"Se eu sair é porque quero sair", afirma procurador jurídico da - TopicsExpress



          

"Se eu sair é porque quero sair", afirma procurador jurídico da Câmara de Vereadores de Santa Maria Procurador jurídico do Legislativo, Robson Zinn, falou ao Diário. Ele diz que utilizará o fim de semana para decidir pela renúncia ao cargo Atualizada às 09h25min Marcelo Martins | [email protected] O procurador jurídico da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Robson Zinn, falou ao Diário de Santa Maria sobre a reivindicação dos manifestantes que ocupam a sede do Legislativo que exigem a sua exoneração do cargo como uma das exigências para o grupo liberar a Casa. Diário de Santa Maria _ Como o senhor vê o fato de lher ser atribuído a criação da CPI da Kiss por parte da bancada governista? É dito que o senhor estaria nos bastidores deste processo? Robson Zinn _ A oposição não tinha as assinaturas para a criação da CPI. No dia em que foi protocolada a CPI, eu estava em Porto Alegre em uma audiência na Procuradoria Geral do Estado (PGE). É evidente que eu tenho relações políticas. Eu apenas participei da reunião que instaurou a CPI, justamente para dar assessoramento para formatar a CPI, e também participei de uma reunião na sala da Procuradoria Jurídica com os vereadores da CPI e com o seu Adherbal Ferreira. Nessa reunião em que foi colocado em questão um eventual chamamento dos réus (em referência a Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr), o seu Adherbal (Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) "ameaçou" as vereadoras Maria de Lourdes (Castro, do PMDB) e a Sandra Rebelato (PP) dizendo que ele não poderia assegurar os pais e nem a sim mesmo de qualquer tipo de ato. E, naquele momento, eu acabei intervindo. Naquele momento, eu vi aquilo como um momento de desrespeito a elas e uma ameaça à integridade física delas. Eu me indispus com ele. Durante toda a CPI, nesses 120 dias de trabalho, foi-me pedido assessoramento nas questões da CPI. E eu não o fiz. Pelo contrário, eu encaminhei essas demandas ao IGAM (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos). Justamente por eu não querer me envolver em uma situação complicada dessas. Até porque eu tive 11 pessoas da minha relação que foram vitimadas. Eu também tenho esse sentimento de perda. Não tenho envolvimento algum na criação da CPI. Se houver um apontamento meu por falta de conduta ética e deslize profissional, técnica serei o primeiro a pedir exoneração. Deixei claro isso à OAB e pedi que eles possam me apontar isso (uma eventual falha). O que estamos enfrentando é um enfraquecimento dos vereadores ligados à Mesa Diretora. Há um notório interesse de enfraquecer a bancada governista. A quem interessa isso? Ao PT, ao PSDB e ao PPL junto com PSol e PSTU. Lamentavelmente, a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria está servindo de escudo a esses segmentos para legitimar esse movimento. Isso é visível. E eu estou pagando um preço político que não é meu. Se eu tivesse 1% de envolvimento eu seria o primeiro a colocar o meu cargo à disposição. Defendo os movimentos, me criei em movimento estudantil: em Grêmio escolar e presidente da União Santa-mariense de Estudantes (USE). Atualmente, estou na condição de presidente do PMDB. Tenho 22 anos de PMDB. Obviamente que, em algum momento, tu acabas tendo uma ascensão maior. Nunca fiz nada de errado. Além de ser procurador da Casa eu respondo por todas as tarefas que são inerentes ao Legislativo. Esse pedido, essa cobrança pela minha saída, por parte do seu Adherbal e dos manifestantes, é excessiva e política. A Associação está sendo usada como escudo para discutir o acordo para a Mesa (Diretora), que terá eleição em dezembro de 2013. O PT, o PMDB e o PPL estão municiando para que a base governista perca