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Ritmo Ideal Qual deve ser o ritmo ideal do ensino? Deve-se correr ao ritmo daqueles “melhores alunos” (as aspas não são por acaso), ou deve-se buscar os “alunos com maiores dificuldades” ? Se é certo que elevar o nível do conteúdo quantitativa e qualitativamente dá ao ensino uma aparência nobre e correta, é também certo que fechar os olhos para os alunos não pertencentes ao seleto grupo dos primeiros lugares dentro da ortodoxa forma de medi-los pode ser injusto e desestimulador. O objetivo deste trabalho não é trazer soluções mágicas para os problemas do ensino, mas sim, de uma forma sincera, trazer à luz discussões importantes e pertinentes que muitas vezes, no calor do ritmo acelerado da atividade docente acabam não vindo à baila. Parece imprudente medir com régua tão ortodoxa pessoas tão sofridas, tão vencedoras e tão perfeitamente adaptadas a dificuldades que, certamente, aleijariam um grande percentual de pessoas a quem julgamos inteligentes e aptas se medidas com as antigas réguas. Algo precisa ser feito e com certa urgência. Necessário é gastar tempo, olhando nos olhos destas crianças. Ouvi-las, não só com o olhar de doutores que procuram enfermidades nelas, mas talvez como “doentes” precisando milagrosamente de uma cura. Elas são vencedoras e, muitas vezes, só pelo fato de estarem presentes na escola já estão provando isto. O mundo tem passado por mudanças incomensuráveis. A Internet bombardeia as nossas crianças com informações que os nossos pais e avós nem sonhariam em armazenar em cem anos de vida. Não podemos fechar os nossos olhos e fazer de conta que acreditamos que toda esta oferta trouxe apenas mudanças quantitativas na oferta de informação e que tudo isto não trouxe mudanças qualitativas na mente de nossos alunos. Muita coisa mudou e com uma velocidade considerável. Talvez mais rápido do que a nossa capacidade de adaptação. Eles são muito mais plásticos do que nós. Hoje, mais do que nunca, aquele “jargão” que diz que é preciso aprender com os nossos alunos é verdade. Eles são bem diferentes de nós, talvez muito mais do que éramos dos nossos pais e certamente muito mais do que os nossos pais eram dos nossos avós. É extremamente necessário aprender com eles não só para poder reverter para eles o benefício desta aprendizagem, mas também para que alcancemos também a nossa felicidade pessoal neste mundo de coisas novas. Mas então, não servimos mais para nada do jeito que estamos? Não haveria nada em nós do jeito que estamos que fosse indispensável para eles? Calma, nada de extremismos. A vida não é só feita de informações e de conhecimentos. Existem outros valores que Internet alguma os ensinaria. Há coisas que somente o tempo é capaz de ensinar e então, fica latente que é preciso misturar aquilo que temos com aquilo que eles têm, só que para isto acontecer, precisaremos entrar também no mundo deles, entender os seus “dialetos”, as suas “dinâmicas” e certamente descobriremos que tanto há diferenças entre nós e eles quanto entre eles também. A heterogeneidade da clientela escolar A heterogeneidade da clientela escolar é uma realidade presente em todas as esferas do ensino. Embora este fenômeno não seja novo, parece ter havido um acentuamento neste sentido nos últimos anos. Alguns fatores podem ter contribuído para isto, alguns de natureza externa, outros de natureza interna. Alguns são variáveis acessíveis e outras que fogem totalmente ao nosso controle. É muito importante saber diferenciar umas das outras para que não nos frustremos em querer mudar aquilo que não está ao nosso alcance e nem deixemos de fazer aquilo que podemos e devemos para modificar este quadro. Antes mesmo disto, é preciso compreender que alguns aspectos da heterogeneidade humana são altamente positivos enquanto que outros são pontos de estrangulamento para a atividade docente. Aspectos positivos da heterogeneidade Se ser diferente significar também saber diferente, é certo que o saber que se pode alcançar hoje é mais completo do que se alcançava noutras