Sobre os acontecimentos dos últimos dias e outras - TopicsExpress



          

Sobre os acontecimentos dos últimos dias e outras arestas... Certamente, as coisas não precisam ficar como estão. Podemos e devemos interferir. Nada, absolutamente nada precisa ser como é. Para aqueles que querem (?!) mudanças cabe lembrar que nem nos mais belos sonhos, mesmos nesses, elas jamais caem do céu. Brotam, sim, da terra de quem um dia plantou, regou com afinco e paixão, para quem sabe, lá na frente colher o melhor fruto possível do seu esforço. E todo esse tempo, entre o plantio e a colheita, traz na bula o seu efeito colateral, um preço a pagar. Eu não imagino ser possível mobilização eficiente sem que esta tire a sociedade de sua costumeira e natural zona de conforto. Tem que incomodar. Incomodar muita gente. Como a música do elefante. Do contrário não muda. Dito isto, acho tolerável por tudo o que representa uma luta coletiva, os transtornos inerentes, e não muito diferentes daqueles que já vivemos em qualquer cidade, grande ou média, com seus deslocamentos e outras dificuldades de uma massa em transformação. Quem reclama disso não quer mudança. Estão mais para ativistas de apartamento. Por outro lado, nem tudo são flores nas recentes marchas; a mim incomoda a presença de bandeiras partidárias. Penso que vira "coisa de torcida" (ganhadores e perdedores) e perde o tom coletivo que deveria ter. Não entendo também qual a legitimidade daqueles de rostos cobertos e sua “coragem anônima” (é uma prerrogativa das multidões?), impulsividade cega, quase bestial. Nunca vi depredar bem público ou privado mudar alguma coisa. Parece-me mais com alguém que grita na ausência de argumento melhor. Uma horda humana, silenciosa, multiplicando-se em progressão geométrica faria um barulho (muito mais) ensurdecedor. Enfim, quanto tempo o tempo precisa pra tornar fértil um terreno para mudanças? Quantas gerações de vidas são necessárias? Como alguém se perpetua sem estar em defesa de uma maioria? Eu não tenho as respostas, mas seguindo a lógica e tendência, castelos ruirão, e quem sabe os últimos acontecimentos indiquem que a humanidade esteja dando um passo (real) na cadeia evolutiva. Parafraseando Aristóteles, somos o que fazemos repetidamente. Assim, penso eu, o verdadeiro mérito não tá na AÇÃO, mas sim, no HÁBITO. By the way, uma canção de protesto em sua mais nova versão. Boa noite e bom domingo!
Posted on: Sun, 16 Jun 2013 05:19:14 +0000

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