Quando vejo esse tipo de manifestação no jornalismo, esse multimídia, do Século 21, fico extremamente preocupado. É de uma precariedade inaceitável em detrimento do quanto avança o conhecimento sobre o campo. É verdade que há questões ideológicas que incidem na decisão de fazer uma pauta dessas prosperar. Mas me arrisco a apostar, do ponto de vista de quem pesquisa práticas jornalísticas e já esteve nas redações como repórter, que não são as mais relevantes nesse caso. Repito, incidem. O que é mais determinante, contudo, é a falta de compreensão sobre as formas de organização social contemporâneas e uma arrogância - às vezes até inconsciente - que produz esse tipo de distorção. Basta uma breve visita à página do diretor de Administração e Finanças da Trensurb, Leonardo Hoff, por exemplo, para saber que os trabalhadores da empresa aderiram à Greve Geral e que trabalharão apenas nos horários de pico, em razão de acordo com o MPT. Ele informa isso no seu perfil. Quem sabe uma ligadinha pra ele, só pra confirmar. Isso pra citar só uma das supostas dúvidas que a matéria aventa. Ah, claro, redes sociais não podem ser fontes de um jornalismo que se pretenda sério. Claro. Que radical a minha dica; irresponsável. Apesar de tudo, ainda acredito que a crise instaurada pela emergência das redes fará do jornalismo melhor. Pelo menos um jornalismo capaz de dar a ver mais da complexidade do mundo. Capaz de cumprir seu papel de mediação do espaço público e ajudar a sociedade a compreender o movimento que toma conta do Brasil; que são sindicatos de trabalhadores, cidadãos que querem se expressar, que promovem. Um jornalismo que diga, no mínimo, quais categorias aderiram, organicamente, à paralisação. #EuAcredito
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 04:30:31 +0000