Sabe-se a importância sócio cultural de nossas bandas e demais - TopicsExpress



          

Sabe-se a importância sócio cultural de nossas bandas e demais entidades culturais; mas, além de tudo isso, quero deixar meu agradecimento à Banda Santa Cecília por seu total apoio, paciência e compreensão sendo eu aluna do coral e musicalização, contribuindo deste modo para amenizar meus sintomas físicos e psicológicos, importante para uma qualidade de vida apesar da patologia. Soma-se, deste modo, mais um motivo para o apoio às entidades culturais de nosso município. E, por esta experiência que vivo, reforço meu convite para você ser nossa(o) colega de coral, pois tenho certeza de como é bom..... ROCHA, V. C.; BOGGIO, P. S. A música por uma óptica neurocientífica. Per Musi 3 - Música e movimento Um aspecto importante da música, tanto em sua percepção quanto em sua produção é a capacidade de gerar interações auditivo-motoras no cérebro de quem executa e, também, no de quem ouve. Para compreender essas interações é necessário o esclarecimento de dois conceitos importantes: Feedfoward – Relacionado à capacidade do indivíduo de prever eventos. Um exemplo é o fato de que quase todo indivíduo é capaz de bater os pés no ritmo de uma música que escuta. O indivíduo percebe a regularidade da música (estímulo auditivo) e consegue prever e sincronizar o movimento dos pés com ela (resultado motor). Feedback – Relacionado à capacidade de realizar alterações no processo motor a partir da audição de estímulo sonoro. Um exemplo disso é o violinista que toca uma nota com afinação não muito precisa e consegue, a partir do resultado sonoro, realizar modificações nas posições dos dedos, alcançando, assim, um resultado preciso de afinação (ZATORRE; CHEN; PENHUME, 2007). Há muitos estudos acerca dessas interações. LAHAV; SALZMAN; SCHLAUG (2007) realizaram um estudo com pessoas sem experiência musical em que ensinavam aos sujeitos sequências simples de 5 notas ao piano. Após o treino, ao ouvirem as sequências treinadas, os sujeitos apresentavam recrutamento de estruturas tanto do córtex auditivo quanto do córtex motor. Para sequências não treinadas, o mesmo não acontecia, ou acontecia com menor intensidade. Estudos como esse indicam a interação entre córtex auditivo e motor. Estabelecer como se dão essas interações pode auxiliar na melhor compreensão dos mecanismos de feedfoward e feedback que regem a performance musical. Em estudo de neuroimagem, VOGT et al. (2007) investigaram as interações auditivo-motoras em músicos (violonistas) e não músicos. Cada sujeito era submetido a uma sessão de prática de 4 acordes. No dia seguinte, participavam de uma sessão de ressonância magnética funcional (IMRF) em que assistiam a um vídeo no qual um violonista tocava acordes. Dentre os acordes tocados estavam aqueles treinados além de acordes não treinados. Os sujeitos também eram instruídos a tocar acordes que apareciam no vídeo (treinados e não treinados). Além do teste de desempenho, em que músicos tiveram melhores resultados, os resultados da ressonância mostraram o recrutamento de áreas cerebrais semelhantes na audição e na execução. Essa semelhança apareceu tanto em músicos quanto em não músicos, embora com intensidade diferente nos dois casos. Os resultados indicam que tanto na audição quanto na execução de música ambos os córtices auditivo e motor são recrutados. O interessante desse dado é que, mesmo somente ouvindo música, sem se executar qualquer tarefa motora, o córtex motor é recrutado. Além disso, apesar de diferenças na intensidade do recrutamento de áreas entre os dois grupos, tanto músicos quanto não músicos obtiveram o mesmo tipo de recrutamento. Isso indica que a interação auditivo-motora não está restrita a pessoas com prática musical, sendo a prática musical relacionada somente à intensidade desse fenômeno. Seguindo a mesma linha, BAUMANN et al . (2005) investigaram as áreas cerebrais envolvidas quando pianistas tocavam sem feedback auditivo e ouviam as mesmas peças previamente tocadas sem tocar o instrumento. Assim como no estudo anterior, os pesquisadores observaram recrutamento tanto de áreas motoras quanto auditivas durante as duas tarefas - uma puramente motora e outra puramente auditiva. Nas duas situações, tanto o córtex auditivo quanto o córtex motor foram recrutados, fornecendo maiores evidências para o entendimento das interações auditivo-motoras. Cabe notar que pacientes com doenças neurológicas podem se beneficiar dessas interações auditivo-motoras, como é o caso de pacientes com doença de Parkinson, que, apesar da dificuldade em se locomover, conseguem, por meio da música, adquirir um andar mais fluente. Além disso, esses pacientes conseguem dançar ao ouvir música, o que indica o engajamento de áreas cerebrais relacionadas ao movimento com a simples audição de música (THAUT et al ., 2001). Esse efeito estaria relacionado à ativação de circuitos automáticos de movimento, normalmente perdidos durante o processo degenerativo da doença. O que se argumenta é que os circuitos que normalmente engajam áreas relacionadas à locomoção vão perdendo sua função. A música, no caso, atuaria como um agente diferente ao normalmente utilizado no engajamento de tarefas motoras. Outra questão importante é a relação do sistema de neurônios espelho com a música. Os neurônios espelho foram descobertos primeiramente em macacos e, posteriormente, descobriu-se sistema análogo no cérebro humano (MOLNAR-SZACKACS; OVERY, 2006). Consiste num grupo de neurônios que é recrutado tanto na ação quanto na observação da mesma ação executada por outro indivíduo. São recrutados, também, em resposta à audição de sons relacionados à ação executada por outro indivíduo (RIZZOLATTI; CRAIGHERO, 2004). Acredita-se que o sistema de neurônios espelho esteja relacionado ao aprendizado por imitação, tendo sido, possivelmente, responsável pela aquisição da linguagem nos seres humanos (MOLNAR-SZACKACS; OVERY, 2006). Assim como a linguagem, o aprendizado de música é realizado, em grande parte, pela capacidade de imitação (MOLNAR- SZACKACS; OVERY, 2006; OVERY; MOLNAR-SZACKACS, 2009; LEVITIN, 2008). Ao mesmo tempo, apesar de indícios sobre o papel do sistema de neurônios espelho no aprendizado e na prática musical, não se sabe ao certo qual seria a função desses neurônios em relação à música. MOLNAR-SZACKACS e OVERY (2006) propuseram um modelo indicando uma possível contribuição dos neurônios espelho para a compreensão e organização hierárquica, além de um papel de conexão entre córtex auditivo e sistema límbico, o que teria implicações na percepção de emoções evocadas por música. ARTIGO NA ÍNTEGRA: scielo.br/pdf/pm/n27/n27a12.pdf
Posted on: Sun, 07 Jul 2013 15:48:39 +0000

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