força. Hoje, sou eu. Amanhã quem vai ser? O vereador Tavores (Fernandes, DEM) foi traído por um assessor que gravou uma conversa. Os questionamento em torno da CPI se dão também porque as pessoas não querem saber do trabalho técnico deles na CPI. Elas querem ver sangue e por aí em diante. Diário _ O que o senhor tem a dizer sobre o áudio (gravação feita por Amilcar Costa, assessor do vereador Tavores Fernandes, durante uma reunião do parlamentar com a também vereadora Maria de Lourdes Castro, e que colocaria em xeque a credibilidade da CPI da Kiss)? Zinn _ O que diz o áudio em relação a mim? É dito que o Zinn não está dando amparo dentro da CPI e que o Zinn tem de ser o cara para conter os ímpetos da vereadora Sandra Rebelato (PP). E mais um a questão: porque eu não intervi dentro da CPI? Porque o perfil das vereadoras Maria de Lourdes e o da Sandra Rebelato é impositivo. Porque elas são pessoas que têm leitura do quadro e elas agem e fazem o que é certo dentro da leitura delas. A minha tarefa dentro de uma questão macro é atender alguma demanda pontual e mesmo assim eu não atendi a esses pedidos. O que eu fiz? Encaminhei essas demandas ao IGAM (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos). Mesmo eu sabendo as respostas. Eu presto assessoria para Câmaras de Vereadores há 12 anos. Já fui procurador-jurídico em cinco municípios diferentes. Eu nunca dei um parecer político. Sou o único quadro da Câmara de Vereadores de Santa Maria que tem a obrigação de se manifestar por escrito. Não vou macular a minha atividade profissional em detrimento do interesse de quem quer que seja. Isso que está acontecendo é uma demanda política. A reivindicação deles (manifestantes) passou a ser a minha exoneração. Não é de graça que o PT e o PSDB estão juntos. Diário _ Como o senhor tem lidado com toda essa situação, com pedido de exoneração do cargo de procurador-jurídico? Zinn _ Eu sou de livre nomeação e de livre exoneração. O que não é justo é me imputar uma responsabilidade que não é minha. Eu não tenho ingerências nas demandas da CPI. Eu não foi articulador da criação da CPI da Kiss. Eu não estava em Santa Maria e tenho como provar isso. Diário _ É dito, nos bastidores da política local e, principalmente, dentro do Legislativo que o senhor é uma pessoa que "sabe demais" e com poder de persuasão e de influência sobre os vereadores do governo... Zinn _ Isso é um absurdo. Informação de bastidor é política. Isso tudo é o jogo sujo feito por quem tem interesse político-partidário. O que eu tenho com as pessoas é lealdade. Tenho 22 anos de partido. Sempre estive no mesmo partido durante toda a minha vida: o PMDB. A minha conduta profissional, como advogado, é a mesma. Sempre digo que comigo que "palavra dada é compromisso assinado". eu não tenho necessidade de usar nada. O meu trabalho fala pela minha vida. Eu não sou bandido, eu não fiz nada de errado. O que estão querendo é um "boi de piranha", um "bode expiatório". O que eu fiz eu assumo. Sempre fui de assumir o que eu faço. Só não é justo eu, a minha família, as pessoas em minha volta estarem respondendo por algo que eu não fiz. Há duas semanas a base de governo, se reuniu, e referendou a minha permanência no cargo de procurador-jurídico. A pergunta que eu faço é a mesma: onde estão as minhas falhas técnicas? Onde está a minha posição equivocada? Onde está o meu comprometimento com as demandas da CPI? Não tem. Não existe nada. O meu problema pontual com o seu Adherbal foi por eu ter defendido as vereadoras Maria de Lourdes (Castro) Sandra (Rebelato). Tudo isso os vereadores têm conhecimento. Só que é mais fácil, para alguns vereadores da oposição, ir para o Plenário da Câmara a incentivar as pessoas a manterem a desordem na Casa. No entanto, vivemos em um estado democrático de direito, ou seja, os poderes