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Por se tratar de uma iniciativa voltada ao aproveitamento do rejeito da indústria pesqueira passou a chamar a atenção do mercado, principalmente aquele focado em produtos ecologicamente corretos. Este fato, somado às características do produto obtido, como: a resistência da matéria-prima, suas características exóticas e sua aplicabilidade em vários produtos de alto valor agregado vêm despertando a curiosidade e o interesse de muitos empreendedores. A atividade vem sendo explorada comercialmente não só através de parcerias com as empresas de pesca, tanto as de água doce quanto salgada, mas também com criatórios de peixes espalhados pelo País. O mercado da moda já reconhece o valor e a importância do uso do couro de peixe na fabricação de acessórios como bolsas, cintos, carteiras e sapatos. A importância dada ao uso de matérias-primas alternativas, com o apelo do “politicamente correto”, torna a atividade econômica do curtume de couro de peixe inovadora e altamente promissora. Mercado O maior cliente para o produto couro de peixe é sem dúvida o mercado da moda na fabricação de calçados, relógios, bolsas e acessórios femininos. Apesar das iniciativas econômicas atualmente explorarem de forma artesanal o uso desta matéria-prima, grandes mercados consumidores, altamente qualificados vem buscando de forma agressiva a diferenciação em suas criações através do emprego de materiais alternativos, com apelo sócio-ambiental e ecológico. Devido a este tipo de apelo, importantes eventos e grifes prestigiadas voltam os olhares pra o couro de peixe, tratando-o como uma matéria-prima exótica, exclusiva e por isso valorizada no mercado. De modo geral, existem, atualmente, 450 curtumes no Brasil, onde, cerca de 80% são de pequeno porte, empregando de 4 a 99 empregados cada um. Os países europeus são exigentes e inovadores no uso destes materiais, apelando para as características de exclusividade. Já os países asiáticos são atraídos pelas características exóticas da matéria-prima. A grande barreira a ser vencida pelos empreendedores que se dedicam a esta atividade econômica está relacionada ao processo de obtenção e beneficiamento da matéria-prima. O mercado está interessado em adquirir e utilizar o produto, mas quer saber e acompanhar as técnicas utilizadas para sua obtenção e processamento, sob pena de perder o caráter ecológico tão valorizado. Uma característica peculiar deste tipo de negócio é que, apesar de depender de uma atividade econômica extremamente fechada e de difícil entrada – que é a da indústria pesqueira, o empreendedor não precisa ser do meio. Geralmente o couro do peixe é considerado lixo e problema para os pescadores, e ainda pode ser negociado a preços simbólicos apenas para favorecer a destinação final adequada do material. Este fato pode ser muito bem aproveitado pelo empreendedor que pretende explorar a atividade do curtume de couro de peixe, uma vez que a produção anual brasileira de pescados gira em torno de 800.000 toneladas/ano, onde o couro representa de 8 a 12% deste valor total. Localização Pelas características da atividade, onde são empregados muitos produtos químicos e gerados resíduos sólidos e líquidos, o local para a instalação do curtume deve ser adequado, e apresentar condições de instalação de unidade de tratamento de resíduos. Deve também estar próximo aos fornecedores da matéria-prima, buscando com isto reduzir custos de pré-processamento, armazenagem e transporte. Outro aspecto que diz respeito à regularização das atividades da empresa é que se não estiver de acordo com as normas da prefeitura quanto ao que rege o plano diretor para a área onde está localizado o imóvel, acaba inviabilizando seu registro. A melhor alternativa é procurar um imóvel apropriado para alugar, onde além da área disponível para a instalação das máquinas, tenha ainda condições de ajustes para atender as normas da vigilância sanitária e do ministério da agricultura, estabelecendo espaços apropriados para guardar as matérias-primas e as embalagens, bem como disponha de escritório, refeitório e banheiros. Exigências legais específicas O empreendedor que está disposto a constituir uma indústria para processamento de couro de peixe deve requerer os registros e licenças necessárias à implantação do negócio, tais como: a) Registro da empresa nos seguintes órgãos: -Junta Comercial; -Secretaria da Receita Federal (CNPJ); -Secretaria Estadual de