Sobre drogas e "drogados" Aproveito a intervenção de alguns - TopicsExpress



          

Sobre drogas e "drogados" Aproveito a intervenção de alguns amigos, numa das últimas postagens, para me posicionar também em função do que escreveu o novelista Agnaldo Silva. Concordo com os amigos num ponto, parece-me, meio consensual: o uso abusivo e desmedido do álcool (por exemplo, de maneira exagerada, o que se tornou uma "cultura" de transgressão na juventude, ou em ruas e locais públicos, de forma ostensiva e propagandeada, em meio a crianças, sem qualquer cuidado e controle, sem dizer do marketing que também comporta um debate mais aprofundado) e a sua ingestão fora dos limites da licitude (por exemplo, consumo antes de dirigir e por menores de 18 anos), mesmo para uma droga permitida no Brasil, não deixa de se equiparar ao consumo das demais drogas ilícitas, como crack, cocaína e maconha, pelas consequências. Isso porque o consumo abusivo e ilegal do álcool gera um número significativo de crimes e de danos à saúde pública, que são altamente lesivos à sociedade como um todo, não apenas ao consumidor da bebida alcoólica. Citem-se o elevado índice de delitos cometidos por pessoas alcoolizadas, espancamento de mulheres e crianças e acidentes fatais no trânsito, entre os mais comuns, e a "porta de entrada" que se tornou o álcool para as drogas mais pesadas. Aqui uma constatação nossa, na Vara da Infância e Juventude: não nos parece mais a maconha a droga de entrada para as outras, e sim o álcool. Assim, o consumo de toda e qualquer droga ilícita ou lícita, mas regulamentada, como o álcool ou remédios (à medida que a manipulação deles pode levar sim a efeitos alucinógenos), produz efeitos, em não poucos e em significativos casos, para além do consumidor. Claro que a admissão cultural e legal do álcool na sociedade não pode ser comparada plenamente às drogas ilícitas; até porque há uma proporção maior de danos sociais produzidos pelas drogas ilícitas, quando se coloca em questão a quantidade de consumo comparativo entre o álcool e as demais drogas e a potencialidade lesiva das substâncias, como por exemplo, álcool e crack. Mesmo assim, esses dados não isentam o álcool dos malefícios trazidos à sociedade, em função, principalmente, repita-se, de seu uso abusivo e do desrespeito à sua regulamentação. Em suma, o uso de drogas, lícitas ou ilícitas, não é uma questão a ser debatida e decidida meramente pelo prisma da individualidade, que é o foco e o ponto de partida (e chegada) de muitos liberalistas, dos que querem legalizar tudo. E é aí, talvez, que se possa entender a frase de Agnaldo Silva, que temos que sopesar para 140 caracteres no Twitter. Não creio que ele, deliberadamente, misturou usuários de drogas ilícitas com lícitas, nem posso esperar que ele, dada a sua condição intelectual, não saiba que formulações inapropriadas, como o rótulo "drogados", pouco ou nada contribuem para o debate sério e necessário sobre o tema. Acho que ele acentuou o problema social das drogas e a necessidade de não tratar o consumidor apenas sob o viés da culpa, como se a busca das drogas fosse um sintoma de fraqueza das pessoas, algo que os liberalistas destacam, como Fernanda Montenegro em sua fala a Pedro Bial, núcleo de seu pensamento liberalizante, criticado por Agnaldo Silva. Posto isso, deixo aos amigos, agradecendo mais uma vez pela colaboração que aqui me doam, uma indagação que sempre me acompanha neste problema: Se já temos um elevado dano social causado pelas drogas lícitas, por que temos que arriscar, ainda mais, com a legalização das ilícitas, aumentando o leque das opções "endiabradas"? - Evandro Pelarin -
Posted on: Sat, 06 Jul 2013 18:18:42 +0000

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SPOKE TO SOON STILL ONE TEAM SHORT FOR A FULL LEAQUE SO IF ANYBODY
Alright. .I maybe wrong..but to some people if not everyone

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