constituídos têm de serem respeitados. E para a exoneração de qualquer pessoa há uma tramitação para que isso ocorra. A Câmara está invadida. As pessoas estão desrespeitando o resto da população de Santa Maria. Lamentavelmente, a cidade está passando por um momento delicado desde 27 de janeiro. E tudo vira estopim para batalha. O que está acontecendo comigo é uma demonstração de que a política não mede preço para que as pessoas consigam o que elas querem. Eu pago um preço por ser presidente do PMDB. Diário _ Uma eventual saída sua do cargo, ou seja, não seria uma demonstração de falta de apoio dos partidos de sustentação do governo e um enfraquecimento seu dentro do PMDB? Zinn _ Sinceramente. Eu não vivo do exercício da vida pública. Eu sou advogado e um profissional razoavelmente conceituado no que eu faço. Te digo que eu não descarto a possibilidade de sair (do cargo de procurador-jurídico). Eu vou sair porque eu quero sair. Vou usar o fim de semana para pensar e decidir. Eu não vivo disso. Fazer política é uma atividade extra pra mim. Claro que tudo isso me deixou emocionalmente abalado por ter sido execrado. A minha família percebe que tudo isso não está me fazendo bem. Há uma disputa política, as pautas do PT, PSDB, PPL junto com PSol e PSTU é clara. Eu serei o primeiro. Lamentavelmente, a Associação está sendo usada como fachada para um movimento político. Eu não fiz nada, não tenho responsabilidade alguma. Há um engodo político. Fui advogado em quatro eleições contra esse grupo que perdeu a eleição da Câmara. Fui advogado contra o PT, contra o PSDB, mas a minha atividade é ser advogado eleitoral. Sou advogado há 12 anos das campanhas do Schirmer, dos vereadores do PMDB sem cobrar nada. A questão não é econômica, mas trata-se de ter lealdade com quem tem que ter. Não descarto a possibilidade de construir uma solução para essa situação, mas não por imposição. Um prédio histórico, como a Câmara de Vereadores, teve a sua Bíblia rasgada, a cruz (fixada no Plenário da Casa) foi retirada. São símbolos e isso as pessoas não levam em consideração. A Câmara está há 72 horas ocupadas. Isso deixou a ser uma manifestação para um ato político-partidário. Porque as pessoas que estão lá (no Legislativo) são ligadas a partidos. Os banheiros foram pichados e depredados, estima-se um prejuízo de mais de R$ 30 mil. Quem vai pagar essa conta? Eu, tu, o cidadão santa-mariense. A verdade é que a Associação está sendo utilizada como instrumento político. Diário _ É dito que, em uma eventual demissão sua, haveria chance de o senhor provocar a saída de alguns CCs (cargos em comissão) por saber os bastidores da política ou por retaliação? Zinn _ Na política, o mundo é redondo. Hoje, sou eu, amanhã pode ser tu. Eu não faço isso. Eu não sou de dar o tapa e de esconder a mão. Pelo contrário, eu dou o tapa e mostro a mão. Estou na política há 22 anos. Já tive momentos bons e, igualmente, ruins. As pessoas que convivem comigo, profissional e pessoalmente, sabem que eu não faço nada escondido. E é assim também na política. No meio profissional tem advogados, obviamente, que eu tenho boa relação e aqueles que não tenho boa relação. E com aqueles que eu não tenho boa relação eu digo. O mesmo vale para a política. Tenho uma relação de amizade, de irmandade com o Jorge (Pozzobom, deputado estadual pelo PSDB). Somos amigos. Sou padrinho da filha dele e ele é (padrinho) da minha filha. Nossas famílias se dão muito bem, mas politicamente estamos afastados. Ele é como um irmão. Porém, para muitas pessoas essas situações do dia a dia da política é difícil de entender. Estão tentando ligar o prefeito Schirmer a essa crise, que não tem nada a ver com ele, até porque os poderes são autônomos.
Posted on: Sun, 30 Jun 2013 03:39:08 +0000

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