Fazenda; -Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento; -Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”. -Corpo de Bombeiros Militar. b) Visita a prefeitura da cidade onde pretende montar a sua fábrica para fazer a consulta de local e emissão das certidões de Uso do Solo e Número Oficial. Além do registro da empresa que pode ou não adotar o regime da lei geral das micro e pequenas empresas, qualquer atividade econômica deve respeitar o código de defesa do consumidor (CDC - Lei nº 9.870/1999), pois ele estabelece uma série de direitos e obrigações ao fornecedor e ao consumidor. A empresa deverá atender a algumas regras, tais como: responsabilidade sobre o fornecimento dos produtos e serviços, garantia da qualidade, rastreabilidade, entre outros. O Brasil não possui uma Lei que trate especificamente dos aspectos ambientais relativos à produção de couro. A Lei número 11.211 de 19 de dezembro de 2005, conhecida como Lei dos couros, dispõe sobre as condições exigíveis para a identificação do couro e das matérias primas sucedâneas, utilizados na confecção de calçados e artefatos. Entretanto, de forma não específica, segue abaixo a legislação ambiental que trata do controle da poluição que pode ser plenamente aplicada aos curtumes: -Lei Nº 6.938/1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente e institui o licenciamento ambiental e a avaliação de impacto ambiental como instrumentos dessa Política. -Decreto 99.274/1990. Regulamenta a Lei 6.938/1981. -Resolução CONAMA Nº 001/1986. Trata do Estatuto de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente. -Resolução CONAMA Nº 237/1997. Distribui as competências, em matéria de licenciamento, entre o IBAMA, os Estados e os Municípios. -Resolução CONAMA Nº 357/2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Torna-se de fundamental importância que o empreendedor interessado na implantação de um curtume de couro de peixe entre em contato com os órgãos Federais, Estaduais e Municipais competentes para a viabilização do registro e das licenças necessárias para o empreendimento, tendo como base: -Licença ambiental Estadual; -Licença ambiental Federal; -Licença Prévia; -Licença de Instalação; -Licença de Operação. Estrutura O curtume necessita de infra-estrutura mínima que contemple uma área de recebimento e armazenagem da matéria-prima principal (couro do peixe), que deve ser refrigerada como, por exemplo, uma câmara fria, além de espaço para armazenagem de produtos químicos. Uma área de processamento com tanques e sistema de lavação, uma área de secagem com controle de temperatura e umidade, espaço para estoque e expedição de produtos acabados, e deve também dispor de sistema de tratamento de resíduos. Um escritório bem montado, refeitório e banheiros completam a relação da estrutura. Pessoal Por se tratar de atividade econômica pouco explorada, a oferta por pessoal especializado ainda é pequena, portanto, o empresário deve prever um período inicial de treinamento da mão-de-obra. A vantagem é que se pode começar o negócio com um número reduzido de colaboradores (funcionários) e ir contratando à medida que o número de clientes aumente. Por se tratar de atividade que é basicamente manufatureira, e que absorve pessoas com baixo grau de instrução, torna-se uma atividade com alta taxa de rotatividade, ou seja, as pessoas começam a trabalhar e desistem com muita facilidade. Este fato gera grandes problemas de continuidade do trabalho, garantia de qualidade e cumprimento aos prazos contratados. Portanto, quanto mais criterioso for o processo de seleção, e mais justas forem as políticas de remuneração e valorização, menores serão os problemas futuros com os funcionários. Como estimativa para analisar a operação de um curtume de couro de peixe, considera-se a necessidade inicial de 4 funcionários na produção, um no administrativo e um no comercial para compor a equipe de trabalho, além do envolvimento em tempo integral do empresário. Equipamentos Os principais equipamentos necessários para a produção de couro de peixe curtido são: • Fulão, com gramalheira e disco; • Máquina de descarna e corte; • Máquina de rebaixar ou rebaixadeira; • Mesas inox; • Balança; • Esmeril; • Serra mecânica; • Plaina limpadora; • Máquina de secar; • Máquina de lixar com exaustor; • Máquina de amaciar; • Prensa hidráulica; • Ferramentas manuais; • Móveis e utensílios do escritório. Matéria Prima / Mercadoria A principal matéria-prima é o couro de peixe. Este pode ser obtido diretamente nas indústrias processadoras do pescado, bem como junto aos pescadores