circunstâncias. Saber como reage uma criança incluída, por exemplo, é um saber muito mais social, afetivo, emocional do que aquele saber técnico, racional e lógico de outrora. Já o saber, do ponto de vista dos que fazem parte de classes econômicas diferentes, pode dar ao duo professor / aluno a possibilidade de buscar soluções conjuntas para a baixa renda e para a falta de equidade social. Uma coisa é absolutamente inquestionável: aprendemos muito no trato com alunos objeto de inclusão, quer do ponto de vista clínico, quer do ponto de vista econômico ou portador de qualquer outra diferença. Aspectos negativos da heterogeneidade A diferença de mundos pode dificultar a comunicação entre as pessoas neste diálogo professor / aluno (e deve sempre ser um diálogo mesmo). É possível que o conceito do que é educação seja também tão diferente que torne ineficaz e talvez ineficiente a atividade docente (só para lembrar, eficácia diz respeito a resultado e eficiência diz respeito ao jeito de fazer). Traduzindo isto, será que resolver uma equação de segundo grau é mais importante do que saber calcular com eficácia a taxa de juros real de um empréstimo bancário ou de um financiamento? Será que aprender sobre o complexo Golgiense é mais importante do que saber cuidar com eficiência de uma praga agrícola ou mesmo de uma enfermidade em animais em atividade pecuária? Outra dificuldade oriunda desta heterogeneidade é avaliar com instrumentos tão ortodoxos estas pessoas tão diferentes. A atividade escolar tem diversas utilidades para a clientela atual, dentre elas, o convívio social, a melhoria da comunicação, etc, e não somente a facilidade na obtenção de empregos ou mesmo de ingresso na universidade. Mas como avaliar estes outros aspectos da escola sem parecer negligente e irresponsável. A legislação oficializou a inclusão social mas não ficou claro até hoje quem são estas pessoas incluídas e com que régua vamos medi-las. Certo é que não podemos medir com a mesma régua. Não há que se falar em ritmo mais lento, em ineficiência por parte delas, ou mesmo em deficiência. Incluímos pessoas que são diferentes. E ,sendo assim, precisamos de uma outra régua para medi-las. Oração da Serenidade no contexto da sala de aula Senhor Deus, dá-me coragem para mudar em mim, aquilo que me impede de ajudar os meus alunos. Para dar nomes: O meu orgulho, que desconsidera sempre a possibilidade de eu estar errado em meus julgamentos; a minha preguiça que me impede de buscar mudanças no que diz respeito ao meu relacionamento com os computadores ou mesmo com outras fontes de novos conhecimentos; a minha ganância em querer pegar sempre mais aulas do que as que posso ministrar com a devida qualidade ou então o meu medo de lutar por um salário melhor. Senhor Jesus, dá-me serenidade. Não para aceitar coisas que não podem ser mudadas, como as enfermidades que atingem algumas crianças e que me fazem chorar todo dia enxergando em cada uma delas um filho meu. Nem tampouco para aceitar que a pobreza, a carência e a ignorância que as vezes fogem ao meu alcance humano resolver. Esta serenidade também não é para aceitar os casais desencontrados e a irresponsabilidade conjugal que reinam em um número muito grande de casais e que fazem sofrer as crianças, indefesos frutos destes relacionamentos. Mas dá-me a serenidade para entender que as vezes tudo que posso fazer nestes casos é orar por estas pessoas e pedir ao Deus todo-poderoso para interagir com elas. Espírito Santo de Deus, seja em mim a sabedoria necessária para saber quando agir com a inteligência, a saúde e a força que Deus me deu ou de outra forma tão ou mais eficazmente agir no mundo invisível da oração, movido por uma fé que move montanhas mas que também pode mover corações de pedra. Além disto, Trino Deus, faze-me sempre saber que tanto em um, quanto em outro caso, o mérito será sempre Teu, restando a mim, tão simplesmente, o prazer e a incomensurável honra de poder Te servir. Amém.
Posted on: Fri, 15 Nov 2013 19:36:16 +0000

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