Por Paulo Márcio Suaves lembranças O tempo de sonhar passou tão de repente... Aqueles dias iluminados, em que colhíamos frutas temporãs nos quintais e sítios à beira da estrada, e contemplávamos as aves mesmerizantes, com seu canto mavioso e plumagem furta-cor. Tudo desapareceu em um lampejo, como se a realidade fosse feita de alguma matéria fluida e evanescente. A vida transformou-se em uma monótona aduana, e, à exceção dos abutres, empalharam-se todos os pássaros que coloriam os campos e os céus. Ainda contemplo o nascer de cada manhã. Ainda sinto uma brisa tépida acariciando-me levemente a pele áspera. Mas já não vejo o viço e o brilho que outrora nos infundiam vida e esperança. Ó Deus! terá o mundo inteiro se convertido em um desmesurado deserto? O tempo de sonhar escorreu-me por entre os dedos, como areia do deserto. E aqueles dias de sol iridescente, de sorrisos largos e profundos, já não passam de um oásis no acervo de minhas suaves lembranças. Aracaju, 30 de agosto de 2013
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 21:24:58 +0000
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