artesanais. No caso das indústrias do pescado, todo o processo ocorre no próprio curtume. Já com os pescadores artesanais, eles podem ser treinados com as técnicas de conservação e acumular várias peles de peixe antes de comercializá-las. Os peixes cujas peles são apropriadas para o curtimento provenientes de água doce são a Tilápia (cuja produção vem crescendo rapidamente em função dos criatórios e do aumento da demanda pela carne do peixe), o Curimatã, Tambaqui, Carpa Comum, Carpa Prateada, Carpa Cabeça Grande, Carpa Capim, Dourado, Peroá, Pacú. E os peixes do mar como Tainha, Corvina, Linguado, Cação, entre outros. De modo geral, todos os pescados podem ter suas peles curtidas. Por ser considerado um resíduo incômodo para os processadores do pescado, o couro do peixe é obtido por valores irrisórios. Por ser uma matéria-prima altamente perecível, o mesmo deve ser sempre manipulado e transportado gelado ou frigorificado, o que demanda grande quantidade de gelo e/ou energia. Existe ainda uma gama de produtos químicos utilizados na etapa de curtimento tais como o sulfato de cromo, a cal para inchar e corrigir o pH das peles salgadas, o sulfeto de sódio ou os ácidos sulfúrico e fórmico empregados na preparação. Assim como os materiais de apoio ao processo de preparação e acabamento do couro curtido. Por último as embalagens a serem utilizadas para o produto final devem ser resistentes e devidamente etiquetadas identificando o produto e o fabricante. Organização do processo produtivo O curtimento do couro é realizado para evitar que o mesmo apodreça e tenha que ser jogado no lixo. A forma de realizar este processo é semelhante àquela utilizada com o couro de outros animais. As diferenças estão nas características observadas na pele dos peixes, que chegam a oferecer resistência muito superior às outras peles. O cuidado com que é removida a carne de peixe contida entre o tecido e as fibras é que vai conferir a qualidade do couro de peixe. Esta operação permite que o restante do processo de curtimento seja bem realizado, evitando o ataque de microorganismos. O resultado é uma pele preservada, com validade indeterminada, macia, flexível e resistente, ideal para aplicação em calçados e acessórios do vestuário. As principais etapas por que passa a pele durante o processo de curtimento são: • Recepção: é feita a separação das matérias-primas de acordo com o fornecedor; • Lavagem: as peles são colocadas no fulão (espécie de máquina de lavar roupas) juntamente com solução detergente e bactericida para retirar a parte gordurosa das peles; • Remolho: eliminação das impurezas; • Caleiro: remoção das escamas; Desengraxe: processo de retirada de gordura e sais; • Desencolagem e Purga: parte final do processo de retirada de gordura; • Píquel ou piquelagem: para evitar que as peles entrem em putrefação e para garantir maior resistência; • Curtimento: imersão das peles em produtos químicos para garantir a qualidade do processo; • Descanso: depois de lavadas, as peles deverão ser acondicionadas em vasilhames plásticos e repousar por um dia; • Neutralização: processo que torna as peles mais encorpadas e livres de acidez; • Recurtimento: realizado para hidratar a pele e ajustar o ph, transformando-a em couro; • Tingimento: emprego de corante na cor programada; • Engraxe: visa garantir a maciez do couro, evitando que fique quebradiço; • Secagem: destinação das peças de couro em área apropriada para a remoção da umidade. Finalmente o couro é submetido á aplicação de produtos químicos objetivando melhorar o acabamento, de acordo com o mercado ao qual se destina, bem como é colado em telas especiais, costurado e embalado. É fato que um dos maiores custos para este negócio é a água e seu tratamento, sugere-se então que a indústria desenvolva um plano voltado à redução do consumo de água composto pelas seguintes etapas: -Medição rotineira da quantidade de água consumida (total e nos pontos de maior consumo); -Formação de histórico e acompanhamento contínuo do consumo de água, com os dados coletados registrados de forma adequada (por exemplo, planilhas com consumo total e por setores da empresa, em base mensal - com gráfico, para melhor visualização de tendências ao longo do ano). É importante definir e usar indicadores de consumo de água específicos, relacionados com a produção – ex.: litros água totais / couro inicial ou produzido. OBS.: ATENÇÃO aos medidores utilizados – devem ser de boa qualidade e estar devidamente CALIBRADOS; é importante que além da indicação