Reflexões de uma educadora que ama a sua profissão, mas que - TopicsExpress



          

Reflexões de uma educadora que ama a sua profissão, mas que está sentindo-se muito pouco reconhecida pela própria classe, imagina quem não é do meio. Quando me formei no magistério, fiz um estágio de seis meses numa escola de periferia, com recursos precários, que eu tinha que tirar do próprio bolso, quer dizer, do bolso do meu pai, para fazer os milhões de recursos e parafernálias que tínhamos que fazer para agradar nossos orientadores de estágio. Isto tudo, sem nem uma ajuda de custo, nem para alimentação, nem para o transporte, nada. Durante a faculdade, fiz vários estágios, voluntários, é óbvio. Também em escolas de periferia, pobres, com crianças carentes, não só de afeto, de atenção,mas também de alimentação, onde muitas vezes eu levava lanche para todos porque tinha pena de ver a fome estampada naqueles rostinhos. E foi assim que me tornei uma profissional excelente (quem me conhece, sabe que eu não sou modesta quanto a isso), com todos esses perrengues que passamos até hoje. Agora estão oferendo estágio aos médicos em lugares não muito diferentes dos que já citei e está todo mundo revoltado, porque eles vão ganhar uma bolsa no valor de 10 mil reais, coisa que um professor que trabalha 22 horas por semana leva na média 7 meses para receber este valor e ainda, vários depoimentos de médicos dizendo que não podem especializar-se em lugares precários, pois precisam saber utilizar equipamentos modernos , e tecnologia de última. Posso estar sendo ignorante, mas um bom profissional forma-se com vivências, com dificuldades e com eficiência, senão quando nós professores estagiassem, teriam que nos dar uma turma somente com alunos muito bem preparados, com um ótimo QI, com computadores individuais, lousa digital, ar condicionado, biblioteca própria e com uma bolsa auxílio de uns 5 mil. O que acham? Os meus colegas não concordam?
Posted on: Wed, 10 Jul 2013 17:44:45 +0000

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