutura para reduzir o chamado Custo Brasil. A revista acrescenta que as mudanças frequentes nas regras dos leilões de concessão cria insegurança jurídica e critica o excesso de burocracia. Tudo isso reduz a competitividade e a produtividade da indústria brasileira. E contribui para que os investidores estrangeiros optem por outros países, como México e Chile. Mantega, desta vez, não ficou feliz, e muito menos a presidente Dilma Rousseff. No twitter, em troca de mensagens com o perfil Dilma Bolada, ela rebateu: "Eles estão desinformados. Quem aposta contra o Brasil sempre perde". Na mesma toada, o economista Paulo Nogueira Batista Jr, diretor-executivo pelo Brasil no FMI, disse que a revista exagerou agora e em 2009, e lamentou que alguns brasileiros não tenham superado o tal do complexo de vira-lata, dando importância demasiada à opinião vinda de fora. Pode ser que a presidente e o economista tenham razão. Mas seria um erro de Guido Mantega levar em conta apenas as boas notícias. Vale a pena, por exemplo, ler a entrevista do argentino Roberto Frankel nesta edição do Brasil Econômico. Por sinal, um crítico da política cambial. Brasil Econômico Octávio Costa **
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 21:03:37 +0000

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