da vazão instantânea (ex.: m3/h), os medidores possuam totalizador de volume (m3 ou litros totais, passados pelo medidor). Após a medição implementada (2 a 3 meses de medições e seus registros), deve-se elaborar um plano de redução e racionalização do consumo de água, incluindo: -Medidas de melhoria e otimização dos processos relacionadas com a minimização do uso de água e de geração de efluentes líquidos (ex.: uso de banhos “curtos”); -Avaliações criteriosas e cuidadosas sobre as possibilidades de reuso ou reciclagem de águas e de soluções usadas que saem das várias etapas do processo; -Tratamento adequado, otimizado e racionalizado dos efluentes líquidos; -Avaliação criteriosa e cuidadosa sobre as possibilidades de reuso ou reciclagem dos efluentes líquidos tratados; -Boas práticas de organização, manutenção e limpeza da área produtiva (ex.: eliminação de vazamentos de água limpa, de banhos, de águas de lavagens das peles, bem como de desperdícios de água de uso geral – limpeza de equipamentos, da fábrica etc.); -Treinamento efetivo do pessoal operacional nos novos procedimentos gerados pelo plano, bem como ampla divulgação de seus resultados para as pessoas do curtume. Automação Devido às características únicas de cada pele de peixe, as principais atividades produtivas são necessariamente realizadas pelas pessoas. Não existem, portanto, equipamentos totalmente automáticos para este tipo de produção. As atividades administrativas e comerciais podem se valer de sistemas de controle com elevado nível de automação, inclusive interligando todas as etapas do negócio, desde a compra das peles até a comercialização. Canais de distribuição O empreendedor deve ter em mente que o mercado para este tipo de produto está em plena formação. Dependendo da amplitude que for dada ao negócio, a empresa precisa estabelecer canais de venda perante os principais consumidores de couro de peixe, que são as fábricas de roupas, calçados e acessórios do vestuário. Uma vez que o produto processado e devidamente embalado não requer maiores cuidados, os canais tradicionais de distribuição podem ser tranquilamente adotados. Como por exemplo, equipe de vendedores e remessa por transportadoras. Investimentos A decisão de iniciar um negócio de curtume de couro de peixe passa necessariamente por um correto levantamento de quanto dinheiro e esforço o empresário irá gastar para iniciar o negócio. Este fato é decisivo para que os riscos de ocorrerem problemas financeiros sejam menores. O empresário deve pesquisar o preço das máquinas, equipamentos e acessórios a serem adquiridos para o início das atividades. Deve-se ressaltar que cada situação é particular, e o empreendedor vai definir quais os equipamentos pretende adquirir para iniciar suas atividades. A fim de exemplificar a estruturação dos investimentos apresenta-se a seguir uma lista dos principais equipamentos a serem adquiridos para a produção de aproximadamente 8.000 peças/mês. -Fulão, com gramalheira e disco -R$ 24.000,00; -Maquina de descarna e cortar - R$ 16.000,00 -Máquina de rebaixar ou rebaixadeira – R$ 18.000,00 -Mesas em inox - R$ 6.000,00 -Balança -R$ 1.500,00 -Esmeril -R$ 1.800,00 -Serra mecânica - R$ 1.200,00 -Plaina limpadora - R$ 2.450,00 -Maquina de secar; R$ 25.000,00 -Maquina de lixar com exaustor - R$ 3.700,00 -Máquina de amaciar - R$ 2.800,00 -Prensa Hidráulica - R$ 1.700,00 -Ferramentas manuais - R$ 3.000,00 -Móveis e utensílios do escritório - R$ 10.000,00 -Estação de tratamento de efluentes – R$ 25.000,00 Perfazendo um total aproximado de R$ 142.150,00, além da estimativa de outros R$ 15.000,00 para reforma de estrutura do imóvel a ser ocupado, instalações, ajustes, etc. Capital de giro Capital de giro é um montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter para garantir a dinâmica do seu processo de negócio. O capital de giro precisa de controle permanente, pois tem a função de minimizar o impacto das mudanças no ambiente de negócios onde a empresa atua. O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à ocorrência dos fatores a seguir: -Variação dos diversos custos absorvidos pela empresa; -Aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades desse mercado; -Baixo volume de vendas; -Aumento dos índices de inadimplência; -Altos níveis de estoques de produtos. O empreendedor deverá ter um controle orçamentário rígido de forma a não consumir recursos sem previsão. O empresário deve evitar a retirada de valores além do pró-labore estipulado, pois no início todo o recurso