Realidade dos negros ainda é muito difícil Por Prof. Zelda - TopicsExpress



          

Realidade dos negros ainda é muito difícil Por Prof. Zelda Madeira (UECE) No dia 20 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Apesar de algumas vitórias e de, a cada censo demográfico, mais pessoas se declararem negras no País, essa camada populacional é a maior vítima de violência, tanto no Brasil quanto no Ceará. Uma realidade duríssima, que se agrava no conjunto da juventude, onde sua parcela mais pobre e negra é a mais vulnerável. No Estado, segundo o Mapa da Violência 2013, são mortos 29 negros a cada 100 mil/habitantes. Essa taxa é bem maior na população jovem, quando se tem 59 homicídios de jovens negros a cada 100 mil/habitantes. Estas crianças não encontram ancoragem no nosso sistema educacional, diz a professora Zelma Madeira. Para a professora do curso de mestrado da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Zelma Madeira, isso reflete uma sociedade desigual, e, no Ceará, uma especificidade é determinante: Aqui temos um discurso ideológico da ausência de negros, então é como se não existíssemos. De acordo com ela, isso traz duas grandes consequências: a invisibilidade e a visibilidade estereotipada. Por conta da visibilidade estereotipada, eles são vistos sempre com preconceito, como marginais. O coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes da Unicef, Mário Volpi, diz que esta visibilidade estereotipada traduz-se quando departamentos de segurança afirmam que a maior parte destas vítimas, jovens e negras, estão envolvidas com o tráfico, são analfabetas e desempregadas. Há um componente racial, uma associação equivocada destas mortes. Pois, ao analisarmos as informações destas vítimas de homicídios, concluímos que a grande maioria não está envolvida em práticas de atos infracionais, são alfabetizados e empregados, o que demonstra a existência de discriminação racial, avaliou. A superação deste abismo racial está entre os desafios da implementação da Lei 10.639, de 2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas brasileiras. Estas crianças não encontram ancoragem no nosso sistema educacional, que não valoriza negros e indígenas. A escola é a sala de uma população que não somos nós. A consequência, segundo ela, é a reafirmação do racismo institucional, evasão e retenção dos jovens na escola. Sobre a questão, o coordenador especial da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coppir), Cristiano Pereira, informou que, até o fim do mês deste mês, a gestão deve concluir o Plano de Implementação da Lei 10.639/03. De acordo com o coordenador, uma das ações previstas é a formação dos professores. Precisamos fazer isso, porque as universidades não formam para estas matérias. Para o dia da Consciência Negra, 20, serão realizadas apresentações, exibição de filmes e debate sobre a política de promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo nas regionais.
Posted on: Mon, 18 Nov 2013 04:46:13 +0000

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