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Recentemente, assitimos nos tablóides de noticiários a comemoração referente ao alto índice de desenvolvimento humano no Brasil. Aliado ao PIB e todos os outros indicadores que, por serem uma média, camuflam diversas realidades em todo perímetro de extensão territorial brasileiro, em especial nas regiões Norte e Nordeste (semi árido). Durante anos da minha vida, morei no Norte do país e, sem nenhuma alegria, presenciei e vivenciei muito de perto a condição de miséria humana. Me refiro à miséria provocada por governos que priorizam o sistema econômico ao invés do potencial humano. Dia a dia, indivíduos acordam e dormem sem a perspectiva mínima da sobrevivência de si e de sua família. A expressão do nada paira sobre o cotidiano de milhões de pessoas que se conformam por desconhecer o significado de cidadania. Eles não tem esse direito, pois existe uma quantidade mínima de pessoas que lucra indefinidamente com essa indústria em série da pobreza. Assitimos isso de camarote, quando não nos damos conta de que obras bilhonárias como a transposiçao do São Francisco (no semi árido mais chuvoso do planeta), Belo Monte (que promove a tão temida internacionalização da Amazônia) e tantos outros mega projetos de cunho "sócio- econômico- ambiental" são a ferramenta necessária à perpetuaçao e aumento das desigualdades. A realidade que vivenciamos no sudeste é incomparável à de outras do Brasil. Nunca irei me esquecer uma vez que uma aluninha me disse com os olhos cheios de lágrimas que não se sentia brasileira, pois não fazia parte do que tanto a mídia, quanto os livros didáticos (completamente ultrapassados) apresentavam. O desconforto e constrangimento que senti ocorrem pois continuo na mesma posição. Essa, de expectadora. Como que se assistisse todos os dias, e por opção, esses programas bizarros que a televisão passa mostrando a violência como um troféu para a infelicidade de quem assite morbidamente no sofá. Começamos um movimento nos últimos tempos em que fomos para as ruas manifestar. Incrivelmente, como uma febre, passou. E voltamos a estaca zero. A da agnorância. Do desconhecimento da realidade alheia. A do ditado "farinha pouca, meu pirão primeiro". E reforçamos o discurso - prática do sistema capitalista. Somos parte integrante e fortalecedor dele. Mas sou uma romântica sonhadora. Como filha, neta, sobrinha de educadores, tenho pra mim que possíveis mudanças exigem muita perseverança, persistência, esperança e fé. Nossas raízes da desigualdade e dominação são profundas demais, equivalentes à nossa história e seu tempo. No entanto, acredito na educação e no conhecimento como a maior de todas as ferramentas para qualquer que seja o objetivo. Claro, aliado à sensibilidade de cada um. Ao bom senso. Intenção. Mas acima de tudo, ao amor.
Posted on: Tue, 06 Aug 2013 01:27:25 +0000

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