que entrar na empresa nela deverá permanecer possibilitando o crescimento e a expansão do negócio. Dessa forma a empresa poderá alcançar mais rapidamente sua auto-sustentação, reduzindo as necessidades de capital de giro e agregando maior valor ao novo negócio. Da mesma forma que foi imaginado um investimento inicial de R$ 157.150,00 estima-se a necessidade do capital de giro em torno de R$ 20.300,00. Valor que deve estar disponível na conta para pagamentos, conforme demonstrado a seguir na análise de custos para a estrutura considerada. Custos É fundamental que o empresário e seus colaboradores tenham o máximo conhecimento da estrutura de custos de seu negócio, sob pena de perder o controle da gestão e passar por sérios riscos de continuar o negócio. Ao gerenciar a empresa, o empresário deve conhecer e registrar os principais itens de custo relacionados, tais como: custos fixos como aluguel, salários telefone, energia (que apesar de variarem com a produção, apresentam também taxas mínimas fixas), contador, entre outros. E custos variáveis como matérias-primas, insumos, materiais utilizados, manutenção, impostos sobre faturamento, entre outros. O total destes custos deve ser acompanhado mensalmente e comparado ao faturamento obtido relacionado à produção do mesmo período. O saldo deve ser sempre positivo, caso contrário a empresa apresentará sérios problemas de sobrevivência. É fundamental que o empresário chegue ao nível de detalhamento do custo unitário de produção, podendo desta forma calcular a margem de contribuição unitária de cada produto. Outro fator extremamente relevante para a análise dos custos está relacionado ao correto aproveitamento da capacidade de produção dos colaboradores. Quanto maior for a produção, menor será a incidência do custo fixo sobre os produtos, pois, este custo é dividido (segundo critério apropriado) por todos os produtos produzidos, representando um menor custo unitário e melhorando a margem de contribuição. A tabela a seguir procura apresentar de forma simplificada os principais itens de custo mensal que devem ser absorvidos pelo curtume de couro de peixe: • Aluguel – R$ 2.000,00; • Matéria-prima – R$ 4.000,00; • Luz, telefone, água e internet – R$ 3.500,00; • Contador – R$ 400,00; • Salários diretos (mais encargos) – R$ 3.200,00; • Salários indiretos – R$ 1.600,00; • Manutenção – R$ 600,00; • Despesas correntes – R$ 500,00; • Outras despesas mensais com insumos – R$ 2.000,00; • Pró-labore – R$ 2.500,00. Salienta-se que os valores são meramente ilustrativos e dependem muito da estrutura do negócio, assim como não foram previstos os impostos e tributos, pois estes dependem do tipo de registro adotado pela empresa. Diversificação / Agregação de valor O produto couro de peixe já representa alto valor agregado ao mercado consumidor. Por atingir um público de elevada faixa de renda, os diferenciais oferecidos como qualidade, resistência, durabilidade além das características únicas do desenho de cada peça permitem ao empreendedor explorar várias aplicações para o produto. Pode-se estabelecer um padrão de montagem e apresentação das peças para clientes exclusivos, assim como é possível agregar valor ao negócio através de parcerias com fábricas de calçados e acessórios para roupas, ampliando a atratividade do negócio. Divulgação A divulgação deste tipo de negócio se dá de duas maneiras distintas. A primeira trata de promover demonstrações a possíveis clientes e parceiros comerciais, apresentando amostras das peças e ensinando suas aplicações. A segunda deve promover o produto, em parceria com empresas clientes, diretamente no mercado consumidor, apresentando peças elaboradas a base de couro de peixe, como por exemplo: calçados, cintos, carteiras, acessórios do vestuário, entre muitos outros. Por ser um produto diferenciado, esta divulgação deve ser direcionada ao mercado específico, e apresentado em lojas e boutiques especializadas, bem como a empresas que trabalhem com este público. Informações Fiscais e Tributárias Em virtude do objetivo deste material não contemplar o aprofundamento nos temas relacionados, mas sim servir de orientação inicial para o futuro empresário, sugere-se que todos os aspectos com o registro da empresa, identificação das legislações relacionadas à operação, principalmente as que tratam da contratação de pessoal, produção e comercialização devem ser orientadas por profissionais especializados na área. O movimento por regularização das atividades de empresas atuando na informalidade (ilegalmente) está cada vez mais forte. E a fiscalização das atividades vem contribuindo muito com isto. Neste caso, o empreendedor deve tomar as providências para regularizar sua atividade, por mais complicada, cara e dificultosa que possa parecer, pois sem dúvida passa a ser um diferencial competitivo frente aos clientes. É importante que o empreendedor converse com um contabilista devidamente registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade) para os devidos esclarecimentos quanto aos aspectos legais e tributários relacionados à situação específica do negócio que está almejando iniciar. O prestador de serviços contábeis tem a incumbência de informar e orientar quanto aos aspectos tributários da empresa. A seguir estão apresentados os principais tributos incidentes sobre as operações das empresas, destacando sua incidência ou não em cada setor da economia (indústria, comércio e serviços). • ISS – (Imposto sobre Serviços) - Aplicável somente às empresas prestadoras de serviço. • ICMS – (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) - As porcentagens variam em função de diversos fatores, sendo que não é aplicável às empresas prestadoras de serviço. • IPI - (imposto sobre produtos industrializados) – Aplicável apenas em indústria, no qual cada empresa deve analisar o valor da alíquota na tabela TIPI (tabela de imposto sobre produtos industrializados); • PIS – (programa de integração social) - Trata-se de contribuição aplicada sobre a receita bruta de empresas dos três setores da economia; • COFINS – (contribuição para financiamento da seguridade social) - Trata-se de contribuição aplicada sobre a receita bruta de empresas dos três setores da economia; • IRPJ – (imposto de renda pessoa jurídica) - Há duas situações de enquadramento, lucro real ou lucro presumido aplicado sobre a receita bruta de empresas dos três setores da economia; • CSLL - (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) - Segue exemplo do IRPJ, duas situações de enquadramento, lucro real ou lucro presumido aplicada sobre a receita bruta de empresas dos três setores da economia. Para cada setor da economia citado, as empresas ainda podem optar por uma das três formas de tributação possíveis, são elas: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. No Simples Nacional, todos os impostos citados acima podem ser recolhidos através de documento único. Esta facilidade é possível apenas para as microempresas e empresas de pequeno porte, optantes por este regime, conforme definido na Lei complementar 123/2006. Os incisos I à XIV do artigo 17 desta lei complementar, definem as micro e pequenas empresas impedidas de optar pelo Simples Nacional. Vale ressaltar que, para poder se enquadrar no Simples nacional, a empresa deve apresentar faturamento anual de até R$ 2.400.000,00. No Lucro Presumido, o IRPJ e CSLL são calculados com base em presunção de margem de lucros, ou seja, é prevista pela receita federal uma margem de lucro de acordo com a atividade da empresa. No Lucro Real, o IRPJ e a CSLL, são calculados com base em lucros efetivamente apurados. Esta opção é a que exige maior esforço gerencial no controle das movimentações financeiras. A atividade de beneficiamento da pele de peixes (curtume) caracteriza-se por ser industrial, sendo que neste caso pode optar por qualquer uma das três formas de tributação descritas acima. A folha de pagamentos também sofre interferências de acordo com a forma de tributação escolhida. Entre os encargos incidentes sobre os salários, a contribuição da empresa para o INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social, possui a maior alíquota, mas pode chegar a zero, para micro e pequenas empresas optantes pelo simples nacional nas atividades de indústria, comércio e alguns serviços. Vale ressaltar, que além do INSS, existem outros encargos que independem da forma de tributação escolhida pela empresa, tais como: FGTS, 1/3 de férias, décimo-terceiro salário e outros. Nem sempre o simples nacional, é a melhor opção de tributação, mesmo quando você pode optar por este regime. Vale ressaltar que para a correta definição do regime tributário da empresa, dos impostos incidentes e respectivas alíquotas, são necessários vários detalhes sobre as operações da empresa. Por exemplo, será apenas indústria e comércio ou haverá prestação de serviços? Os produtos serão vendidos para outros estados? Para quais estados? Os adquirentes serão usuários finais, comerciantes ou industriais? Qual o faturamento mensal e anual da