Se é pra tocar no assunto, então citemos a NEGRITUDE PROTAGONISTA! [...] Pois bem. eu sou TOTALMENTE CONTRA datas comemorativas, exceto bodas, ritos religiosos e celebrações familiares e eclesiais de cunho íntimo ou universais. Penso que elas só existem para nos preparar e condicionar para o armazenamento de uma formação que se dá em pacotinhos reflexivos que compartilhamos solidários em dias pontuais do dito calendário comemorativo escolar. Datas mórbidas, letais, que matam e que já morreram e desconhecem; que alimentam uma mídia segregadora da vitalidade que vibra independentemente de quem a cultue ou não. Mas, compreendo e acato com reconhecimento os movimentos que visam derrubar essa demanda de obstrução das verdades históricas incontestáveis escondidas por uma historicidade que se pautou em uma das partes do enredo e parou por lá. Compreendo, acato, colaboro e difundo o desejo de uma outra política educativa que pontue o dia da homenagem ao ato de reflexo-ação coletiva em prol de uma cidadania na qual o assunto do dia, de todos os dias, em todo sistema educacional e fora dele, irremediavelmente, seja o exercício, a tentativa pelo usufruto dessa cidadania engaiolada e alimentada por nós em datas, por séculos. Então, se a causa corrente esta semana é falar de negritude no Brasil, na Amazônia, em Belém, no bairro onde moramos ou atuamos, então me conte do protagonismo do negro que pra mim já ultrapassou o samba, o futebol e a capoeira faz aaaanosssss,. Tem disso tudo (que é liiiindo e portanto tem meu respeito mais profundo!!!) mas tem daquilo e daquilo outro e mais aquilo que não ouvimos nem dizer... Chega desse papo furado de continuar falando da importância do negro na formação do povo brasileiro, na culinária, no trabalho e nacultura lá atrás E SÓ! OU DE VENDER O NEGRO POR AQUELES CATÁLOGOS DE ATIVIDADES DIDÁTICAS BEM COMPORTADINHAS QUE NADA CONFEREM COM A REALIDADE CRUEL DE UM PAIS 513 ANOS AINDA MAIS RACISTA E PRECONCEITUOSO como o nosso. Se é HORA DE METER A MÃO NA MASSA, então vamos assumir nosso papel dignamente: de tocar e afirmar a DIVERSIDADE partindo da negra e do negro do movimento social, do lugar da intelectualidade, das Ciência, dos negros pesquisadores, do avanço no reconhecimento dos ministérios no campo religioso; do negro que fala o que pensa, que tem opinião própria e se posiciona, que tem argumento, que se colocou diante da vida, que ganhou dinheiro com honestidade; do negro pai de família, da MULHER NEGRA QUE É AGUERRIDA POR EXCELÊNCIA: das nossas mães, avós arimos de família, curandeiras, parteiras, mães pretas que já deram do leite e do sangue pra fazer crescer essas sociedade hipócrita que mata seus filhos sem nenhum constragimento. Chega de apresentar o negro pelo exotismo ou pela reparação requerida há décadas, somente. Há mais de 500 anos estamos mostrando, provando, insistindo que resistência se faz dia-a-dia, mas que vez ou outra é preciso juntar as bandeiras pra saber de que lado nós estamos jogando e quem está na nossa torcida. Quem são nossos reais adversários na atualidade e quais suas estratégias de combate. Ser educador social implica nisso: ir a campo, criar formas de se colocar no jogo, cair se for o caso, mas avançar, ter foco, compromisso com o time; estabelecer um rumo e ir junto, permanente e inevitável... o empate não nos interessa mais. Já passou da hora de gritar Chegamos![...] Cardápio da semana na escola: Roda de conversa, oficinas, literatura negra, ensaio fotográfico, sessão de filmes, relatos de experiência, releitura de obras artísticas e o que pintar. Q bom se você pintar! ;) Boa noite camaradas.
Posted on: Wed, 20 Nov 2013 01:01:32 +0000
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