Quem sou eu ? Não sou meu nome, nem minha identidade. Sou - TopicsExpress



          

Quem sou eu ? Não sou meu nome, nem minha identidade. Sou muitas experiências, Sou meus sonhos, meus desejos, meus atos. Sou consequência de mim mesma. Não sou os outros. Sou eu. Não sou pelos outros. Sou por mim. Não sou para os outros. Sou para mim. E por que tanta dureza, Tanta intransigência dentro de mim?? Exatamente por eu não aceitar a pessoa que eu sou. Aceitar. Ser. Vivenciar. Como é difícil retirar as máscaras. As capas. As proteções. As cascas. Que viagem profunda e inevitável. Mas eu vou em frente. Retiro uma a uma. As faces. Os gestos. Os conceitos que coloquei um a um... ...para me transformar na pessoa que achei, eles quisessem. Eles...o mundo, os amigos, a família, as teorias. E continuo desenrolando todas as faixas. Descascando cada artifício. Retirando todas as teorias. Me livrando de tanta busca por perfeição, por agradar. Uma vibração começa a percorrer minha alma. Uma ansiedade. Por não saber ao certo, Quem vou encontrar. Mas continuo, apesar de há minutos atrás estar deitada no meu casulo preferido. Fiquei lá por horas. Deitada. Encolhida. Esperando as horas passarem. O tempo correr. As coisas mudarem. Tudo isso pra ver se essa (louca) ideia de chegar até Mim passava, ia embora, me deixava. Mas ela não foi. Incansável, ficou ali me esperando. Ela sabia que eu iria voltar. E aqui estou. Mais uma vez, retornei. Voltei a (re)tirar cada pedaço. Igual a uma caixa de presentes, toda colorida. Retiro laços, fitas, papéis brilhantes, tons de azul, de verde, vermelho cintilante. Meu coração dispara. Mas eu não paro. O coração acelera. A respiração fica ofegante. E eu continuo. Vou escavando. Tirando folhas secas, Espinhos, matos, arbustos. Arranco até flores. Elas também precisam ser retiradas. E vou seguindo. Perseguindo. Como numa trilha. Devastando. Percorrendo. A respiração mais forte. A incerteza do que virá. Mas agora, não tem mais espaço pra volta. Não dá mais para recuar. Olho para trás e sei que não posso mais voltar. Não conseguiria repor tudo nos mesmos lugares. Não saberia. O que foi retirado perdeu-se. Diluiu-se. Não posso e não quero mais voltar. Quero seguir. Buscar e finalmente encontrar (me). Saber finalmente, quem sou eu! Saber o que se escondeu até agora. E continuo... Com passos mais rápidos. Olhos mais abertos, mais atentos. Começo então, a perceber o céu azul Que se abre sobre minha cabeça. Ele sempre esteve lá. Eu sei. Mas eu não o via. Começo a sentir o cheiro forte da terra. O verde das plantas que toca minha pele. Sorrio de prazer. É uma sensação maravilhosa. Esse contato. Com a terra. Com o verde. Com o céu. Meus passos se tornam mais lentos. Já não corro. Uma serenidade começa a tomar conta de mim. Não sei explicar. Nem quero. Apenas caminho. O dourado do sol começa a me acariciar. Toca a minha alma. E esse tom dourado, forte e consistente, me traz segurança. Como se eu pudesse pegá-lo em minhas mãos. E continuo... Agora mais devagar. Até sentir que meus pés pisam na água. É um rio de águas claras, vibrante e imenso. Começo a banhar-me lentamente Ao lado, vejo a cachoeira. Enorme. Ela derruba suas águas sobre mim. Borbulhando e espumando sensações de puro prazer. Mergulho. Sinto e deixo simplesmente sentir e ser. Esse momento é mágico. Toma conta de mim. Me encanta e me enleva. Mergulho, flutuo, deslizo, sentindo meu corpo leve e repleto de bem estar. A água está em mim, Eu estou nela. Uma comunhão. Água, terra, sol, ar. E eu aqui. Tão calma e serena. Tão perto de mim, como nunca havia chegado antes. Abro meus braços e sinto a leveza do ar, Do vento suave que toca meus dedos. Um sorriso recobre meus lábios. Meus olhos se enchem de ternura e alegria. Sinto a terra firme sob meus pés, O verde da mata que se entranha na minha pele, Nas minhas vísceras. O ar que roça meus pensamentos. O azul intenso do céu aveludado que invade todo meu corpo. Nesse momento, Sentindo uma felicidade incontrolável, Intraduzível em palavras, Confirmo o (re) encontro comigo mesma. Neste momento sei quem sou eu. Eu sou vida. Eu sou luz, cor e movimento. Retorno às minhas origens, À minha essência, À minha base. Este é o encontro com minha Essência Divina. Integrada aos elementos sutis e fortes da natureza, Minha expansão é completa. Sou a terra, a água, o ar e o fogo Sou a criação, Sou o mantra, Sou o “OM”. Um silêncio suave me invade. Paz. Serenidade. Estou aqui. Comigo. Inteira. Total. Feliz. Finalmente descobri: Essa sou eu ! (Árthara)
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 23:00:56 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015