empresa? Qual o valor da folha de pagamentos? Os proprietários já fazem parte de outra sociedade? É preciso ficar claro que, sem estas e outras respostas, é impossível definir a real carga tributária da empresa. Por este motivo, é muito importante a orientação do prestador de serviços contábeis. Glossário COURO – Pele curtida de animais. CURTIMENTO – Processamento de couro cru. EXÓTICA – Peça diferente do tradicional, proveniente de outras regiões. GRAMALHEIRA - Corrente de ferro para suspender a caldeira. GRIFES – Denominação empregada a marcas famosas que definem a moda. TINGIMENTO – Processo químico de modificação da cor. Dicas do Negócio • É recomendável que as empresas clientes sejam visitadas e se possa fazer um levantamento das principais necessidades apresentadas. É muito arriscado iniciar um negócio baseado apenas nas promessas de um único cliente; • Uma breve consulta ao plano diretor na prefeitura já permite identificar se é possível ou não a utilização de determinado imóvel para iniciar o negócio; • Assim que possível o empresário deve procurar ajuda profissional para a seleção e contratação de pessoas. Existem muitas agências especializadas neste tipo de atividade, que acabam ajudando a evitar muitas dores de cabeça e prejuízos para a empresa; • A melhor maneira de conduzir a negociação de preços e prazos com os clientes é mostrando organização e conhecimento sobre os processos e os custos de operação do curtume; • Quanto mais precisa for a pesquisa a respeito das necessidades de investimento, menores as surpresas quanto à previsão financeira para iniciar o novo negócio, e isto evita inclusive a armadilha de afundar em dívidas por falha na programação financeira; • Para descobrir o que pode agregar valor na relação com o cliente, o empresário deve estar atento aos detalhes e sempre que possível deve escutar seus clientes, conversar com eles e descobrir o algo mais que vai cativar a relação comercial; • O empresário deve ter em mente que é importantíssimo acompanhar e questionar constantemente o prestador de serviço de contabilidade. Características específicas do empreendedor Na literatura, existem variadas definições para o que vem a ser um empreendedor e de forma resumida, pode-se perceber em pessoas empreendedoras a dedicação, a persistência, a disciplina, além da autoconfiança, da facilidade em se relacionar e comunicar e ainda a capacidade de planejar e se organizar. Numa atividade como a do curtume de couro de peixe que é essencialmente industrial, a qualificação técnica para a realização dos serviços é fator preponderante para o sucesso do negócio. Associada a esta característica e não menos importante está e a condição de saber se relacionar com as pessoas, tanto os clientes como os colaboradores. Apenas como complementação das informações, sugere-se uma auto avaliação para medir o quanto o empreendedor está preparado para ingressar no mundo dos negócios. E neste sentido são apresentados alguns questionamentos importantes, como os que seguem, e que foram extraídos da coleção OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SUCESSO, desenvolvida e disponibilizada pelo SEBRAE/SC: 1. Tenho capital suficiente para abrir a empresa e ainda me manter enquanto estruturo o negócio? 2. Estou preparado emocionalmente para correr os riscos do mundo dos negócios? 3. Como trato os desafios que a vida me oferece? Com paciência e perseverança? 4. Estou preparado e disposto a abrir mão de uma série de hábitos e se for preciso trabalhar 10 horas por dia todos os dias? 5. Conheço bem as minhas limitações? 6. Sou disciplinado o suficiente para estabelecer e cumprir regras e métodos de trabalho? 7. Estou disposto para trabalhar em local com fortes odores e alta umidade relativa do ar? Cabe mais uma série de questões que teriam como finalidade avaliar o perfil empreendedor. Portanto o empreendedor deve refletir e revisar seus objetivos várias vezes, conversar com amigos e buscar certezas para tomar a decisão de empreender, pois quando iniciado o processo não se pode mais parar, sob pena de se tornar um fracasso. Bibliografia Complementar -Como Montar Curtume de Pele e Couro de Peixe. Série Oportunidades de Negócios/1996. SEBRAE/NA -OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SUCESSO. SEBRAE/SC, 2005. -Perfil Analítico de Curtume para Peles de Peixes.SEBRAE/ES/ 1993 -Produção de Couro de Peixe.SEBRAE/AM
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 03:07:24 +0000

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